RESUMO
Amuletos islâmicos de papel, com versículos do Qurʾān ou outros textos mágico-religiosos em escrita árabe, eram de amplo uso entre pessoas africanas no Brasil do século XIX. Este artigo oferece uma análise detalhada dos textos árabes em manuscritos talismânicos colecionados pelo médico e antropólogo baiano Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906), que foram descritos e reproduzidos em seu livro Os africanos no Brasil, publicado postumamente em 1932. A análise inclui reconstruções e traduções dos textos árabes e sua localização no contexto da tradição islâmica, comparando-os a outros manuscritos do Brasil e da África Ocidental. Finalmente, o artigo propõe um novo inventário dos amuletos árabes da coleção Nina Rodrigues. Palavras-chave: Amuletos islâmicos. Pessoas africanas no Brasil. Manuscritos árabes. Malês. Qurʾān. Afro-Ásia, n. 61, (2020), pp. 78-117. "...o islamismo passou por três fases de implantação nas terras brasileiras: • islamismo de escravidão – oriundo do tráfico negreiro de escravos islamizados desde o século XVIII, instalou-se primeiramente na Bahia, progressivamente se espalhando por outras regiões do país; • islamismo de imigração – oriundo da imigração de povos árabes no período pós- -Primeira Guerra Mundial, iniciando uma comunidade islâmica reconhecida no país; • islamismo de conversão – fenômeno do final do século XX, que se inicia com a crescente conversão de brasileiros ao islamismo. Neste estudo, abordaremos a primeira fase, iniciada com a vinda de escravos islamizados."
Revista USP, São Paulo, n. 91, p. 139-152, Setembro/Novembro 2011. RESUMO
O artigo trata da origem da jurisprudência islâmica maliquita e na especificidade da sua aplicação à escravidão, além da evolução do debate em África envolvendo etnicidade, religião e escravização e de uma análise-síntese do manuscrito árabe que encontra-se no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no Rio de Janeiro. Os tópicos abordados no artigo, originariamente, fazem parte de um contexto consideravelmente mais amplo, mas podem contribuir de forma positiva para alargar a discussão sobre o estudo da diáspora africana no Brasil. Topoi, Rio Janeiro, março 2003, pp. 128-164. In: REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. Edição Revista e Ampliada, São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 158-214.
RESUMO
O artigo enfoca o caso de imigrantes africanos que são solicitantes de refúgio e trabalham como sangradores de frangos em uma rede de frigoríficos no Brasil. Suas trajetórias apresentam graves violações de direitos, com envolvimento em relações de trabalho degradantes, ligadas a uma condição jurídica que os mantém presos a uma situação de provisoriedade permanente, como eternos solicitantes de refúgio. Palavras-Chave: imigração africana; solicitantes de refúgio; mobilidade do trabalho. Travessia - Revista do Migrante, n. 73, Julho-Dezembro/2013 RESUMO
Desde meados da segunda década do século XX, a Serra Gaúcha recebe imigrantes/migrantes muçulmanos. A partir do século XXI, no entanto, a imigração senegalesa, em especial para Caxias do Sul, vem tornando pública as manifestações religiosas do Islã. Essas, anteriormente restritas ao espaço privado, vêm despertando a atenção da sociedade local, majoritariamente católica. Este estudo analisa a relação deste Islã, migrante da África Central, com a comunidade “tradicional da região”, identificando a recepção e a compreensão do mesmo. Utiliza-se como fontes a imprensa regional e a história oral, de forma a perceber o acolhimento do grupo muçulmano. O Islã é uma religião que ocupa significativo espaço na mídia contemporânea e sua inserção na sociedade brasileira merece atenção dos historiadores da religião. E, ainda, seus praticantes, em seus processos de migração, reelaboram identidades religiosas locais. Palavras chave: Imigração. Religião. Senegaleses. Islã. História. RIHGRGS, Porto Alegre, n. 155, p. 185-209, dezembro de 2018. |
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