RESUMO
O artigo descreve e analisa os discursos e as ações de uma rede de atores governamentais e não governamentais produzidos durante uma série de eventos – uma audiência pública, a criação de um albergue emergencial e um festival cultural – que teve como objetivo central a visibilização da questão migratória como problema contemporâneo. Analisando essas iniciativas e as mais recentes práticas dos próprios refugiados e imigrantes na cidade, o artigo reflete sobre a articulação e o entrelaçamento da implementação de direitos com o humanitarismo no Brasil contemporâneo. A argumentação está amparada em uma etnografia multissituada das relações de saber e poder que produziram a imigração e o sujeito imigrante como tipo particular de população urbana suscetível de intervenção mediante uma complexa trama de atores, tecnologias, saberes e relações em Porto Alegre e São Paulo, entre os anos 2013 e 2016. Palavras-chave: Imigração; Refúgio; Vítima; Sofrimento; Humanitarismo; Cidade PLURAL, Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v. 25.2, p. 90-111, 2018. RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a questão da moradia entre imigrantes bolivianos em São Paulo, buscando investigar até que ponto existe uma correlação entre a “ilusão do provisório” – inerente à condição do imigrante (Sayad, 1998) – e as formas precárias de habitar na cidade. Tais formas podem ser definidas como moradias da pobreza e (ou) “nomadismo urbano” (Véras, 2003b; 2016a). A pesquisa, utilizando-se da combinação de método qualitativo, pelas entrevistas com bolivianos (nos bairros do Brás e Grajaú), e o quantitativo, por meio de levantamento dos dados de Censos Demográficos do IBGE, indica uma interdependência entre as formas precárias de habitar dos bolivianos e a ideia de provisoriedade que eles têm de sua permanência no país. Palavras-chave: Imigração. Bolivianos. Cidade. Moradia. Provisoriedade. Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 87, p. 609-622, Set./Dez. 2019. RESUMO
Este artigo discute a presença de imigrantes chineses no Brasil, a partir das memórias da família Lee/TaGein, que chegaram ao Brasil entre as décadas de 50 e 70, estabelecendo-se no estado de São Paulo. A abordagem desafia a popular representação dos imigrantes na historiografia brasileira que se concentra em estudos sobre imigrantes italianos, espanhóis, e de certa forma perifericamente nos japoneses e libaneses, negligenciou a participação de imigrantes chineses nos movimentos migratórios que marcaram a história do país a partir do último quartel do século XIX na primeira metade do século XX. Desafia ainda a ideia de importância quantitativa, que atribui aos grupos de maior expressão numérica uma importância histórica mais relevante, ao enfatizar a micro história e a importância das memórias de imigrantes para entender a composição do tecido social brasileiro. Uma breve discussão sobre a produção acadêmica sobre estes imigrantes no Brasil revela que a maioria dos estudos não estão situados na historiografia, contudo, qualquer estudo sobre a presença chinesa no Brasil tem, de alguma forma, que evidenciar a trajetória desta corrente migratória. Na história, a análise transnacional provou-se essencial para o entendimento dos elementos em jogo no processo migratório: a conjuntura histórica na China, no Brasil e em parte as experiências em países como os Estados Unidos, ajudam a entender o processo. No cerne, está a conexão entre as memórias familiares e a história de dois países: a China e o Brasil. Palavras-chave: Imigração; Chineses; Memórias, História Transnacional, Micro História. Revista de Ciências Humanas e Sociais, vol. 4, n. 2, jan.-jul. 2018. RESUMO
Tendo em vista o aumento da procura por informações históricas e culturais da Croácia, em especial por aqueles com ascendentes em países membros do antigo Império Austro-Húngaro, aliado ao fato da escassez de trabalhos publicados nesta área devido à sua complexidade ou à indisponibilidade de literatura, apresento de forma concisa elementos que definem a situação da Croácia desde meados do século XIX até as primeiras décadas do século XX. Este período compreende sua primeira fase de imigração ao Brasil, bem como as características do “austríaco-croata” e o estabelecimento destes em São Paulo, em especial no núcleo colonial de Pariquera-Açu. Utilizo como modelo uma família de emigrantes da Eslavônia, região no leste da Croácia, porém, o artigo menciona fatos históricos mais abrangentes para que outros pesquisadores possam ter uma visão geral das origens, destinos e características destes imigrantes no intuito de localiza-los no Estado de São Paulo. Revista da ASBRAP, n. 27, 2020, p. 151-199. Trecho extraído do artigo. "..." In: HONORATO, Cezar & OLIVEIRA JUNIOR, Alcidesio de (Orgs.). Portos e cidades portuárias em questão. Niterói: POLIS UFF, 2020, p. 388-421.
RESUMO
Este breve artigo objetiva analisar a região portuária do Rio de Janeiro no século XIX, através da sua evolução urbana, de forma coerente com a dinâmica demográfica imposta à cidade nas esferas mundial, nacional e regional. Tomando como premissa suas características econômico-sociais, marcadas pelo funcionamento do porto de maior tráfego de pessoas e mercadorias no hemisfério sul, buscaremos demonstrar como as freguesias portuárias suportavam grande densidade populacional, sendo as mais populosas da maior cidade e capital do Império do Brasil. Intentaremos traçar, também, um perfil étnico-social da população que ocupou a região, demonstrando o seu caráter comum: a pobreza. Palavras-chave: Região portuária; Rio de Janeiro; demografia; História Social Almanack, Guarulhos, n. 21, p. 166-204, abr. 2019. "o que representa a figura de 'Jacinto'? O texto então divide-se em duas partes: em um primeiro momento pretende-se compreender a formação da representação do trabalhador portuário na cidade de Santos. Por que estão ausentes os negros nos postais? Qual a razão da constituição da representação da imagem de trabalhadores operários enquanto homens brancos e imigrantes? Existiria uma possível invisibilização da memória negra nesse tipo de ocupação na primeira república? Por fim, contrastando com esta ausência do elemento negro nas imagens de 'Jacinto', emerge-se a participação social de ex-escravizados na cidade de Santos no pós-abolição. Se o negro estava presente nessas contendas por terras e trabalhos, por que estaria ausente das imagens registradas? Por meio de jornais e periódicos, evocam-se conflitos urbanos de caráter étnico entre 'nacionais e estrangeiros'."
Anais do 31 Simpósio Nacional de História - História, Verdade e T Tecnologia - Organização Márcia Maria Mendes Motta - São Paulo: ANPUH-Brasil, 2021. RESUMO
A história das migrações internacionais no Brasil passa, necessariamente, pela relevância da cidade de Santos, situada no estado de São Paulo. O período denominado como a “grande imigração”, que se estendeu por aproximadamente sessenta anos, compreendendo a transição dos anos oitocentistas às primeiras décadas do século vinte, posicionou esse litoral como um dos eixos articuladores dos fluxos massivos de populações estrangeiras que tanto rumaram ao interior cafeeiro e à capital paulista, quanto se instalaram nesse território praiano em transformação, onde a logística do ciclo do café despontava como estratégica e indispensável. O presente estudo tem como objetivo expor um panorama histórico das migrações internacionais em Santos, analisando, de forma articulada e com base na ainda diminuta historiografia sobre o assunto, a contribuição dos diferentes povos na constituição e nas metamorfoses desencadeadas nessa urbe, na virada do século do café. Conclui-se que as distintas migrações internacionais alocadas em Santos nessa transição histórica foram substanciais para a modernização da cidade e para a composição do caráter multicultural da atual população santista. Palavras-chave: Santos; Imigrantes; Café; Modernização. XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em São Paulo (SP) - Brasil, de 24 a 28 de novembro de 2014. "emigração portuguesa para o brasil nos fins do século xix", por josé alberto dos santos marques8/4/2022 RESUMO
A declaração de independência do Brasil, em 1822, não constituiu uma ruptura com Portugal. A presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro 1807-1821 determinou que muitos portugueses se estabelecessem lá. Este processo de instalação gradual das famílias criou algum tipo de fascínio pela terra brasileira. Assim, ao longo do século XIX, os embarques para aquela terra quase sempre foram em busca de fortuna. Em nosso trabalho vamos seguir, por meio da análise dos passaportes emitidos pelo Governo Civil de Lisboa, das listas de passageiros e da correspondência desse movimento do Brasil. De lá, ele vai decorrer uma análise social, econômica, política, cultural e, também, das duas comunidades. Palavras-chave: Brasil; Emigração; Portugal; Século XIX. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 16, n. 25, 2º semestre 2015, p. 292-317. |
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