RESUMO
Estuda-se as mulheres trabalhadoras do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, tendo como ponto de partida um acervo de entrevistas, produzido na década de 1990 e através do qual se procura analisar as narrativas das mulheres, que tem como elemento comum, a descendência germânica e o ofício nas fábricas da região de imigração alemã. As narrativas das mulheres, que falam de suas próprias experiências, das mudanças de comportamento e da compreensão das suas identidades de gênero, aparecem como elementos de maior importância, na medida em que as memórias destas mulheres permitem avaliar os motivos, aspirações, frustrações e também suas próprias experiências pessoais, no que se refere ao trabalho fora de casa. Metodologicamente a pesquisa fundamenta-se na história oral entendida na perspectiva de Meihy (2006) em que ela não é só uma metodologia, não apenas como fonte ou forma de acesso ao conteúdo, mas recurso de conhecimento que envolve a comunicação entre entrevistador e entrevistado, a oralidade e a escrita do pesquisador numa perspectiva que envolve o presente e o passado, enquanto memória. Palavras-chave: Mulheres trabalhadoras; Vale dos Sinos (RS); Industrialização. História e Cultura. Artigos Livres e Resenhas. vol. 10, n. 2, dez./2021. RESUMO
Neste artigo, pretende-se evidenciar as narrativas das mulheres japonesas da cidade de Santa Maria no que se refere à gastronomia nipo-brasileira como elemento de etnicidade. Espera-se, principalmente, dar voz às suas memórias, no que tange aos seus saberes culinários, reconhecendo na subjetividade do seu discurso os traços diacríticos que compõem a identidade nipo-brasileira, e demonstrar seu papel e seu modo de viver, agir e pensar na comunidade nikkei de Santa Maria, desde a época da imigração aos dias atuais, seja como mulher, agricultora, esposa, filha ou estudante. São essas peculiaridades da etnicidade que colaboram para a construção da identidade, perpassando a memória do grupo e sendo transmitidas através das gerações pela oralidade. Palavras-chave: cultura japonesa, memória, gastronomia típica, identidade étnica, mulheres japonesas em Santa Maria. História Oral, v. 16, n. 1, p. 103-123, jan./jun. 2013. RESUMO
Este artigo é resultado de pesquisa etnográfica que temos desenvolvido entre/com ítalo-brasileiros em Santa Maria e cidades da Quarta Colônia de Imigração Italiana/RS, Brasil. Nosso objetivo é analisar as dinâmicas envolvidas no processo de reconhecimento legal da cidadania italiana, bem como o valor atribuído ao passaporte italiano. Observamos que o passaporte, para além de um documento (objeto), cristaliza valores afetivos e simbólicos que o tornam mais relevante que o tempo de espera pela cidadania e o custo econômico que esse processo demanda. Palavras-Chave: dupla cidadania; ítalo-brasileiros; passaporte. REMHU, Rev. Interdiscip. Mobil. Hum., Brasília, v. 27, n. 55, abr. 2019, p. 165-180. RESUMO
As vilas mineradoras de Arroio dos Ratos e Butiá, no Rio Grande do Sul, eram, na primeira metade do século XX, uma das maiores concentrações de trabalhadores do sul do Brasil. Com cerca de 7 mil operários concentrados, a região foi líder na produção brasileira de carvão mineral até o fi m da II Guerra Mundial. Ao fi nal do confl ito, mesmo com a queda da demanda pelo produto, houve um grande incentivo à imigração de refugiados europeus, em especial russos, poloneses, alemães, ucranianos e outros. Tal contexto gerou um aumento na concentração de nacionalidades e etnias nas vilas, bem com um incremento nos mecanismos de controle da mão de obra, incluindo a classifi cação dos trabalhadores em “bons”, “regulares” e “maus” pelas grandes empresas mineradoras. A partir da documentação empresarial até então inédita, este estudo analisa o processo de “importação” dos trabalhadores via instrumentos diplomáticos e governamentais e as estratégias de comando patronais, bem como experiências de resistência e de adaptação dos operários ao cotidiano extremamente insalubre das minas de carvão. Palavras-chave: trabalho, imigração, mineiros de carvão. Varia História, Belo Horizonte, vol. 37, n. 74, p. 565-590, Maio/Ago. 2021. RESUMO
Desde meados da segunda década do século XX, a Serra Gaúcha recebe imigrantes/migrantes muçulmanos. A partir do século XXI, no entanto, a imigração senegalesa, em especial para Caxias do Sul, vem tornando pública as manifestações religiosas do Islã. Essas, anteriormente restritas ao espaço privado, vêm despertando a atenção da sociedade local, majoritariamente católica. Este estudo analisa a relação deste Islã, migrante da África Central, com a comunidade “tradicional da região”, identificando a recepção e a compreensão do mesmo. Utiliza-se como fontes a imprensa regional e a história oral, de forma a perceber o acolhimento do grupo muçulmano. O Islã é uma religião que ocupa significativo espaço na mídia contemporânea e sua inserção na sociedade brasileira merece atenção dos historiadores da religião. E, ainda, seus praticantes, em seus processos de migração, reelaboram identidades religiosas locais. Palavras chave: Imigração. Religião. Senegaleses. Islã. História. RIHGRGS, Porto Alegre, n. 155, p. 185-209, dezembro de 2018. RESUMO
O trabalho recupera aspectos da história das Sociedades Portuguesas de Beneficência do Rio Grande do Sul na segunda metade do século XIX, especificamente nas cidades de Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande e Bagé, e sua importância enquanto suporte assistencial, social e cultural em face ao fenômeno da imigração portuguesa para o Brasil durante o período. A Sociedade Portuguesa de Beneficência é uma instituição hospitalar criada por imigrantes portugueses no Brasil e no mundo colonial português, dependente do pagamento e de doações advindas, normalmente, dos seus associados. Na Província, as funções primordiais das beneficências pautavam-se pela promoção da representação pública dos imigrantes como indivíduos de boa educação e cultura, e também na promoção à devoção régia da monarquia portuguesa, o que revela relações simbólicas de poder, que atravessam o funcionamento dessas instituições. Neste sentido, o estudo analisa como o apoio e a proteção das Sociedades aos imigrantes e população em geral ultrapassara a função primordial de hospital para agregar questões de identidade e memória lusa no movimento à lusofonia. Palavras-chave: Imigração Portuguesa. Hospitais de Beneficência Portuguesa. Identidades. Revista Memória em Rede, Pelotas, v. 11, n. 20, Jan./Jun. 2019, p. 43-59. RESUMO
Objetiva-se uma análise comparativa das experiências de escolarização primária entre imigrantes eslavos e peninsulares itálicos que se estabeleceram no Paraná a partir da última quinzena do século 19. Ao lançar um olhar panorâmico sobre o processo de colonização estrangeira no Estado, destacamse as iniciativas dos imigrantes para a criação de diferentes tipos de escolas elementares. Com o intuito de compreender as singularidades dessas iniciativas, a presente proposta insere-se na perspectiva da história cultural. O estudo oferece uma reflexão sobre as possibilidades de escrever uma história da escola no contexto da imigração paranaense. Visa compreender a escola como um lugar de cultura e a sua institucionalização como um processo eminente de disputas e embates políticos. P a l a v r a s - c h a v e: colônias; instituições escolares; escolas étnicas. Revista Brasileira de História da Educação, 20, e106, 2020. RESUMO
O referido artigo aponta as implicações do processo de nacionalização compulsória a uma escola alemã comunitária coordenada por uma Associação Escolar e mantida por uma Sociedade estabelecida no município de Porto União (SC), criada no final do século XIX e fechada oficialmente em 1939. A pesquisa teve por objetivo mostrar as consequências desse processo de nacionalização da educação, no cotidiano da escola alemã de Porto União (SC), mediante as exigências do Decreto Federal nº 406, de 04 de maio de 1938, conhecido como Lei da Nacionalização, culminando com o encerramento das atividades da mesma. A investigação utilizou de pesquisa bibliográfica e análise documental tendo como fonte o Livro de Atas da Associação “25 de Julho” de 1938 a 1941. Toma por base os estudos sobre as escolas alemãs em Santa Catarina de Klug (2003) e os estudos sobre as escolas comunitárias no Brasil de Kreutz (2000). Aponta-se como resultado os esforços, por parte dos membros da associação e da comunidade, para manterem a escola em funcionamento e, ao mesmo tempo, a negativa da Secretaria do Interior e da Justiça do Estado de Santa Catarina. Palavras-chave: História da Educação. Escola alemã. Nacionalização do ensino. Revista Pedagógica, vol. 23, p. 1-26, 2021. "a reconstrução histórica das instituições escolares étnicas no paraná", por vera lúcia martiniak11/1/2022 RESUMO
Este texto apresenta resultados preliminares de pesquisa que busca compreender a institucionalização das primeiras escolas étnicas no Paraná, a sua forma de organização curricular e como se articulavam ao processo histórico do país no início da Primeira República. As escolas étnicas ensinavam a língua materna e a preservação da sua cultura. Por outro lado, o processo imigratório acelerou o movimento de colonização no Paraná, com ocupação dos espaços vazios propícios ao desenvolvimento da agricultura, o comércio e indústria e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado. Assim, houve o incentivo ao desenvolvimento das cidades, que estimulou o comércio e fomentou a criação de serviços de infra‐estrutura. Neste contexto histórico procura‐se compreender a importância da atuação e a influência das escolas étnicas para a organização educacional no Paraná, até a sua extinção com a política de nacionalização que provocou mudanças na organização didática e pedagógica destas instituições. O eixo teórico-metodológico permite reconstruir uma história totalitária, analisando os determinantes econômicos, políticos e sociais. Para compreender a institucionalização das escolas étnicas no Paraná, partiu‐se da análise dessa conjuntura, bem como o levantamento e catalogação das fontes primárias e secundárias, selecionadas em instituições públicas, museus e acervos particulares. Palavras-chave: Instituições escolares. Imigração. Escolas étnicas. ANTÍTESES, vol. 8, n. 15, p. 423-447, Jan./Jun. 2015. |
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