Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o poder político a partir de sua positividade. Nesse sentido, buscamos entender, numa perspectiva foucaultiana, as manifestações do poder que não se restrinjam aos seus aspectos meramente repressivos, de interdição, mas, sobretudo, às estratégias políticas associadas à produção dos discursos. Para tanto, consideramos questões relacionadas à Segunda Guerra Mundial, especificamente no que se refere à construção do inimigo político e à criação, em Pernambuco, do Campo de Concentração Chã de Estevão, que, durante o conflito mundial, confinou pretensos nazistas. Nas pesquisas que realizamos sobre a temática, observamos como o Estado utilizou os diversos estratagemas que compõem as ações políticas, especialmente por se tratar de um governo de exceção disposto a legitimar, através de intensa propaganda de massas, os ideários estado-novistas. A Segunda Guerra Mundial inseriu-se, assim, neste contexto, bem como diversas medidas direcionadas aos chamados à época “súditos do Eixo”. Palavras-chave: Pernambuco, nazismo, espionagem, Estado Novo Anais do V Colóquio de História "Perspectivas Históricas: historiografia, pesquisa e patrimônio", 16, 17, 18 de novembro de 2011, UNICAP, Recife (PE). RESUMO
Pretende-se abordar a prática largamente utilizada na Segunda Guerra Mundial dos sistemas de campo de concentração para internos civis, relatando um breve histórico desse sistema moderno de reclusão no início do século XX e sua conceituação genérica, de forma a demonstrar que a prática de concentração de indesejáveis não se inaugurou na Segunda Guerra Mundial. Nesse momento, as formas já difundidas e legitimadas foram aplicadas em situações que se justificavam diante do conflito mundial. Entre os objetivos dessa exposição está a discussão da experiência brasileira que se traduziu na prisão de estrangeiros do Eixo internados entre 1942 e 1945 em campos de concentração criados em várias localidades do território nacional, detalhando-se especificamente os campos sediados em Santa Catarina. Palavras-chaves: "súditos do Eixo" - campos de concentração brasileiros - internamento de civis - relações internacionais - Presidio Oscar Schneider - Penitenciária Agrícola de Trindade/SC. Fronteiras - Revista Catarinense de História, Florianópolis, n. 13, pp. 25-41, nov. 2005.
SINOPSE
Casamento Pomerano é um recorte do Filme Documentário "Pomeranos: A trajetória de um povo" que conta a história dos pomeranos que deixaram a Europa e chegaram à região serrana do Espírito Santo a partir de 1859. Devido às guerras e o processo de revolução industrial que gerou muito desemprego e miséria por toda a Europa, o povo pomerano viu-se obrigado a emigrar. Em terras capixabas puderam novamente sonhar com uma vida melhor e reconstruir as suas vidas. Após um século e meio, venceram todos os desafios que a vida impôs, e foram protagonistas de uma das mais belas histórias já vistas. CASAMENTO POMERANO from Rede Click on Vimeo. RESUMO
Este artigo procura verificar como os ucranianos ortodoxos e seus descendentes, moradores da cidade de Papanduva-SC, concebiam o matrimônio e seus ritos, no contexto de sua cultura étnico-religiosa, após a chegada do sacerdote ortodoxo à cidade. Por não haver, durante muito tempo, clero que assistisse àquela comunidade, o padre recém-chegado acreditava poder recuperar práticas religiosas e culturais já em desuso, utilizando-se do púlpito. Fontes orais (depoimentos de ucranianos e seus descendentes) e primárias (três sermões registrados no Livro Tombo) serviram para diagnosticar como o casamento instituído pela igreja local era sentido na comunidade imigrante ao mesmo tempo em que o uso do sacramento consagrava, legitimava e naturalizava diferenças. Palavras-chaves: rito de instituição; ortodoxos ucranianos; casamento bizantino Temporalidades - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG, vol. 2, n. 1, Janeiro/Julho de 2010. RESUMO
Este trabalho visa analisar a prática de casamentos “por fotografia” entre imigrantes japoneses que se estabeleceram em Taperoá-Ba na segunda metade do século XX, considerando a complexa relação de identidade e gênero que permeava essa prática. Interessa-nos compreender as circunstâncias que motivaram a ocorrência desse fenômeno, tendo em vista os critérios definidores dessa forma de matrimônio. Desse modo, pretende-se adensar as reflexões sobre a temática mencionada, no sentido de expandir as arestas da história da imigração japonesa na Bahia, pois, a partir do que indicam as fontes, a prática de casamentos “por fotografia” ou “por correspondência” - denominada de “Picture Brides” ou “Hannayumis” - também repercutiu na vida de famílias que se fixaram longe dos grandes núcleos da imigração japonesa no Brasil. As memórias são vestígios valiosos para esta pesquisa, uma vez que foram elas que me instigaram e conduziram até este tema, quando realizei algumas entrevistas durante o processo de construção da monografia. Do ponto de vista metodológico, pretendo orientar-me pela interlocução entre as fontes identificadas (orais, cartas, fotografias, periódicos) e a produção bibliográfica que versa sobre a imigração japonesa no Brasil e no Baixo Sul, bem como aqueles que discutem sobre o fenômeno das “Picture Brides” ou “Hannayumis”. Palavras-chave: Imigração, Casamento, Identidade, Gênero. XX REDOR - Encontro da Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulher e Relações de Gênero, 4 a 7 de dezembro de 2018, UFBA, Salvador (BA). RESUMO
Nosso objetivo com este trabalho é expor a importância que teve a utilização dos arranjos matrimoniais para a implementação de objetivos de ascensão e consolidação sociopolítica entre os imigrantes, através da trajetória de dois expressivos imigrantes de origem alemã na região de São Leopoldo e São Sebastião do Caí, ao longo do século XIX. Ao compreendermos a trajetória e as práticas utilizadas por Francisco Trein e João Pedro Schmitt, além de percebermos a complexidade da sociedade imigrante e as suas tentativas de inserção na sociedade brasileira oitocentista, podemos observar como determinadas práticas, dentre as quais a de formação de redes familiares por meio de arranjos, sobretudo matrimoniais, configuraram em uma prática amplamente usada e que se estabeleceu durante todo o período e até posteriormente, adentrando inclusive o período republicano. Palavras-chave: Imigração. Inserção social. Arranjos matrimoniais. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, vol. 5, n. 9, julho de 2013, p. 121-131. RESUMO
Este artigo pretende apresentar os resultados do emprego de fontes primárias para a análise das práticas matrimoniais em um município que recebeu um importante contingente de imigrantes italianos a partir da década de 1880. Tendo como metodologia a união de registros paroquiais, proclamas de casamento do registro civil e a sessão comercial dos Almanaques, este trabalho permitiu reconstituir uma imagem das famílias que se formaram no período, observando as redes de parentesco, os meios de acesso ao trabalho e à vida urbana. O recorte temporal respeitou a disponibilidade das fontes civis e dos Almanaques, que permitem obter dados sobre a profissão desses indivíduos. Embora as uniões endogâmicas tivessem prevalecido por uma parcela da população, o acesso ao mundo urbano e as atividades comerciais propiciaram mudanças comportamentais que resultaram em alianças matrimoniais mais abertas entre jovens italianos e pessoas da sociedade local. Em função disso, apoiados nos avanços da Demografia Histórica e da História da Família apostamos na análise quantitativa e nominativa para explorar as práticas culturais que esses imigrantes construíram na sociedade receptora. IX Seminário Nacional do Centro de Memória UNICAMP, 29 a 31 de julho de 2019. RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir as pautas matrimoniais vigentes em um município típico da economia cafeeira paulista, entre 1860 e 1930, tomando tal variável como indicador do vigor da identidade étnica e do grau de assimilação dos estrangeiros na sociedade local. São Carlos foi fundado em 1857 e conformou-se, a partir da penúltima década do século XIX, como um município bastante representativo da economia cafeeira que se desenvolveu no Estado. De fato, com uma mão de obra inicialmente composta por escravos negros, a partir dos anos 1880 o município passou a receber expressivas levas de imigrantes europeus – italianos, portugueses, espanhóis e outros numericamente menos significativos – para trabalhar nas plantações de café, a ponto de, em 1894, ter recebido o maior contingente de imigrantes de todo o interior paulista. A partir de uma análise dos 15.011 registros paroquiais de casamento observados no período, o trabalho discute a evolução das preferências matrimoniais desses diversos grupos que, ao lado de brasileiros brancos e negros, conformaram uma população estimada em 60 mil indivíduos em 1930. Os dados analisados indicam que a origem nacional atuou como condicionante muito significativo das opções matrimoniais efetivamente concretizadas até pelo menos final dos anos 1920. Assim, as evidências colhidas apontam que pelo menos as primeiras duas gerações de indivíduos de origem imigrante, que viveram em São Carlos até a Grande Depressão do final da década de 1920, mostraram-se bastante resistentes ao processo de assimilação, pelo menos sob o ângulo das pautas matrimoniais. Palavras-chave: Casamentos. Imigração. Endogamia. Etnicidade. Economia cafeeira. São Paulo. R. bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 29, n. 1, p. 169-189, Jan./Jun. 2012. |
Categorias
Tudo
arquivos
Fevereiro 2024
|