"O motivo para a realização do presente estudo foi um evento atual. Em 2014, um relatório detalhado da Comissão da Verdade no Brasil informou a população brasileira sobre violações de direitos humanos e homicídios políticos durante a ditadura militar. Nesse relatório, a VW do Brasil foi acusada de colaborar com a polícia política e de discriminar os militantes sindicais. Quando o Ministério Público do Estado de São Paulo (Ministério Público Federal) recebeu, em setembro de 2015, do Fórum dos Trabalhadores por Verdade, Justiça e Reparação os respectivos documentos, iniciando investigações contra a VW do Brasil, essa notícia passou pelas agências de notícias latinoamericanas e pelos jornalistas alemães, alcançando também o público alemão. A Dra. Christine Hohmann-Dennhardt, integrante do setor de Integridade e Direito da diretoria da Volkswagen, solicitou em novembro de 2016 que essas acusações fossem amplamente investigadas. Embora a corresponsabilidade da VW do Brasil por violações de direitos humanos seja o tema central do presente estudo, a participação em ações de repressão política durante a ditadura militar não pode ser analisada isoladamente sem considerar o desenvolvimento econômico da empresa. O estudo aborda ainda a relação da administração da VW do Brasil e da matriz alemã com a liderança política durante a ditadura como um todo, analisando quais interesses econômicos pessoais, qual ideário colonialista e quais estereótipos políticos e estruturas oportunistas econômicas foram determinantes para a atitude perante o regime ditatorial e durante este. Pretendo evidenciar também, como os líderes da VW AG em Wolfsburg percebiam o desenvolvimento de sua sucursal brasileira e a partir de quando – e por quê – a diretoria se engajou no desenvolvimento de uma cultura empresarial democrática e participativa na VW do Brasil." O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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Julho 2023
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