RESUMO
Devido à grande imigração de língua alemã para o Brasil, a relação entre Brasil e Alemanha apresenta aspectos peculiares muito interessantes. Do ponto de vista linguístico, a existência ainda hoje de variedades de base germânica no dia a dia de inúmeras comunidades no sul do Brasil é um dado extremamente valioso, que muito mostra dessa relação. Pretendemos, com este artigo, apresentar alguns aspectos do hunsrückisch – uma dessas línguas de imigração –, caracterizando-a como um fato histórico, uma herança cultural dos imigrantes de língua alemã. Palavras-chave: Contato linguístico, mudança linguística, hunsrückisch. Espaço Plural, ano IX, n. 19, 2º semestre 2008. RESUMO
Este artigo apresenta uma discussão, ainda muito incipiente no Brasil, sobre as políticas linguísticas que o Estado brasileiro tem adotado para responder às barreiras linguísticas enfrentadas pelos imigrantes no acesso aos serviços públicos. Inicialmente, busca-se demonstrar, por meio de elementos jurídicos, o modo como barreiras linguísticas podem contribuir com a violação de direitos humanos básicos e também o que diz a atual legislação brasileira sobre o trato migratório. A partir do modelo teórico proposto por Ozolins (2010) sobre as políticas de oferecimento de intérpretes e tradutores no setor público, é possível afirmar que o Estado brasileiro é completamente negligente no que concerne ao oferecimento de políticas linguísticas de interpretação no setor público aos imigrantes. Além disso, a institucionalização do ensino de português para refugiados é ainda um programa federal recente e esparso. Desse modo, são as entidades voluntárias que têm assumido o papel de produzir políticas tanto de oferecimento de intérpretes quanto de ensino da língua portuguesa. A falta de ação do Estado revela, nesse sentido, uma orientação ideológica que ou nega a presença das línguas dos imigrantes ou vê essa diversidade como um problema a ser superado por meio do ensino da língua portuguesa. Palavras-chave: barreiras linguísticas; imigração; direitos humanos; políticas linguísticas. Gragoatá, Niterói, v. 22, n. 42, p. 131-153, jan.-abr. 2017. RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo revisar historicamente o ensino de língua japonesa no contexto paulista de língua de minoria asiática, partindo da perspectiva de seu ensino como Língua de Herança (LH) nas comunidades de japoneses e nipo-descendentes e também seu ensino como Língua Estrangeira (LE) em escolas públicas apresentando como ela está integrada à sociedade brasileira. Para isso, o artigo faz uma breve incursão sobre as intervenções do governo japonês, apresentando sucintamente as principais atividades de instituições como a JICA - Japan International Cooperation Agency e a Fundação Japão; situa a importância do ensino de uma língua asiática de minoria, como é o caso da língua japonesa no contexto universitário, e tece sugestões para uma nova agenda de políticas educacionais considerando os efeitos da tecnologia e da globalização. Palavras-chave: Língua de Herança; Língua Estrangeira; Língua Japonesa; Ensino Público Paulista. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 23, n. 4, p. 1370-1390, out.-dez. 2020. RESUMO
O artigo enfoca as línguas outras que não o inglês e o francês, faladas por imigrantes e seus descendentes, no Canadá, tomado como exemplo de "país novo" em que a imigração foi muito significativa. Procurou-se avaliar, sobretudo, o grau de transmissão e persistência das línguas que por sua expressão estatística possibilitassem o exame individualizado. As abundantes informações propiciadas pelo recenseamento do Canadá de 2001 forneceram o arcabouço essencial da análise, efetuada com visão regionalizada, na qual foi destacada a parte do Canadá de língua inglesa, incluindo abordagens mais localizadas em meio a esse espaço, e a de língua francesa, enfocando especificamente Montreal. Palavras-chave: Canadá. Línguas. Imigrantes. Assimilação linguística. Geografia, Rio Claro, v. 35, n. 3, p. 493-523, set./dez. 2010. RESUMO
O presente artigo tem como objetivo discutir as políticas linguísticas relacionadas aos processos de migração dos mexicanos nos EUA e dos turcos na Alemanha. Para a realização deste trabalho, adotamos a noção multidimensional de política linguística de Spolsky (2004, 2009, 2013) que a compreende a partir das crenças e ideologias, das práticas e da gestão. Essas dimensões são ilustradas a partir de exemplos provenientes de diferentes domínios sociais, como instituições educacionais, organizações governamentais e não governamentais, dentre outros, que, por sua vez, evidenciam o papel da proficiência linguística no processo de integração dos imigrantes na sociedade acolhedora. Palavras-chave: política linguística, EUA, mexicanos, Alemanha, turcos. Gragoatá, Niterói, v. 22, n. 42, p. 232-251, jan.-abr. 2017. Encontra-se em andamento o projeto de digitalização dos documentos históricos da Fazenda Ibicaba (Cordeirópolis-SP), de autoria dos pesquisadores Bruno Witzel e Leonardo Gardenal (UNICAMP). Trata-se de uma parceria entre a Universidade de Göttingen (Alemanha) e o Centro de Memória da UNICAMP, com o apoio do Modern Endangered Archives Program - UCLA Library.
"About A team of researchers from the University of Göttingen (Germany) and Centro de Memória da UNICAMP (Brazil) have focused on digitizing a collection of historical archives containing records belonging to Farm Ibicaba. These records include administrative manuscripts, printed publications, accounting documents, and more-- all dating from the 1890’s to the 1970’s. Through the team’s digitization work, these materials will help in expanding knowledge on the socioeconomic, cultural, and political dynamics within Latin American plantations. The content revolves around the farm’s administration, daily life, and economic production. The accounting books, for instance, include information about laborers’ daily activities, productivity under various contracts, workers’ remunerations, and livelihoods. Such content will present a part of history of both Brazilians and immigrant workers of various nationalities. This is especially valuable to any descendants of the farm workers who seek to explore their ancestry. As early as the 1840’s, Farm Ibicaba introduced immigrant labor to work alongside slave labor in the coffee plantations-- an experiment which soon gained traction across other plantations in São Paulo. This caused some lasting consequences for the regional economy and society. The farm’s administrative documents record this big shift. With this collection, users will be able to better analyze a specific case of labor administration and how various roles came into play in this setting. The manuscripts are of academic value for various research branches, including labor history; economics of contractual design; sociology of immigration; political history of labor and immigration to Brazil; and cultural life in a plantation-based society following the transition from slavery. Making these manuscripts available online will not only preserve the historical content of an endangered archive but will also democratize the access to this type of information." RESUMO
Neste trabalho, tenho como preocupação central entender o processo de inserção dos imigrantes sírios e libaneses antigos no mercado de trabalho em um “novo mundo”. As perguntas a serem respondidas são: como se dá a inserção socioeconômica e ocupacional desses imigrantes no Brasil, em geral, e em Minas Gerais, em específico? Em que posição na hierarquia socioeconômica se concentram esses imigrantes? Qual o principal elemento facilitador dessa inserção? Para responder essas questões, uso como referência a teoria do capital social, principalmente com base na abordagem das redes sociais. RBCS, vol. 26, n. 76, junho/2011. RESUMO
Na segunda metade do Século XIX, a par de uma emigração direcionada nos limites da legalidade, produziu-se em Portugal um outro tipo de fluxo difícil de quantificar, mas não impossível de classificar. O ingresso nos labirintos da ilegalidade correspondia a uma necessidade de evasão daqueles que fugiam à alçada da justiça ou dos mancebos, que em idade de prestar serviço, procuravam escapar ao recrutamento militar. Neste sentido, o presente artigo divide-se em três temáticas fundamentais para a concretização do nosso objetivo: a questão da fuga ao recrutamento militar nas margens da ilegalidade; a forma como o poder local lidou com o tema e as sucessivas batalhas travadas contra a emigração clandestina no distrito de Viseu; e por fim narraremos a história do engajador “Mata-Gatos”, que permitirá perceber na primeira pessoa como funcionavam as redes responsáveis pela organização ilegal da saída de emigrantes. CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, Porto, PT, 2014, p. 299-313. "(...) a inquirir a respeito da imigração precoce de colonos portugueses arregimentados para trabalhar como assalariados em uma fazenda do interior paulista a partir de 1867. Trata-se da fazenda Nova Lousã, fundada nesse ano por João Elisiário de Carvalho Monte-Negro, em terras a meio caminho entre os municípios de Pinhal e Mogi Mirim. Em plena época da escravidão e pouco após as primeiras experiências com o trabalho livre, em regime de parceria, do senador Vergueiro em Ibicaba (Limeira), Monte-Negro tocava sua fazenda com famílias de conterrâneos seus, importados do próprio Concelho da Lousã, em Portugal, para trabalharem como mão de obra livre e assalariada. Essa experiência pioneira, que durou pouco mais de duas décadas (em 1888 Monte-Negro venderia sua fazenda), constituiu uma tentativa singular de desenvolver um empreendimento agrícola exclusivamente à base de trabalho livre e assalariado em uma economia predominantemente escravocrata."
In: 30º Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, MG, 2006. RESUMO
Este artigo procura analisar, por meio das cartas trocadas entre imigrantes italianos e seus parentes que ficaram na Itália, as estratégias acionadas pelo grupo para garantir segurança e previsibilidade quanto às escolhas das famílias que decidiam se transferir para os núcleos de colonização no Rio Grande do Sul, no século XIX. A partir dos vínculos parentais e das solidariedades, foram constituídas redes de apoio, que ligavam os indivíduos de ambos os lados do Atlântico, direcionando um tipo específico de ocupação territorial e organização comunitária. Palavras-chave: Família. Redes sociais. Imigração italiana. Métis: História & Cultura, v. 9, n. 17, p. 69-82, jan./jun. 2010. |
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