Resumo
Este artigo pretende compreender as relações entre ferrovia e transformações no mundo do trabalho, tomando por base empírica a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A pesquisa realizada organizou a documentação funcional (fés-de-ofício) de 1900 trabalhadores da Paulista para o período 1872/1919. Tratava-se de resgatar histórias de vida funcionais de milhares de trabalhadores. Procura-se compreender dinâmicas deste segmento da classe trabalhadora, identificando os atributos de nacionalidade, cor, origem associando-os às carreiras funcionais. Analisa-se ainda as múltiplas agremiações criadas por este grupo, para compreender as relações estabelecidas com a empresa, marcadas tanto pelo paternalismo e constituição de uma identidade de família ferroviária, que subsumia as diferenças sociais, quanto por fortes organizações de classe que constituíam mecanismos de resistência e negociação pautadas por conflitos sociais de expressivas dimensões urbanas. Palavras-chave: ferroviários, São Paulo, trabalho Varia História, Belo Horizonte, vol. 32, n. 59, p. 505-545, mai/ago 2016. Resumo
A Ferrovia Noroeste do Brasil (NOB) nasceu sob o signo da defesa do Estado Nacional e da expansão das relações capitalistas para a fronteira Oeste brasileira. Os trilhos ressignificaram a dinâmica política no sul de Mato Grosso e transformaram o espaço, provocando o aparecimento de cidades e impulsionando o crescimento de outras, como Campo Grande. Pelo trem não chegavam apenas mercadorias, mas idéias, informações e, principalmente, pessoas. Neste artigo, apresentamos alguns dados que ilustram a ocupação territorial do sul de Mato Grosso, mais especificamente de Campo Grande, durante o período de 1905 a 1940, marcado por intensos fluxos migratórios, com vistas a fornecer elementos para discussões/ entendimentos sobre a “colcha de retalhos”1 étnica que forma a região. Palavras-chave: Ferrovia. Migração. Cidades. Fronteiras Métis: história &cultura - vol. 13, n. 27,p. 233-251, jan./jun. 2015 RESUMO
Entre os anos de 1908 e 1910, a construção da Linha Sul da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (EFSPRG) movimentou a região que hoje corresponde ao meio oeste catarinense. Na época esta zona era disputada entre Paraná e Santa Catarina, e reconhecida como território contestado entre os estados. Os trabalhos de construção da ferrovia exigiram um grande esforço humano e financeiro, tendo envolvido milhares de trabalhadores. Os operários menos qualificados, responsáveis pelas tarefas mais pesadas e conhecidos como "turmeiros", formaram um contingente de cerca de 8 mil homens. Durante minha pesquisa, a documentação apontou uma presença significativa de imigrantes entre estes trabalhadores. Muitos destes trabalhavam na construção apenas de forma sazonal. Nos períodos de entressafra nas colônias, migravam para a região da construção da ferrovia a fim de obter ganhos extras. Estas migrações teriam, inclusive, prejudicado o estabelecimento de algumas colônias no estado do Paraná, mas ainda não receberam a devida atenção da historiografia. Neste trabalho pretendo analisar com detalhe esta migração. Palavras-chave: EFSPRG, turmeiros, migração Varia História, Belo Hirizonte, vol. 28, n. 48, p. 849-869: jul/dez 2012. "Este trabalho examina as inter-relações entre a construção das ferrovias, a expansão da agricultura de exportação e a transformação das relações de trabalho no Brasil no século XIX. O período focalizado compreende os anos entre 1850 e 1890. (...)
Existe uma bibliografia relativamente ampla sobre a construção das ferrovias no Brasil. Há também uma vasta literatura sobre o processo de abolição da escravidão e transição para o trabalho livre. Apesar de frequentemente mencionadas, surpreendentemente, as inter-relações entre a agricultura de exportação, a construção de ferrovias e a constituição das relações de trabalho livre não mereceram ainda a devida atenção. Com efeito, tanto a literatura sobre a construção das ferrovias, quanto a literatura relevante sobre a abolição da escravidão e a constituição de um mercado de trabalho livre, mencionam amiúde o impacto das ferrovias sobre a transformação das relações de trabalho. Mas, as referências a respeito têm sido quase sempre genéricas." História Econômica & História de Empresas. III.1 (2000), 43-76 RESUMO
Aborda o impacto da malária no âmbito da modernização republicana, basicamente nas ferrovias, que asssumiram então o papel de integrar o território e operar a expansão simbólica e material da nação brasileira. Os cientistas destacados para debelar os surtos epidêmicos não se limitaram a realizar as campanhas. Fizeram observações sobre aspectos da doença, inclusive suas relações com hospedeiros e ambientes, contribuindo com novos conhecimentos e com a institucionalização, no Brasil, de novo campo que então se estabelecia nas potências coloniais europeias: a medicina tropical. O artigo articula essas inovações — especialmente a teoria da infecção domiciliária — com as campanhas em prol de ferrovias e com estágio subseqüente no enfrentamento da malária no Brasil, nos anos 1920. Palavras-chave: ferrovia, malária, medicina tropical, entomologia médica, teoria da infecção domiciliária; Brasil. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p 719-762, jul.-set. 2008. Em 2019, foram celebradas duas importantes imigrações asiáticas no território peruano: 170 anos da imigração chinesa, e 120 anos da imigração japonesa. O Dossiê aborda a imigração asiática no Perú por intermédio das histórias de descendentes de chineses e japoneses. "Presentación", Humberto Rodríguez Pastor "Notas comparativas de inmigrantes chinos y japoneses", Humberto Rodríguez Pastor "Estudiar historia para descubrir al chino de la familia", Carlota Casalino Sen "Memoria en la neblina. Los orígenes chinos de la familia Yeckting en el Perú", Fabiola Yeckting Vilela "La primaria después de Fujimori", Hiroshi Jesús Miyashiro Salas "El legado chino detrás de un apellido castizo", Candy (Li) Cortez Prudencio "Migración y conflito intercultural: del sol naciente a la tierra de Pachacamac", Vicente Otta Rivera "Mi identidad nikkei", Ana María Higa "Julio Liu, travesías de un chino de la esquina", Alejandra Tan "Entrevista al Dr. Manuel Burga, rector de la Universidad de San Marcos", Humberto Rodríguez Pastor RESUMO
Aborda as mudanças ocorridas nas práticas da profilaxia marítima brasileira. Por meio de dois casos de navios de imigrantes, que chegaram ao porto do Rio de Janeiro com epidemias a bordo, são analisados a compreensão sobre a etiologia, a forma de prevenção e o combate às três doenças com regulamentação portuária internacional: febre amarela, peste bubônica e cólera. Até o final do século XIX, uma das principais práticas de profilaxia era a quarentena. No início do XX, identificamos a emergência do ideário da microbiologia e dos vetores no serviço sanitário dos portos. A quarentena, que já vinha sendo criticada como antiquada e ineficaz, é limitada a alguns casos, e novos métodos e tecnologias da higiene passam a ser aplicados na defesa sanitária dos portos. Palavras-Chave: imigração; porto; saúde pública; história; Brasil História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 20, nº 3, Rio de Janeiro, Jul./Set. 2013 |
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