RESUMO
O mundo está testemunhando uma era de mobilidade humana sem precedentes: os migrantes internacionais aumentaram de 100 milhões em 1960 para 155 milhões em 2000 e para 214 milhões em 2010 (UNDESA). No entanto, dá-se pouca importância à forma como a migração e a educação interagem para influenciar a mobilidade social e econômica. Este artigo considera a relação entre migração e educação. Na primeira seção, recorremos à teorização antropológica da mobilidade e da cidadania para propor uma estrutura conceitual para o tema. Em seguida, examinamos a pesquisa de três fluxos de migração: jovens de ascendência haitiana que vivem na República Dominicana, colombianos no Equador, e filhos de mães mexicanas que migraram para os Estados Unidos. As análises desses casos enfatizam a importância do acesso e da inclusão, as escolas como locais-chave para governar os sujeitos, e as estratégias desenvolvidas pelos migrantes para assegurar a escolarização. Na conclusão, esboçamos orientações para futuras pesquisas que permitiriam uma análise mais forte das relações entre educação e migração e o desenvolvimento de Migração e Educação como campo de investigação. Palavras-chave: Migração — Escolarização — Educação — Governamentalidade — Cidadania — Política educacional. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. especial, p. 1153-1171, dez. 2015. RESUMO
O artigo aborda a educação feminina de imigrantes japonesas, em Dourados, Mato Grosso do Sul, considerando a sua participação e pioneirismo na abertura da “Escola Modelo de Língua Japonesa de Dourados/MS”. Objetiva-se compreender como as mulheres se organizaram para manter valores tradicionais da cultura japonesa, buscando a difusão de padrões de comportamento, para crianças e jovens, em uma “Escola”. As fontes, constituídas por histórias de vida, trajetórias docentes e memórias autobiográficas, foram recolhidas via procedimentos da história oral, o que permitiu abordar as relações de gênero. Utilizaram-se, também, documentos oficiais e fotos. Os resultados apontam que as professoras foram idealizadoras da “Escola” e figuras imprescindíveis à comunidade de imigrantes e de nipo-brasileiros, atuando até o presente na manutenção da tradição e da cultura japonesas no município. Conclui-se que as relações de gênero estão fortemente marcadas no grupo de imigrantes, se expressando no alijamento das mulheres do espaço público, apesar de que, no movimento específico, as mulheres estivessem à frente, paradoxalmente a sua educação, fundada em “silêncios” e “submissões” da “vida doméstica”, características presentes na concepção de educação para meninas, demonstrando os aspectos da cultura e os padrões da formação feminina japonesa. Palavras-chave: Imigrantes japoneses. Memórias. Educação feminina. Educação étnica. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto) Biográfica, Salvador, v. 03, n. 07, p. 167-186, jan./abr. 2018. RESUMO
O presente texto busca discutir a forma como educação e imigração, especialmente de poloneses, era tratada pelos governantes da Província do Paraná, por meio da análise dos Relatórios dos Presidentes da Província, abrangendo o período de 1871, o início da imigração polonesa ao Paraná, e 1889, o fim do regime monárquico no Brasil. Para a construção deste trabalho, foi fundamental a consulta a autores como Lilian A. Wachowicz (1984), Ruy C. Wachowicz (2010), Saviani (2007), Faria Filho (1998) Miguel (1997) e Vieira (2011), além de outras fontes primárias, como a legislação educacional em vigor no período. Com a realização dessa pesquisa, foi possível observar o planejamento da imigração para a Província, os principais problemas reconhecidos na Instrução Pública do período, além das medidas tomadas ou planejadas para a melhoria do ensino entre os imigrantes. Palavras-chave: Imigração. Educação. Legislação do Ensino. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 51, p. 81-100, jan./mar. 2017. RESUMO
O presente texto tem como objetivo analisar a relação entre educação e imigração nas Colônias alemãs de São Leopoldo, Brasil, e Valdivia, Chile. Os dois núcleos foram criados no século XIX, em 1824 e 1850, respectivamente, com o propósito de colaborar com o desenvolvimento econômico-social dos dois países, recém-independentes. O uso da metodologia da História Comparada permitiu que se aprofundasse a análise sobre o quanto a educação e a imigração estão imbricadas e moldaram a vida de imigrantes e nacionais, no Sul da América. Os resultados alcançados demonstram que os projetos voltados à imigração estiveram pautados não somente por objetivos econômicos, mas, também, culturais. Nesse quesito, a educação teve primazia ao forjar a identidade dos imigrantes e, ao mesmo tempo, propiciar os canais necessários para que, paulatinamente, dialogassem com a sociedade receptora. Palavras-chave: Educação. Imigração. História Comparada Métis: história & cultura, v. 17, n. 34, p. 271-294, jan./jun. 2018. Apresentação:
A base de dados sobre viajantes tem como meta colocar sob controle os relatos feitos por viajantes estrangeiros que passaram pelo Brasil - em especial o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia - entre os séculos XVIII e XIX. Seu objetivo principal é produzir um instrumento de referência das obras publicadas, colocando à disposição do pesquisador um guia para a consulta dessas obras. Cada viajante e obra compõem uma referência de pesquisa, que poderá ser acessada através de um índice de lugares visitados, período de permanência ou ênfases temáticas utilizadas em suas descrições. A composição desta base de dados tenta responder ao interesse do pesquisador voltado ao estudo da história social, na medida em que prioriza as descrições de viagem que se voltam a descrever e discutir os comportamentos sociais e culturais das populações visitadas, bem como suas organizações sociais e políticas. RESUMO
A e/imigração transatlântica no século XIX até meados do século XX, para além do deslocamento populacional, colocou em circulação as escritas de si – cartas, relatos de viagem, autobiografias –, com o propósito de enviar notícias àqueles que permaneceram. Esses escritos privados contribuíram para fomentar a emigração e a propaganda das colônias em formação, ou para denunciar a situação dos emigrantes no exterior. Nesse contexto, o presente estudo trata da e/imigração alemã e colonização privada, no noroeste do Rio Grande do Sul, no início do século XX. Tem por objetivo analisar as representações da colônia e seus colonos presentes nos escritos dos imigrantes alemães, estabelecidos na colônia particular Neu-Württemberg, município de Cruz Alta e Palmeira, reunidos e publicados no Korrespondenzblatt von Dr. Herrmann Meyer’s Ackerbaukolonien, editado em Leipzig, Alemanha, em maio 1903, com dois números. Trata-se da reprodução de artigos e cartas de e/imigrantes alemães publicados na imprensa da Alemanha e na imprensa étnica do Rio Grande do Sul, selecionados por Herrmann Meyer, proprietário da Empresa de Colonização Dr. Hermann Meyer, postos em circulação com o objetivo de divulgar seu empreendimento de colonização e atrair/convencer potenciais emigrantes. Portanto, o material estudado traz indícios do projeto de colonização; delimita o lugar de fala e as redes sociais de Meyer; abre espaço para fala do imigrante, representado pelo colono e a mulher; e evidencia o papel da imprensa na popularização dos possíveis destinos aos e/imigrantes no sul do Brasil. Palavras-chave: E/imigração. Colonização. Colônia Neu-Württemberg. Imprensa. Cartas de e/imigrantes. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 46, n. 2, p. 1-15. RESUMO
Esta pesquisa tem como proposta analisar a participação do Estado brasileiro no processo intervencionista de ocupação da região Norte, face ao projeto político articulado do Império e mais tarde da Primeira República, de imigração e de colonização. Inicialmente, realiza-se um breve panorama, exposto na primeira parte do artigo a partir de bibliografia especializada, acerca das principais correntes migratórias na região Norte do Brasil. A segunda parte do artigo apresenta, de forma introdutória, os resultados de uma pesquisa original, através do levantamento de documentação produzida pela Diretoria Geral de Estatística, por documentos produzidos pelo Ministério da Guerra, e por documentos produzidos pelo Serviço de Povoamento do Solo Nacional, articulando essa produção documental com os interesses modernizadores do Estado no momento em que o país buscava a sua identidade. Palavras-Chaves: imigração; colonização; política. Revista de História Regional, 22(1): 53-73, 2017. RESUMO
Este artigo objetiva revisitar dois temas consagrados na historiografia sobre o Paraná - a colonização e a imigração. Os estudos que se dedicaram a tais temáticas tenderam, no geral, a enfatizar a estreita relação entre estas duas experiências históricas, registrando que, no Paraná, a colonização se efetivou por meio da imigração e esta foi implementada no sentido de colonizar a região, o que se fez por meio de pequenos proprietários de origem estrangeira (os colonos) que se dedicavam à agricultura de abastecimento. Utilizando fontes também já bastante exploradas por pesquisadores da história regional – relatórios de presidentes de província e legislação – mas priorizando um período pouco estudado – os anos 1850 e 1860 – e elencando questões relacionadas à definição de políticas públicas para a província recém-constituída, a pesquisa evidenciou que a proletarização foi uma experiência comum para os imigrantes naquele período e que os chamados “nacionais” foram agentes fundamentais nos projetos de colonização então implementados. O artigo, portanto, problematiza a sinonímia constituída pela historiografia entre os termos imigração e colonização, evidenciando um contexto de rupturas, indeterminações e expectativas múltiplas. Palavras-chave: História, Paraná, Imigração, Colonização. Nacional. Antíteses, vol. 8, n. 16, p. 204-226, jul./dez. 2015. |
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