"xenofobia: um crime silenciado" - reportagem, gravação e edição de edgar maciel - huff post brasil3/5/2022 SINOPSE O número de casos de xenofobia no Brasil teve um aumento gritante no ano de 2015. O salto foi de 633% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos. A chegada de novos refugiados ao País em meio a uma crise mundial teria provocado o crescimento da intolerância. O crescimento das denúncias não é acompanhado pela Justiça: menos de 1% dos casos viram processos. O medo e o desconhecimento das vítimas tornam a xenofobia um crime silencioso no dia-a-dia. "O mito de que o povo brasileiro é hospitaleiro parece cair por terra quando venezuelanos são expulsos do país, como no episódio ocorrido em Pacaraima (RR), em agosto de 2018. Grupos de brasileiros atiraram pedras, queimaram acampamentos de famílias oriundas do país vizinho e hostilizaram os imigrantes, depois que um comerciante local foi assaltado. O tema da migração volta a receber destaque em 2019, quando o governo do presidente Jair Bolsonaro anuncia a saída do Brasil do Pacto Global para Migração da ONU, ao qual o país havia aderido em dezembro e que estabelece regras para fluxos migratórios “seguros, ordenados e regulares”.
Autora de mais de 15 livros sobre direito e temas internacionais, Deisy Ventura, professora titular de Ética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que o medo contra os migrantes tem sido usado para fomentar discursos de ódio em todo o mundo, inclusive no Brasil. 'Infelizmente, o Brasil não aprendeu a lição com o fluxo precedente de migrantes haitianos. Sequer aprendeu que estes fluxos passam, mas a xenofobia fica', sentenciou. Deisy também é vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Global e Sustentabilidade e exerceu a Cátedra Simon Bolívar do Instituto de Altos Estudos da América Latina da Universidade de Paris 3 (Sorbonne-Nouvelle), em 2007. Com a Radis, ela conversou sobre migrações, saúde e direitos humanos." RESUMO
O artigo possui como objetivo principal analisar a interação entre a imigração africana rumo à África do Sul e o processo de inserção deste país no continente africano ao longo das administrações Mandela, Mbeki, Zuma e Ramaphosa. A partir de revisão da literatura e da análise de documentos oficiais, busca-se defender a hipótese de que há o descolamento entre a intenção de Pretoria em ser mais atuante na África e a efetivação, de fato, de tal objetivo, visto que o processo de inserção no continente acaba sendo limitado pela dificuldade em romper com as ondas de intolerância para com o imigrante. Palavras-Chave: África do Sul; Integração Regional; Migração; Xenofobia. Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 16, n. 1, e1086, 2021. RESUMO
Neste estudo, introduzimos o conceito de xeno-racismo, proposto pelo romancista srilankês Ambalavaner Sivanandan, discutindo as suas possíveis aplicações aos estudos sobre migração, diáspora e xenofobia no Brasil. Problematizamos as relações entre xenofobia e racismo diante das características históricas e sociais particulares do capitalismo no Brasil. Argumentamos que os critérios de aceitação e distinção em sociedades pautadas pela colonização ofereceram um cenário de distribuição desigual do acolhimento aos estrangeiros, a depender de sua origem e heteroclassificação nos marcadores sociais de diferença locais. Essa seletividade, aqui nomeada como xenofobia racializada, impõe características sociológicas próprias às dinâmicas migratórias no contexto particular brasileiro. Palavras-chave: migração; xenofobia; racismo; xeno-racismo; xenofobia racializada. REMHU, Rev. Interdiscip. Mobil. Hum., Brasília, v. 29, n. 63, dez. 2021, p. 193-210. RESUMO
Este artigo tem por objetivo reunir algumas anotações feitas a partir dos estudos realizados no âmbito do grupo de pesquisa Migrações e Identidade. Tendo como ponto de partida alguns questionamentos sobre o conceito de assimilação, foram revistas as contribuições apresentadas por pesquisadores da escola de Chicago, como W. I. Thomas & Znanieck e R. E. Park & E. W. Burgess, e de outros mais recentes como M. Gordon e R. Alba & V. Nee. Na sequência, tendo como referência o estudo da Personalidade Autoritária, realizado por T. W. Adorno e colaboradores, e os estudos realizados por J. L. Crochik no âmbito da psicologia, procurou-se mostrar que a xenofobia, assim como outras formas de discriminação, tem em sua base o preconceito. Por fim, considerando que o processo de inserção não depende apenas dos esforços do imigrante em adaptar-se à cultura dominante, mas, sobretudo do acolhimento por parte da sociedade receptora, entende-se como necessário reconhecer a xenofobia e outras manifestações do preconceito como barreiras que dificultam e impedem a participação social plena. Palavras-chave: Imigração. Assimilação. Xenofobia. Cadernos CERU, série 2, vol. 30, n. 1, jun. de 2019. RESUMO
Numa conjuntura de crescente xenofobia, racismo, discriminações e generalizações contra imigrantes e refugiados, são recorrentes os questionamentos sobre como mudar esse quadro e acerca do papel do Sul global. Analisam-se aqui iniciativas de judicialização contra pessoas que incitam ao ódio e à violência, e ações educativas e de conscientização/ humanização, promovidas por um centro de pesquisa, educação, cultura e ações sociais, a Bibli-Aspa, que tem entre suas temáticas principais as migrações e refúgios. Entre outros programas educativos, observam-se os de língua portuguesa e cultura brasileira, língua e cultura árabe, francês e cultura africana, árabe ou haitiana, inglês e cultura africana ou árabe, espanhol e cultura sul-americana, crioulo haitiano, história, literatura, arqueologia, gastronomia e artesanato. Palavras-chave: refugiados; imigrantes; xenofobia; racismo; intolerância. Revista USP - São Paulo, n. 114, p. 11-30, julho/agosto/setembro 2017. |
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