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Società Italiani Uniti, Araraquara (SP) - Parte interna do prédio (membros da diretoria) e sede social
A Società Italiani Uniti (SIU) foi fundada em 5 de outubro de 1902 sob a denominação de Società Italiana di Beneficenza, posteriormente modificada na ocasião de sua fusão com a Società Italiana di Mutuo Soccorso, em 15 de novembro de 1920. Ela se caracterizava como uma associação de beneficência, porém seu espaço era partilhado, pois, ao mesmo tempo, funcionava como centro de filiação ao Fascio italiano all’estero, cuja seção intitulava-se “Santino Calvi”. Além disso, a SIU era permeada pela maçonaria. Em 1937, em sua sede social também funcionava a Agência Consular. |
Casa d'Itália, Catanduva (SP)
Na Assembleia do dia 10 de julho de 1937 ocorreu a transformação da Società Italiana di Mutuo Soccorso “Gabriele d’Annunzio” em Casa d’Italia (Cd’I). Segundo consta, as Cd’I foram construídas para dar margem ao projeto fascista da Opera Nazionale Dopolavoro (Organização Nacional dos Trabalhadores), que tinha como objetivo ocupar o tempo livre dos italianos e de seus descendentes por meio de diversas atividades culturais, com o intuito de difundir a propaganda fascista, conservar a italianidade, entre outros, sob a direção fascista e o permanente alerta do consulado. |
Caro leitor,
Sempre recebo mensagens de pessoas interessadas em conhecer parentes imigrantes que chegaram ao Brasil no passado histórico da imigração, seja para esclarecer dúvidas no processo de cidadania ou para complementar lacunas na construção da árvore genealógica da família. De fato, realizei uma investigação sistemática em minhas pesquisas do doutorado, contemplando os imigrantes que pertenceram às associações italianas, localizadas em Araraquara e Catanduva, que resultou em mais de setenta biografias. Exponho todas de A-Z; espero que a minha contribuição seja útil!
Ao final, você vai encontrar uma rica bibliografia sobre imigração italiana.
Como citar: Teixeira, Rosane Siqueira. Associações italianas no interior paulista num espaço partilhado. Nacionalismo e italianidade sob a perspectiva da história local. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2011. 266 p.
Antes de iniciar, é importante assinalar que todo contexto de reconstrução das trajetórias foi extraído de diversas fontes, portanto, me eximo de eventuais divergências.
Lista de Abreviaturas
AESP – Arquivo do Estado de São Paulo
APHRT – Arquivo Público Histórico “Rodolpho Telarolli”, Araraquara (SP)
DEOPS – Delegacia de Ordem Política e Social
LMCUT – Loja Maçônica Caridade Universal Terceira, Araraquara (SP)
MPA – Museu Padre Albino, Catanduva (SP)
PNF – Partido Nacional Facista
SIB – Società Italiana di Beneficenza, Araraquara (SP)
SIBGd’A – Sociedade Ítalo-Brasileira Gabriele d’Annunzio, Catanduva (SP)
SIMS – Società Italiana di Mutuo Soccorso, Araraquara (SP)
SIMS”Gd’A” – Società Italiana di Mutuo Soccorso “Gabriele d’Annunzio”
SIU – Società Italiani Uniti, Araraquara (SP)
SMU – Società Meridionali Uniti, Araraquara (SP)
ABRITTA, Gaspare
Gaspare Abritta nasceu na província de Cosenza, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1874. Ele foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira delas foi no seu casamento, em 1902, com Angela Croci, nascida em Piracicaba, mas filha de italianos. Na ocasião, Gaspare tinha 28 anos. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), que, em 1904, ele possuía um comércio de “fazendas, chapéus, calçados, armarinhos, livros e pápeis e louças”. Já no período entre 1908 e 1913, Gaspare amplia seu comércio e coloca gêneros alimentícios. Gaspare ocupou cargos na SIU, consecutivamente, entre os anos de 1921 e 1928.
ALIMONDA, Paolo
Paolo Alimonda nasceu na Itália no ano de 1875. Não sabemos a província, mas, provavelmente, ele era oriundo da região Norte, pois teve participação na diretoria da SIB. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), ele foi registrado apenas duas vezes. A primeira, em 1904, Paolo ainda era solteiro, comerciante e residia em Araraquara. A segunda foi na ocasião de seu casamento no ano de 1912. Segundo o Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), em 1913, ele possuía um comércio de salsichas, carnes e salames, na cidade de Rincão (perto de Araraquara). Já em 1916, Paolo era proprietário de uma fábrica de gelo denominada “A Polo Norte”, localizada em Araraquara (APHRT, jornal “O Araraquarense”, Araraquara, 10 de fevereiro de 1916).[1] Sabe-se que ele fez uma única compra de imóvel, no valor de dois contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como dissemos, ele participou da diretoria da SIB. Paolo foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria em sete gestões.
[1] Sabe-se que essa fábrica foi fundada por Americo Danielli e que Paolo Alimonda começou como gerente.
ANGELIERI, Gregório
Gregório Angelieri nasceu na província de Catanzaro, região da Calábria (Sul da Itália), em 1886. Ele foi inscrito nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) nove vezes, sendo a primeira na ocasião de seu casamento com a italiana Carmela Fabrizio, no ano de 1902. Ele tinha 19 anos. Em seu registro no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), consta que ele exercia a profissão de barbeiro. Gregório ocupou cargos na diretoria da SIU, em cinco gestões (1921─1922, 1928─1930).
AUFIERO, Giuseppe
Giuseppe Aufiero, um dos homens mais importantes da SIU, nasceu na comune de Santa Paolina, província de Avellino, na região da Campânia (Sul da Itália), no dia 12 de outubro de 1880. Graduou-se em medicina na Universidade de Nápoles e, chegando ao Brasil, no início do século XX, convalidou o seu diploma na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Aufiero morou em Matão, pequeno município perto de Araraquara, durante dois anos. Em 1908, retornou à Europa e lá permaneceu por dois anos, para fazer uma especialização em cirurgia geral, em Paris. Após ter concluído a especialização, ele retornou ao Brasil, em 1910, e fixou residência em Araraquara. Segundo consta, em 1914, a situação de Aufiero já era de franca prosperidade. Ele construiu uma clínica, em Araraquara, localizada na Rua 4 ─ “Clínica Aufiero” ─, cujo prédio apresentava acomodações espaçosas e era muito elegante. Ele era estudioso por vocação e gosto e, além do português, Aufiero também falava outras línguas como: o latim, o alemão e o francês. Nas horas vagas, lia Balzac e recitava D’Annunzio. Frequentemente, ia a São Paulo e periodicamente à Europa. Aufiero veio casado da Itália. Sua esposa chamava-se Concheta, com a qual teve dois filhos: Roberto e Colomba. Em 1918, quando ocorreu uma grande epidemia de febre amarela em Araraquara, Concheta a contraiu e faleceu nesse mesmo ano. Posteriormente, Aufiero se casou com outra italiana, mas não teve filhos. Ele faleceu em Araraquara no dia 28 de agosto de 1972 (TELAROLLI, 2002). Ele foi secretário do PNF (Partido Nacional Fascista) em Araraquara. O seu nome encontra-se registrado na “Relação dos fascistas inseridos no Partido Fascista Italiano, na seção do Braz”, conforme documentos do DEOPS (AESP, Acervo do DEOPS, Prontuário nº 27.804, 2° vol.). Em relação às transações de imóveis, verificou-se que ele fez compras e vendas entre os anos de 1912 a 1919. No total foram quatro e de valores abaixo de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Aufiero assumiu a presidência SIU em 1923 e ocupou esse cargo até o fechamento da mesma. Não temos informações de sua participação nas associações que antecederam a SIU.
BARBATO, Nicola
Nicola Barbato nasceu na província de Campobasso, região de Molise (Sul da Itália), no ano de 1882. Foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos, sendo o primeiro na ocasião de seu casamento com Ernestina de Oliveira Fava, em 1904. Era filho de Vincenzo Barbato (no casamento do filho, ele já era falecido) e Margarida Lero, ambos nascidos em Campobasso (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Nicola está inscrito como alfaiate entre os anos de 1908 e 1913. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) que a razão social de sua alfaiataria era “Nicolau Barbato &Irmão”[1]. Junto com a alfaiataria também funcionava um comércio de fazendas, armarinho, chapéus, roupas feitas etc. Consta que ele fez apenas uma transação de venda em 1921, no valor de quatro contos de réis (APHTR, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Nicola participou ativiamente da SIU, ocupando cargos por quase todo o periodo da sua duração e também era membro da LMCUT. Sobre ele, é interessante registrar uma publicação do jornal “O Imparcial”:
O Barbato
O Barbato mora em Araraquara há muito tempo. Antes de aqui chegar o automóvel, a luz e o telefone, chegou o Barbato. Ele e a alfaiataria. Mas em todo esse tempo não perdeu ele a pronúncia italiana. Toda tarde lá está o Barbato, na esquina, “aspetando uno vagabundo pra mechere”.
E o ‘vitimo’ sou sempre eu. Logo que me vê berra ele:
─ Ma, per Dio, quando que você pára de escrever aquelas bobagens do jornalo?
E, dedos unidos, sacudindo a mão perto do meu rosto, lança a sua eterna recriminação:
─ Sempre parlare de meninas, dos bailes, de tutas essas besteitas. Francamente, na Itália, você já teria apanhado. Fala de coisa séria, homem.
Mas falar de quem? Do Góes, do Getúlio, da Bancada Paulista, da ‘crise que nos sufoca’? Mas tudo isso é maior tolice do que as que digo diariamente e o Barbato lê…inevitavelmente…Lê só para falar mal depois, mas lê.
‘Salute’
DUKE (APHRT, jornal “O Imparcial, Araraquara, 18/05/1934).
BARBIERI, Rafaele
Rafaele Barbieri nasceu na Itália no dia 10 de outubro de 1890 (não há informações sobre o local de nascimento). Ele foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) somente uma vez, na ocasião de seu casamento. Ele se casou com Ida Benatti, brasileira, mas filha dos italianos Leonardo Benatti e Corina Lanzoni. Rafaele era filho de Giuseppe Barbieri e Annunciata Tucci Barbieri e era comerciante. Ele participou da diretoria da SIU apenas nas gestões de 1937 e 1938.
BATELLI, Luigi
Luigi Batelli nasceu na comune de Cordignano, localizada na província de Treviso, região do Vêneto (Norte da Itália), no ano de 1861. Ele foi registrado quatro vezes como padrinho de casamento, entre os anos de 1894 e 1906 (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Em 1899, seu nome consta do Livro de coleta de imposto de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de um depósito de aguardente. Já em 1913, além do depósito, ele era proprietário de uma cocheira. Luigi está incluído nos registros de imóveis desde o ano de 1895, fazendo uma única transação de compra, que foi realizada no ano de 1909, no valor de seiscentos mil-réis. Em relação às vendas, ele fez quatro, sendo a mais alta no valor de um conto e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Luigi era membro da SIB e foi eleito como conselheiro na gestão de 1911, mas ocupou o cargo por pouco tempo, pois, neste mesmo ano, houve outra eleição, como já tivemos a oportunidade de asinalar. Ele também foi membro da SIU, mas não participou da diretoria.
[1] Ele era irmão de Michele (mais velho três anos e exercia a profissão de barbeiro), de Vincenzo (mais velho um ano e possuía um armazém de secos e molhados) e de Caetano (dez anos mais novo), seu sócio na alfaiataria. Todos eram maçons.
BERTELLI, Ettore
Ettore Bertelli nasceu na comune de Paggio Rusco, província de Mântova, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1880. Chegou ao Brasil em 1913, onde se estabeleceu, primeiramente, na cidade de Jaboticabal, com a profissão de agricultor. Mudou-se, então, para Catanduva, onde trabalhou algum tempo como agricultor e, no ano de 1920, instalou a primeira casa de material de construção da cidade. Faleceu em 25 de julho de 1958 (SIBGd’A; QUAGLIA, 2003, p. 92). Ettore foi um dos fundadores da SIMS“Gd’A” e ocupou cargos na diretoria durante quase toda sua vida.
BIGNARDI, Augusto
De Augusto Bignardi temos poucas informações. Tudo indica que ele era oriundo da província de Ferrara, região da Emilia Romagna (Norte da Itália).[1] No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) está registrado, no ano de 1911, um restaurante e artigos para fumantes em nome de “A. Bignardi e irmão”. Talvez ele fosse sócio, pois nessa época, também existia Angelo Bignardi. O que podemos afirmar é que ele era engenheiro e diretor da Repartição de Obras Públicas da Prefeitura de Araraquara. Ele começou a integrar o quadro de funcionários a partir de 1913 (APHRT, Relatório do Prefeito Municipal Dario Alves de Carvalho referente ao exercício de 1913; diversos jornais pesquisados). Augusto fez transações de compras de imóveis, realizadas nos anos de 1908 e 1925, nos valores de quatro contos e quinhentos mil-réis, e de dezoito contos e quinhentos mil-réis, respectivamente (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da LMCUT e da SIU. Sabe-se que, nesta última, ele teve participação ativa, inclusive ocupando cargos na diretoria praticamente durante toda a sua vida.
BOCCUCCI, Alfredo
Alfredo Boccucci nasceu na província de Roma, região do Lácio (Itália Central), no ano de 1891. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), ele foi registrado cinco vezes entre os anos de 1911 e 1921. Consta que Alfredo era casado, artista e residente em Araraquara. Foi proprietário da “Alfaiataria Moderna” que, além de fazer roupas sob medida, vendia brins e casimiras nacionais e estrangeiras (APHRT, Jornal “Gazeta do Povo”, Araraquara, s/data, 1925). Sabe-se que ele fez transações de compras e vendas de imóveis. Uma compra em 1925, no valor de um conto e quinhentos mil-réis. E duas vendas, sendo a de maior valor realizada no ano de 1921, na quantia de dezessete contos e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Alfredo foi membro da SIU, mas ocupou cargo na diretoria em apenas uma gestão.
BORELLI, Pasquale
De Pasquale Borelli há escassas informações. Sabe-se apenas que ele nasceu na comune de Malito, província de Cosenza, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1879, e era casado e comerciante (SIBGd’A, Serviço de Registro de Estrangeiros – Delegacia de Polícia de Catanduva, 1941). Paschoal começou a ocupar cargos na SIMS“Gd’A” a partir do ano de 1932.
BLUNDI[2], Giuseppe
Giuseppe Blundi nasceu em Spezzano Albanese, província de Cosenza, região da Calábria (Sul da Itália), não se sabe a data, assim como não há informações de quando ele chegou a Araraquara. Há quatro registros dele nos Autos de Casamentos, nas datas: 29/01/1898, 7/06/1903, 22/5/1914 e 13/11/1916. As duas primeiras são como padrinho e as outras duas são dos casamentos dos seus filhos (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissões, 1899─1913 (APHRT), que no período de 1899 a 1904, ele possuía uma propriedade que funcionava como ferraria, carpintaria e fábrica de torrar café. Entre 1900 e 1901, seu capital estava registrado no valor de cinco contos de réis. Nos Autos de Casamentos do ano de 1903, por exemplo, ele foi qualificado como industrial. Percebe-se, portanto, que Giuseppe era um homem bem-sucedido. Ele teve participação na fusão da SIMS com a SIB e foi membro da SIU, porém, não ocupou cargos na diretoria.
BLUNDI, Antonio
Antonio Blundi nasceu em Araraquara no dia 16 de maio de 1890 e se casou com Thereza Passerine, natural de Jaboticabal e filha de italianos. O pai de Antonio chamava-se Ferdinando Blundi, que nasceu em Spezzano Albanese (Cosenza), região da Calábria, no ano de 1850. Ele era casado com Maria Guaglianoni, da mesma cidade. Não se tem notícias de quando eles vieram para Araraquara, mas consta que sua mulher faleceu na Itália em 1899. Antonio foi registrado quatro vezes nos Autos de Casamentos: 29/01/1898, 07/06/1903, 13/11/1916 e 28/06/1920 (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). A última é o do seu casamento. Consta no Álbum de Araraquara de 1915 (França, 1915), que ele ocupava o cargo de 1° suplente na Delegacia de Polícia e também era Agente Geral de Araraquara da “Companhia de Seguros de Acidentes Terrestres e Marítimos”, cuja sede era em São Paulo. Verificou-se que ele fez transações de compras e de vendas de imóveis, entre os anos de 1916 a 1922. Ao todo foram seis, sendo três compras no ano de 1916; uma delas no valor de dez contos de réis. Destaca-se, ainda, uma venda no valor de quinze contos de réis efetuada no ano de 1920 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Antonio participou ativamente da SIU, ocupando cargos na diretoria durante as gestões de 1921 e 1926─1938.
[1] Esse dado foi baseado no Auto de Casamento da filha de Giuseppe Bignardi. Ele era natural da comune de Argenta, província de Ferrara, na região da Emília Romana. Pelo fato de terem o mesmo sobrenome, presume-se que ele e Augusto eram parentes. É interessante notar que, em Araraquara, geralmente quando o italiano tinha o mesmo sobrenome, mas era oriundo de região diferente, acrescentava-se o nome da região de procedência depois do sobrenome. Todavia, esse não foi o caso dos Bignardi.
[2] Com o sobrenome Blundi há duas famílias que provavelmente deviam ser parentes, pois vieram do mesmo local, conforme já explicitado.
CARLINI, Domenico
Domenico Carlini nasceu na Itália no ano de 1870. Não há informações sobre a província de procedência, mas, provavelmente, ele era oriundo da região Norte, pois foi um dos fundadores da SIB. Domenico foi registrado seis vezes nos Autos de Casamentos, entre os anos de 1900 e 1922. O primeiro registro é o do seu casamento. Neste, consta que ele residia em Araraquara há mais de seis anos (antes de 1894) (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele foi cadastrado como possuídor de uma fábrica de gasosas, em 1899. Já de 1908 em diante, consta que Domenico era proprietário de uma fábrica de cervejas e gasosas. No último Auto de Casamento, ano de 1922, ele foi inscrito como industrial. Verificou-se que Domenico realizou duas transações de compras de imóveis e ambas no ano de 1912. A primeira, no valor de quinze contos de réis e, a segunda, de oito contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Além de Domenico ter sido um dos fundadores da SIB, também ocupou cargos na diretoria, inclusive na presidência. Foi membro da SIU, mas participou da diretoria em apenas uma gestão.
CASALE, Eugenio
Eugenio Casale nasceu na província de Catanzaro, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1884. Foi registrado somente duas vezes nos Autos de Casamentos: em 1908 e 1922. A primeira delas, na ocasião de seu casamento. Consta que, neste ano, ele residia em São Carlos e era “viajante” (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Já em 1910, Eugenio está cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de um comércio de “chapéus, papéis e outros artigos”, na cidade de Araraquara. O mesmo registro se repete no ano de 1911. Ao que tudo indica, ele se casou e fixou residência em Araraquara. Verificou-se que ele realizou uma venda de imóvel no ano de 1921, no valor de quinze contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Eugenio foi membro da SIU e participou da diretoria na gestão de 1921.
CESTARI, Alberto
Alberto Cestari nasceu na Itália no ano de 1870. Não há informações sobre a província de procedência, mas certamente ele era oriundo da região Norte, pois foi um dos fundadores da SIB. Nos Autos de Casamentos, ele foi registrado seis vezes no período que se estende de 1907 a 1928. Consta que Alberto era casado, pintor e residia em Araraquara (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). De fato, os mesmos dados estão inscritos no Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT). Sabe-se que ele realizou uma compra de imóvel, no ano de 1921, no valor de um conto e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele foi um dos fundadores da SIB, como já dissemos, e ocupou cargos na diretoria por diversas vezes. Alberto também foi membro da SIU, mas não participou da diretoria.
CHECCHI, Americo
De Americo de Checchi as informações são escassas. Dele, não se pode afirmar nem a nacionalidade. Teve apenas um registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), mas não houve qualificação. Sabe-se apenas que, nos anos de 1912 e 1913, ele foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de um açougue. Verificou-se que Americo vendeu um imóvel no ano de 1927, no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele foi membro da SIU e participou somente da gestão, do ano de 1923.
CHECCHI, Anselmo
Anselmo de Checchi nasceu no Brasil no ano de 1894, mas não se sabe o local. É possível que haja algum grau de parentesco entre ele e Americo de Checchi, contudo não há dados que comprovem. Ele teve um registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) no ano de 1924. Consta que ele era solteiro, comerciante e residente em Araraquara. Sabe-se que Anselmo fez uma transação de compra e outra de venda de imóveis, respectivamente nos anos de 1927 e 1928. Na primeira, adquiriu um imóvel por de três contos de réis. E, na segunda, vendeu outro, no valor de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Anselmo participou da SIU e ocupou cargos nas gestões de 1929 a 1931.
DAVOLI, Pietro
Pietro Davoli nasceu na Itália no ano de 1867, porém, não se sabe a província. Possivelmente, era oriundo da região Norte, pois participou da diretoria da SIB. Foi registrado cinco vezes dos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), no período que se estendeu de 1895 a 1908. Consta que Pietro se casou no ano de 1898 com uma italiana. Ele está inscrito como carroceiro. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Pietro foi cadastrado nos anos de 1908 e 1910 como proprietário de uma cocheira. Sabe-se que Pietro fez poucas movimentações de compras e vendas de imóveis. Adquiriu dois imóveis de baixos valores, respectivamente nos anos de 1909 e 1924; fez uma venda, no ano de 1918, no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como já dissemos, ele ocupou cargos na SIB, mas não há informações de sua participação na SIU.
DESTEFANI, Umberto
Umberto Destefani nasceu na província de Mantua, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1885. Encontramos quinze vezes o seu registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), no período que se estendeu de 1902 a 1919. Uma delas refere-se ao seu casamento no ano de 1906, quando ele ainda era empregado no comércio. Foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) a partir do ano de 1908, como possuidor de um restaurante. Já em 1913, ele estava inscrito como proprietário de um “restaurante, botequim e artigos para fumantes”. Consta que fez cinco transações de compras de imóveis e duas de vendas entre os anos de 1908 a 1922. A mais alta foi uma venda de vinte contos de réis realizada no ano de 1914 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIB e ocupou o cargo de conselheiro, em 1908. Também participou da fusão da SIB com a SIMS e foi sócio da SIU. Umberto faleceu no ano de 1924.
DONZELLI, Giuseppe
Giuseppe Donzelli nasceu na província de Mantua, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1883. Foi registrado vinte e uma vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) durante o período que se estendeu de 1906 a 1929. A primeira, em 1906, na ocasião de seu casamento. E, as outras, como padrinho de casamento. Consta, entre os anos de 1908 e 1913, no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), que ele exercia a profissão de alfaiate. Em 1913, Giuseppe já possuía estabelecimento próprio, com comércio de roupas, bengalas e chapéus. Sua loja era denominada “Alfaiataria Ítalo-Brasileira” e localizava-se na Rua do Comércio (França, 1915). Verificou-se que ele fez transações de compras de imóveis: um total de seis durante os anos de 1919 a 1924. A de maior valor foi realizada no ano de 1914, no montante de sete contos e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giuseppe participou da diretoria da SIB, em duas gestões. Ele também foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria, por sete gestões.
FERMIANO, Pasquale
Pasquale Fermiano nasceu na Itália (não se sabe a província) no ano de 1868. Foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889-1932, APHRT). A primeira, em 1917, no casamento do seu filho, e, a segunda, em 1927, no casamento da sua filha, ambos já nascidos em Araraquara. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) que, em 1899, ele tinha o ofício de carpinteiro e ferreiro. Anos mais tarde, precisamente em 1911, foi cadastrado como proprietário do seu próprio estabelecimento, ainda com a mesma profissão. Pasquale fez quatro transações de imóveis entre os anos de 1905 e 1921. Três delas comprando e a outra vendendo. O maior valor foi o da compra realizada no ano de 1921: cinco contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele participou da fusão da SIB com a SIMS, mas não há referências de sua participação na SIU.
FERMIANO, Pietro
Pietro Fermiano nasceu em São Carlos (SP), no dia 18 de março de 1894. Era filho dos italianos Pasquale Fermiano e Rosina Benincasa e exercia a profissão de guarda-livros. Pietro foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), apenas uma vez, na ocasião de seu casamento. Ele ocupou cargos na SIU, em seis gestões.
FERRAREZI, Giuseppe
Giuseppe Ferrarezi nasceu na província de Rovigo, região do Vêneto (Norte da Itália), no ano de 1887. Foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) sete vezes. A terceira foi na ocasião de seu casamento com a italiana Macedonia Pauerini, em 1909. Até essa data consta que ele exercia a profissão de sapateiro. Já nos registros posteriores (1918, 1921, 1925 e 1926), Giuseppe foi inscrito como comerciante. Ele participou de duas gestões da SIU, respectivamente em 1923 e 1924.
GALEAZZI, Pietro
Pietro Galeazzi nasceu na Itália no ano de 1873, mas não se sabe a província. Provavelmente, deve ter nascido na região Norte, pois ocupou cargos na SIB. Foi inscrito oito vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) durante o período de 1896 a 1923. O primeiro registro é o do seu casamento com a italiana Lucia Pazelle.[1] Consta que ela faleceu dois anos depois, em 1898, e após algum tempo ele se casou novamente. Entre os anos de 1896 e 1897, ele foi registrado como lavrador e residente no município. O nome de Pietro somente começou a aparecer no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) a partir de 1908, no qual constava que ele tinha um comércio de aguardente. Já em 1913, ele está cadastrado como proprietário de um comércio de “aguardente, material para construção, ferragens etc.” Já no Álbum de Araraquara, 1915 (FRANÇA, 1915) o seu comércio está registrado como “armazém de secos e molhados, louças, cristais etc.” O nome do seu estabelecimento era “Casa da Ancora” e estava situado na Rua do Comércio, 86. Verificou-se que, em 1907, ele adquiriu um imóvel no valor de oitocentos mil-réis, talvez para fixar residência na cidade. Ele fez diversas transações de compras e vendas de imóveis durante o período de 1907 a 1928, a maioria de valores consideráveis como, por exemplo, uma venda de trinta e cinco contos de réis, em 1919 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Pietro participou da política de Araraquara no cargo de vereador nas gestões de 1926─1928 e 1929─1930 (Souza, 2003). Como dissemos, ele fez parte da diretoria da SIB. Sua atuação na SIU foi intensa. Ele ocupou cargos, sobretudo o de tesoureiro, durante toda a existência desta associação (1920─1941).
GIGLIO, Caetano
Caetano Giglio nasceu na Itália no ano de 1871. Apesar de não sabermos a província de procedência, deduzimos que ele era oriundo da região Sul, pois participou da diretoria da SMU. Ele foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) apenas duas vezes. Uma delas em 1907, e a outra em 1914. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele foi cadastrado, entre os anos de 1899 e 1904, como proprietário de um comércio de secos e molhados. A partir de 1909, Caetano foi inscrito como alfaiate. Na verdade, no Auto de Casamento do ano de 1907, ele já constava com tal profissão. Verificou-se que ele vendeu o imóvel, no ano de 1914, no valor de trezentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como dissemos, Caetano foi membro da SMU e ocupou cargos na diretoria. Ele também foi membro da LMCUT. Sabe-se que ele faleceu no ano de 1917.
GOLFIERI, Mário
Mário Golfieri nasceu na comune de Modena, região da Emilia-Romagna (Norte da Itália), no ano de 1867. Seu nome foi inscrito nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) apenas três vezes. A segunda foi na ocasião de seu casamento com a italiana Genoveza Zanella, em 1912. Consta no terceiro registro, ano de 1920, que ele exercia a profissão de guarda-livros. Mário foi presidente da SIB e ocupou cargos em algumas gestões. Na SIU, ele participou da diretoria nas gestões de 1923 e 1926.
GRANATA, Gennaro
Gennaro Granata nasceu na comune de Malito (Cosenza), região da Calábria (Sul da Itália), no dia 7 de fevereiro de 1900. Formou-se em medicina, em 1923, na Universidade de Nápoles. Nesta cidade, casou-se com Lydia Gravina, radicada em Araraquara (filha de Vincenzo Gravina e de Maria Luiza Gaetani Gravina), no ano de 1928 e, nesse mesmo ano, veio para o Brasil. Em Araraquara Gennaro montou a Clínica Esperança (Telarolli, 2002). Ocupou cargo na SIU somente no ano de 1932.
GRAVINA, Vincenzo
Vincenzo Gravina nasceu em Salerno, região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1869. Ele foi duas vezes padrinho de casamento, respectivamente nos anos de 1898 e 1910. Na primeira, Vincenzo ainda era solteiro (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Foi um homem de muitas posses e diversificou bastante os seus empreendimentos. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) que, desde o ano de 1901, Vincenzo era proprietário de um comércio de “fazendas, armarinhos, ferragens, louças e arreios”. Nessa época, ele já pagava um imposto equivalente a quinhentos e quarenta mil-réis. Em 1908, além do comércio, ele também está cadastrado como proprietário de máquina de beneficiar café e arroz. Além disso, ele era proprietário de uma gráfica. No Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) consta que Vincenzo era proprietário de uma fazenda situada no município de Araraquara, com trezentos e sessenta mil pés de café.[2] Durante todo o período em que ele foi inscrito no Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios (1895─1928, APHRT), Vincenzo efetuou oito compras de imóveis. As mais altas ocorreram nos anos de 1910, no valor de cem contos de réis, e em 1912, de setecentos e quarenta contos de réis, valor altamente expressivo. Ele foi membro da SIU e, durante as gestões de 1923 e 1924, ocupou o cargo de conselheiro.
GRAZIATO, Giovanni
De Giovanni Graziato pouco se tem notícias. Sabe-se que ele era italiano, mas não há informações da província de procedência e nem tão pouco de sua idade, pois em seu único registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) não consta a qualificação. Verificou-se, entretanto, que ele fez duas transações de compras nos anos de 1925 e 1926. A de valor mais alto, um conto de réis, foi realizada neste último ano (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giovanni participou da fusão da SIB com a SIMS. Ele foi membro da SIU, mas teve uma única participação na diretoria, especificamente na gestão de 1930.
GROSSI, Belarmino
De Belarmino Grossi não consta nenhum registro nos Autos de Casamentos. Mas ele foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT). Sabe-se que, no período de 1900 a 1901, ele tinha uma ferraria e serralheria, cujo capital era de duzentos réis. A partir do ano de 1904, Belarmino está registrado como engenheiro, carpinteiro e ferreiro. Em 1909, ele está inscrito, além de engenheiro, também como proprietário de uma pedreira. Tomamos conhecimento, por meio de Corrêa (1967, p. 196), que ele também foi encarregado dos serviços fúnebres no ano de 1891. A saber, esse serviço era subordinado ao governo municipal. No Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915), por sua vez, Belarmino está classificado apenas como engenheiro. Consta que ele realizou diversas obras para a prefeitura de Araraquara. O mesmo Álbum também informa que ele foi presidente da SIMS, o que sugere que a sua região de procedência era a do Centro da Itália. Belarmino apareceu várias vezes negociando imóveis, desde 1895 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Pode-se deduzir que ele era proprietário de terras extensas e as fracionasse para efetuar vendas menores, fazendo, assim, lucrativos negócios.[3] Não encontramos seu nome como integrante da SIU, porém, verificamos que ele foi membro da LMCUT.
GULLO, Vincenzo
Vincenzo Gullo nasceu no ano de 1889, na comune de Spezzano Albanese (Cosenza), região da Calábria. Ele era filho de Giuseppe Gullo e Carolina Lucci. Vincenzo teve um único registro nos Autos de Casamentos, durante o período pesquisado (1889─1932), justamente o do seu casamento, que se realizou no dia 22 de maio de 1914, com Dominga Blundi, filha de Giuseppe Blundi e de Antonieta Pezze. Sua profissão está inscrita apenas como comerciante. Não há informações de quando e com quem ele emigrou. Sabe-se apenas que na ocasião de seu casamento, seus pais residiam na Itália (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Ele foi membro da SIU, mas ocupou cargo de diretoria somente no ano de 1936.
[1] Esse Auto de Casamento está muito incompleto.
[2] Comenta-se na cidade que ele também se dedicava à agiotagem.
[3] Cumpre dizer que, em Araraquara, havia um elevado número de pequenas e médias propriedades em relação aos latifúndios e às grandes propriedades (Lorenzo, 1979, p. 146). Segundo Monteiro (2000, p. 79), “a distribuição acentuada de pequenas e médias propriedades foi causada pelo contínuo desmembramento de suas sesmarias em pequenas partes até o final do século XIX (…) tudo leva a crer que esse processo seguiu até o início do século XX”.
LAINETTI, Adolfo
Adolfo Lainetti nasceu em Araraquara (SP) no dia 15 de julho de 1891. Ele era filho dos italianos Thomaz Lainetti e Thereza Galbiatti (Fichas eleitorais de Araraquara, escrita em 7 de novembro de 1957, APHRT). Foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira foi na ocasião do seu casamento com Rosa Lombardi, filha de italianos. Adolfo exercia a profissão de alfaiate. Ele participou da diretoria da SIU, nas gestões de 1937 e 1938.
LANZIERI, Vincenzo
Vincenzo Lanzieri nasceu na comune de Sapri, província de Salerno, na região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1875. Chegou ao Brasil em 1892, e fixou residência em Rio Claro, onde possuía uma joalheria. Nesta cidade, participou durante vinte anos da Sociedade Italiana local, que o declarou sócio honorário. Em 1918, mudou-se para Catanduva e estabeleceu-se no comércio como proprietário da primeira joalheria da cidade, que se intitulava “A pérola oriental”. Vincenzo faleceu em Catanduva no dia 14 de novembro de 1950 (SIBGd’A; QUAGLIA, 2003, p. 143). Ele foi um dos fundadores da SIMS“Gd’A” e ocupou cargos na diretoria praticamente durante toda sua existência.
LEPRE, Giuseppe Palamone
Giuseppe Palamone Lepre nasceu na comune de Sant’Angelo à Fasanella, província de Salerno, região da Campânia (Sul da Itália), no dia 29 de março de 1884. Chegou ao Brasil no ano de 1904 e, depois de passar pela Hospedaria dos Imigrantes, seguiu para Araraquara. Primeiramente, instalou-se na Estação do Chibarro (na época chamava-se Fortaleza) e, anos mais tarde, mudou-se para Araraquara, onde fixou residência e começou a trabalhar no armazém do seu tio Francesco Palamone. Deste, logo tornou-se sócio (APHRT, Um homem e suas realizações, s/data, p. 12-13). No decorrer do período que se estendeu de 1912 a 1920, Giuseppe foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em 1912, no seu casamento. Em 1913, ele foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como proprietário de um “comércio de aguardente e querosene”. Consta que Giuseppe era proprietário de uma fábrica de sabão e sabonetes, caramelos e balas, bebidas e bolachas, denominada “Fábrica e Panificadora Princesa D’Oeste”. Dedicou-se também à indústria de cortume e foi agente da “Banca Italiana” em Araraquara (APHRT, Um homem e suas realizações, s/data, p. 14). Sabe-se que ele fez duas transações de compras e vendas de imóveis. A primeira, em 1912, foi uma venda de um conto e quinhentos mil-réis, coincidentemente no mesmo ano do seu casamento. E, a segunda, refere-se a uma compra no valor de vinte contos de réis realizada no ano de 1921 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giuseppe teve participação ativa na SIU, ocupando cargos na diretoria praticamente durante toda a existência dela.
LIA, Raphael
De Raphael Lia há escassas informações. Consta no Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT) que ele era natural da Itália, casado, sapateiro e tinha 45 anos. Deduzimos que Raphael era oriundo da região Sul da Itália, pois participou, primeiramente, da diretoria da SMU e depois da SIMS. Sabe-se que ele fez duas transações de vendas, respectivamente, nos anos de 1911 e 1915. A primeira, no valor de três contos de réis. E, a segunda, de quatro contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Seu nome não consta nas Atas da SIU.
LOMBARDI, Affonso
Affonso Lombardi nasceu na Itália no ano de 1891. Há poucas informações a seu respeito. Foi registrado somente três vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) entre os anos de 1922 e 1928. Consta que Affonso era casado, industrial e residente em Araraquara. Verificou-se que ele realizou a compra de um imóvel no ano de 1924, no valor de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria entre as gestões de 1927 e 1938, exceto a de 1937.
LONGO, Luigi
Luigi Longo nasceu em 1881 e era natural de Spezzano Albanese (Cosenza), região da Calábria. Seus pais chamavam-se Antonio Longo e Rosina Nocite. Durante o período pesquisado, ele foi padrinho de casamento por diversas vezes e de famílias diferentes, nas datas: 24/03/1900, 21/11/1908, 19/11/1910, 13/04/1912, 10/12/1917, 21/03/1919 e 23/08/1919, o que demonstra seu amplo ciclo de amizades. Luigi se casou em Araraquara, aos 37 anos, com Ignez Traldi, filha de italianos, nascida em São Paulo, capital. Seu casamento aconteceu no dia 27 de fevereiro de 1918. Não sabemos quando ele chegou a Araraquara, mas pequenas pistas dão a entender que foi no final do século XIX. Também não há informações se ele veio para o Brasil com os pais ou se veio sozinho. O que consta é que seus pais faleceram na Itália. Até o ano de 1912, Luigi é qualificado como negociante nos Autos de Casamentos. A partir daí, ele já começa a constar como comerciante (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). De fato, no Livro de coleta de impostos de indústria e profissões, 1899─1913 (APHRT), ele está registrado como proprietário de comércio de “fazendas, armarinho, chapéus e bengalas”, cuja firma denominava-se “Luiz Longo e Irmão”. Isso foi confirmado na entrevista que tivemos com o Sr. Antonio Longo, cujo pai, que era irmão de Luigi Longo, chegou à Araraquara por volta do ano de 1913.[1] Luigi Longo participou da fusão da SIB com a SIMS, integrou o quadro de sócios da SIU, mas não teve participação nas diretorias.
LORIA, Michele
Michele Loria nasceu na província de Catanzaro, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1888. Foi registrado oito vezes nos Autos de Casamentos. A primeira, em 1909, na ocasião de seu casamento com Maria Romana de Renzo. Era filho de Francisco Loria e de Filomena Ascoli, ambos naturais de Catanzaro. Consta que Michele era proprietário de uma alfaiataria com comércio (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Michele era integrante da SIU e ocupou cargos na diretoria em oito gestões. Ele também era membro da LMCUT.
LUPO, Enrico
Enrico Lupo nasceu na comune de Strigno, província de Trento, região do Trentino-Alto Ádige (Norte da Itália). No ano de seu nascimento, 1877, Strigno ainda integrava a área de Trieste, pertencente ao Império Austro-húngaro. Sua família emigrou para o Brasil no ano de 1888. Eles não foram trabalhar nas fazendas de café, pois o seu pai, Theodoro, já tinha a profissão de relojoeiro e ourives. A família Lupo chegou a Araraquara no dia 13 de maio de 1888, dia em que foi assinada a Lei Áurea (BRANDÃO & TELAROLLI, 1998, p. 9-25). No período que se estende de 1895 a 1921, Enrico foi registrado doze vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), todas como padrinho. Já no Livro de coleta de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), foi cadastrado de 1904 a 1913 exercendo a profissão de ourives. Enrico foi o criador da conhecida “Fábrica de Meias Lupo”, cuja fundação ocorreu em 1921 (BRANDÃO & TELAROLLI, 1998, p. 65). No campo político, ele foi candidato a vereador, em 1920, mas como obteve somente 30 votos ficou como segundo suplente na legislatura de 1920-1922 (SOUZA, 2003, p. 73). Sabe-se que Enrico fez transações de compras de imóveis, entre os anos de 1910 e 1928. A de maior valor, quarenta e cinco contos de réis, foi realizada no ano de 1927 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Participou ativamente da SIB e da SIU, em ambas ocupando cargos na diretoria.
MASIERO, Giovanni
Giovanni Masiero nasceu na Itália no ano de 1878. Dele, não há referências da província de procedência. Foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) somente no ano de 1926. Consta que ele era industrial. Segundo o jornal “O Diário de Araraquara”, editado em 10 de julho de 1932 (APHRT), Giovanni começou suas atividades em Jaboticabal dedicando-se à manipulação de sabão. Em 1908, ele veio para Araraquara, onde fixou residência, mas deixou a filial de uma fábrica de sabão em Jaboticabal, que funcionou até 1922. Em Araraquara, além da fábrica de sabão, denominada “Yolanda”, ele exportava vinho e vinagre, de fabricação própria. Giovanni consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de tal fábrica entre os anos de 1911 e 1913, data limite do Livro. Sabe-se que ele fez transações de compras de imóveis durante os anos de 1915 a 1923. A maioria foi realizada em 1915 e a de valor mais alto no ano de 1918: quinze contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giovanni foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria nas gestões de 1928 a 1938.
MAURO, Felippe
Felippe Mauro nasceu na comune de Tramutola, província de Potenza, região da Basilicata (Sul da Itália), no ano de 1881. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) constam que ele foi registrado nove vezes entre os anos de 1912 e 1924. Ele está cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como proprietário de um comércio de “aguardente, querosene e fazendas”, no ano de 1908. Verificou-se que, em 1925, ele também mantinha um armazém de secos e molhados, localizado na Rua 4. Além disso, nesse mesmo ano, ele foi Agente Consular da Itália (APHRT, Jornal “Gazeta do Povo”, Araraquara, s/data, 1925). Sabe-se que Felippe vendeu um imóvel por quatorze contos de réis, em 1924 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria durante cinco gestões.
MIARI, Santi
Santi Miari nasceu na Itália no ano de 1870. Não há informações sobre o local de nascimento, mas provavelmente ele era da região Norte, pois foi membro da SIB, com participação na diretoria. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), o seu nome consta duas vezes. A primeira, como padrinho de casamento, em 1913; e, a segunda, no casamento de sua filha. Nasceu em Araraquara no ano de 1902, o que indica que Santi já havia se fixado na cidade. Em 1913, ele está cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como comerciante, proprietário de um botequim e artigos para fumantes. Nos anos de 1903 e 1905, ele adquiriu dois imóveis que totalizaram o valor de nove contos e quinhentos e vinte sete mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Dois anos depois, em 1907, ele adquiriu mais uma, no valor de cinco contos e duzentos réis. Como já dissemos, Santi fez parte da SIB, ocupando o cargo de vice-secretário na gestão de 1911. Contudo, ele não aparece nas Atas da SIU.
MINERVINO, Luigi
Luigi Minervino nasceu na província de Nápolis, região da Campânia (Sul da Itália). Segundo Telarolli (2002, p. 247), ele emigrou para o Brasil ainda jovem, provavelmente por volta da Proclamação da República. Por certo tempo, permanceu na cidade de Rio Claro, onde se casou. Lá, já morava um seu irmão. Depois de algum tempo, mudou-se para Araraquara. Seu nome não está inscrito nos Autos de Casamentos, mas consta no Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT), que ele tinha trinta e dois anos e exercia a profissão de banqueiro e capitalista. Algumas pistas dão a entender que para se diferenciar de um patrício que levava o mesmo sobrenome e era da mesma região, como veremos em seguida, foi acrescentado “Napolitano” ao final do seu sobrenome. Tudo indica que ele conseguiu se integrar, desde cedo, com os políticos locais, visto que foi vereador nas legislaturas de 1892─1894 e 1902─1904 (SOUZA, 2003, p. 71─72). Consta que Luigi fez nove transações de imóveis, todas de vendas, no período que se estende de 1896 a 1916. Com execeção de um, os valores variam de um conto de réis até seis contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Sabe-se, por meio de Corrêa (1967, p. 364), que, em 1903, Luigi foi presidente da SMU. Retornou a Nápoles, por volta de 1916, depois de ter acumulado riquezas no Brasil. O jornal Il Piccolo (BN, São Paulo, 18/04/1922) registrou que, em passagem pelo Brasil, no ano de 1922, Luigi fez a doação de um terreno de 2.000 m² ao hospital “Gota de Leite” de Araraquara, onde, posteriormente, foi edificada a sua sede. Ele fez essa doação em memória de seu filho Pasquale, que era médico na cidade de Araraquara e faleceu muito jovem.
MINERVINO, Silverio
Silvério Minervino levava o mesmo sobrenome de Luigi, como vimos anteriormente. Ele nasceu na província de Benevento, região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1861. Silvério foi inscrito nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) em 1927, por ocasião do casamento de sua filha. Consta que ele era brasileiro por lei e era chamado de “capitão”. Verificou-se que Silvério era proprietário de uma Casa Bancária localizada na Rua 2, esquina da Av. 10 (APHRT, “Jornal de Notícias”, Araraquara, s/data, 1908). Segundo Leite (2007, p. 65), ele primeiro viveu na Argentina, depois fixou-se em Araraquara e, posteriormente, não se sabe a data, também em Catanduva, onde fundou um banco, no ano de 1922, denominado “Casa Bancária Silvério Minervino”. Acreditamos que ele tivesse residência nas duas cidades, pois não era raro encontrá-lo em notícias de jornais da cidade de Araraquara. Silvério, apesar de seu poder aquisitivo, foi cadastrado somente três vezes fazendo transações de compras de imóveis no período pesquisado (1895─1928); a de maior valor foi feita no ano de 1905, em um montante de dez contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria, durante o período de 1921 a 1928, exceto nos anos de 1922 e 1927.
MONICI, Umberto
Umberto Monice nasceu em Espírito Santo do Pinhal (SP), no dia 10 de julho de 1894. Era filho de italianos; casou-se com Odyssea de Souza Foz, em 1927; foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), apenas uma vez, na ocasião de seu casamento. Não há registros da sua profissão. Umberto ocupou cargos na SIU em três gestões.
MORABITO, Pietro
Pietro Morabito nasceu na Itália no ano de 1864. Apesar de não haver informações sobre a província de procedência, é quase certo que era oriundo da região Sul, pois participou da diretoria da SMU. Seu nome foi registrado somente duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira vez, em 1898. E, a segunda, no ano de 1923, por ocasião do casamento do seu filho, que nasceu em Araraquara em 1897, o que indica que Pietro já estava estabelecido na cidade desde esse ano. Seu registro no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) consta a partir de 1900, com a profissão de marceneiro. Em 1908, ele também foi inscrito como empreiteiro de obras e continou com as mesmas profissões até 1913, data limite do Livro. Jornais de diversos anos informam que Pietro foi empresário e proprietário do cinema “Iris Theatre”. Sabe-se que ele fez transações de compras e vendas de imóveis durante os anos de 1909 a 1921, perfazendo o total de cinco, das quais quatro se relacionavam a compras, enquanto apenas uma era relativa à venda; a maioria de valores significativos (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como já dissemos, Pietro teve participação na diretoria da SMU. Ele também foi membro da SIU, mas não ocupou cargos na diretoria.
MUSCARI, Aristide
Aristide Muscari nasceu na comune de Cittanova, província de Reggio Calabria, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1884. Chegou ao Brasil em 1905, e dirigiu-se para a cidade de Ribeirão Preto, onde ministrava aulas em uma escola italiana. Lá permaneceu por quinze anos. Em 1921, foi para Catanduva e estabeleceu-se. Dedicou-se à fotografia e possuía um ateliê (MPA, Revista Agrícola de Catanduva, 1925; QUAGLIA, 2003, p. 163). Ele ocupou cargos na diretoria da SIMS“Gd’A”, durante diversos períodos. Aristides também foi secretário do Fascio local.
[1] Esta entrevista foi realizada no dia 17/11/2007.
NEGRINI, Oswaldo
Oswaldo Negrine nasceu na província de Mântua, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1885. Foi registrado oito vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) no período que se estende de 1898 a 1929. Um desses registros foi o do seu casamento no ano de 1906. Consta que ele morava em Rincão (perto de Araraquara) e, em 1904, era proprietário de um comércio de secos e molhados (APHRT, Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913). No Álbum de Araraquara, 1915, Oswaldo está classificado como “empresário da limpeza pública” e fazendeiro, ambos em Rincão. É possível que ele tenha fixado residência em Araraquara por volta do ano de 1917, pois temos conhecimento de que ele comercializava cereais e gêneros, em uma empresa sua, situada na Rua Itália (APHRT, Jornal L’Alpino, Araraquara, 27/05/1917). Já em 1929, último registro de casamento, ele foi inscrito como capitalista e naturalizado brasileiro. Sabe-se que ele fez diversas transações de compras e vendas de imóveis. Ao todo foram sete, entre os anos de 1924 a 1928. Todas elas de valores relativamente altos. Oswaldo teve participação ativa na SIU e começou a ocupar cargos na diretoria a partir da gestão de 1923, até o seu fechamento, consecutivamente.
OPICE, Bruno
Bruno Opice nasceu na Itália no ano de 1881. Embora não se saiba a província de procedência, certamente era da região Norte, pois teve partipação na diretoria da SIB. Foi registrado onze vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), em um período que se estende de 1897 a 1926. O primeiro registro, 1897, foi o do seu casamento com a italiana Concetina.[1] No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Bruno foi registrado, a partir do ano de 1904, como alfaiate. Já em 1912, junto com a alfaiataria, também consta um comércio de roupas, armarinho, chapéu etc. Conforme informa o Álbum de Araraquara, 1915 (APHRT), sua loja chamava-se “Casa da Moda”. Sabe-se que, em 1906, ele fez uma transação de compra de imóvel no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Bruno participou da diretoria da SIB, na gestão de 1911, ocupando o cargo de vice-presidente. Ele foi membro da SIU, mas somente participou de sua diretoria na gestão de 1937, na qual ocupou o cargo de conselheiro.
OPICE, Giuseppe
Giuseppe Opice nasceu na Itália, no ano de 1872. São escassas as informações a respeito dele. Acreditamos que ele fosse irmão de Bruno Opice, visto anteriormente. Nesse caso, ele também era oriundo da região Norte. Giuseppe foi registrado somente duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). No primeiro, em 1921, consta que ele era casado, comerciante e residente em Araraquara. Já no segundo, em 1926, ele está inscrito como industrial. Sabe-se que ele era proprietário de uma fábrica de móveis denominada “A Mobiliadora”, situada na Rua 6 (APHRT, Jornal “Gazeta do Povo”, Araraquara, 30/09/1915). Verificou-se que Giuseppe realizou três compras de imóveis, entre 1924 e 1925. A maior delas custou-lhe quinze contos de réis, em 1924 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria, em três gestões. Giuseppe faleceu em um acidente de carro ocorrido no ano de 1927 (BN, jornal Il Piccolo, São Paulo, 26/04/1927).
PALAMONE, Francesco
Francesco Palamone nasceu na comune de Sant’Angelo, a Fasanella, província de Salerno, região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1865. Há quatro registros de seu nome nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). O primeiro deles, em 1895, é o do seu casamento com a italiana Joana Lero. Os outros três datam dos anos de 1909, 1912 e 1927. Ele está inscrito no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) desde o ano de 1904, com a profissão de comerciante. Seu comércio era bem diversificado, pois além de “fazendas, armarinho, roupas feitas chapéus, ferragens”, ele também vendia “secos e molhados, artigos para fumantes, querozene, aguardente etc”. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (FRANÇA, 1915) que Francesco possuía uma fazenda situada na cidade de Américo Brasiliense, com cinquenta mil pés de café. Sabe-se que, no decorrer dos anos de 1907 a 1915, ele fez oito transações de compras e vendas de imóveis, cujo maior valor foi o de quarenta contos de réis referente a uma compra realizada no ano de 1907 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Francesco foi membro da SIU e teve participação ativa. Durante o período de 1922 a 1929, ele ocupou cargos na diretoria, consecutivamente. Tem-se conhecimento de que ele faleceu no ano de 1934.
PICARONI, Antonio
Antonio Picaroni nasceu na comune de Viggiano, província de Potenza, região da Basilicata (Sul da Itália), no ano de 1864. Diplomou-se médico na Universidade de Nápoles em 1888. Ele chegou no Brasil em 1889 e fixou-se, primeiramente, no Rio de Janeiro. Depois foi para Rio Claro, onde permaneceu até o ano de 1892. Em seguida, estabilizou-se em Araraquara. Em 1922, retornou à Italia e, até o ano de 1937, vinha constantemente para o Brasil, quando mudou-se definitivamente para Itália (TELAROLLI, 2002). Foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em seu casamento no ano de 1896; consta que era viúvo. A segunda vez foi como padrinho, em 1920. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Antonio foi cadastrado de 1899 a 1913, sempre com a profissão de médico. Além de médico, ele também era fazendeiro, pois era proprietário de uma fazenda, com sessenta e cinco mil pés de café, localizada na Estação do Ouro. Além disso, ele ainda tinha uma máquina de beneficiar café e arroz, que funcionava na Rua do Comércio (FRANÇA, 1915). Antonio fez transações de compras e vendas de imóveis durante o período de 1906 a 1921, a maioria acima de um conto de réis. Sua maior compra foi realizada em 1912, no valor de vinte contos de réis, e sua maior venda foi no valor de vinte e cinco contos de réis, em 1916 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Antonio ocupou o cargo de presidente da SIU, nas gestões de 1921 e 1922. Antes delas, não há informações de sua participação nas outras associações.[2]
PINOTTI, Ildebrando
Ildebrando Pinotti nasceu na Itália no ano de 1871. Não sabemos a província de procedência, mas possivelmente, ele era oriundo da região Norte, pois participou da diretoria da SIB. Foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) entre os anos de 1900 e 1928. Sete delas, na ocasião dos casamentos de seus filhos. Nota-se que um deles nasceu em Jundiaí no ano de 1891, o que indica que Ildebrando se fixou em Araraquara depois dessa data. Consta que ele era casado e lavrador. Verificou-se que ele fez uma transação de compra de imóvel. Esta foi negociada no ano de 1923, no valor de dois contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ildebrando participou da SIB e, como adiantamos, ocupou cargos na diretoria. Não há referências dele na SIU.
PINOTTI, Primo
De Primo Pinotti não há registros nos Autos de Casamentos. Sabe-se, contudo, por meio do Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT), que ele era italiano, casado, negociante e, nessa ocasião, tinha trinta e sete anos. Consta que ele fez transações de compras e vendas de imóveis de valores consideráveis, sobretudo em 1920, quando vendeu um imóvel no valor de sessenta contos de réis. Além disso, Primo negociava imóveis desde o ano de 1895 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Participou de duas gestões da SIU. A primeira, em 1921, ocupando o cargo de fiscal. E a segunda, como conselheiro no ano de 1924.[3]
PUCHANTE, Vincenzo
De Vincenzo Puchante há escassas referências. Sabe-se somente que ele nasceu na região do Vêneto (Norte da Itália), possuía um comércio de aguardente no ano de 1908 (APHRT, Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913) e era proprietário de uma fazenda situada em Américo Brasiliense denominada “Propriedade Agrícola Etrúria”, que continha sessenta mil pés de café (FRANÇA, 1915). Nas transações de imóveis, seu nome consta apenas no ano de 1906, realizando uma compra e uma venda de valores abaixo de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou o cargo de conselheiro no ano de 1922.
[1] Os papéis deste Auto estão muito envelhecidos e não há visibilidade. Além disso, estão faltando diversas páginas.
[2] A explicação mais viável para tal fato vem dos estudos de Salles (1997), que afirmam que os médicos estavam mais interessados na construção do seu projeto de ascensão social através da sua realização profissional. Por isso, distinguiam-se da colônia até então fragmentada.
[3] Não há informações se Primo Pinotti tinha algum tipo de parentesco com Ildebrando Pinotti.
REDIGHIERI, Innocenzo
Innocenzo Redighieri nasceu na Itália no ano de 1865 e, apesar de não constar informações sobre a sua província de procedência, é quase certo que ele era oriundo do Norte da Itália, pois participou diversas vezes da diretoria da SIB. Ele foi registrado cinco vezes como padrinho de casamento no decorrer do período que se estende de 1895 a 1919 (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Em 1895, consta que Innocenzo era casado e tinha o ofício de carpinteiro. Já em 1899, conforme o Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele está cadastrado como fabricante de charutos, cujo capital, no período de 1900 a 1901, totalizava duzentos réis. Até 1913, data limite do Livro, ele mantém a mesma profissão. Innocenzo fez transações de imóveis desde o ano de 1895, onde realizou somente compras, cujo valor mais alto foi negociado, no ano de 1909: seis contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como já dissemos, ele fez parte da diretoria da SIB e participou da fusão desta associação com a SIMS, mas não ocupou cargos na diretoria da SIU.
ROSITO, Domenico
Domenico Rosito nasceu na cidade de Faxina (SP), no dia 3 de julho de 1898. Era filho dos italianos Andrea Rosito e Maria Tracco Margarida. Domenico foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em 1921 e, a segunda vez, no ano de 1927, na ocasião de seu casamento com Alzira Marques de Mello, filha de portugueses. Consta que ele exercia a profissão de alfaiate. Domenico participou da diretoria da SIU, em quatro gestões.
ROSSI, Alessandro
Alessandro Rossi não foi registrado nos Autos de Casamentos. Sabe-se, porém, que ele era italiano, provavelmente originário do Norte da Itália, pois era membro da SIB, com participação na diretoria. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) consta, de 1899 até 1913, que ele era proprietário de uma fábrica de cerveja, com um capital registrado, entre 1901 e 1902, no valor de cinco contos de réis. Consta também, em 1908, que ele possuía uma cocheira em Américo Brasiliense (perto de Araraquara). Alessandro fez transações de imóveis desde o ano de 1895, mas somente de vendas. Das três vendas que ele negociou, a mais alta foi a de quarenta e quatro contos de réis no ano de 1920 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como adiantamos, ele foi membro da SIB e ocupou, por três vezes, cargos na diretoria. Não há informações dele na SIU.
RIZZOLI, Arturo
Arturo Rizzoli nasceu na província de Ferrara, região da Emilia-Romagna (Norte da Itália), no ano de 1883. Consta que ele veio para o Brasil com a idade de dezesseis anos, juntamente com a sua família, e se fixou em Araraquara, porém não se sabe a data. Em 1906, Arturo foi estudar artes plásticas no Rio de Janeiro e somente retornou para Araraquara no ano de 1910 (APHRT, Jornal “O Diário de Araraquara”, 10/07/1932). Foi registrado apenas uma vez nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), precisamente no ano de 1911, na ocasião de seu casamento. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Arturo foi cadastrado com a profissão de construtor. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) uma propaganda comercial de sua profissão com os seguintes dizeres: “pintor e decorador – executa plantas de casas e vilas”. Tem-se conhecimento de que ele foi famoso e conceituado pintor de quadros e constantemente fazia exposições de suas telas. Verificou-se que, em 1915, Arturo vendeu um imóvel, no valor de dois contos de réis e adquiriu um, por cento e oito mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria nas gestões de 1930 a 1933.
SELLERI, Luigi
Luigi Selleri nasceu na província de Bolonha, região da Emilia Romagna (Norte da Itália), no ano de 1875. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), ele foi registrado doze vezes no período que se estende de 1898 a 1910. Todas como padrinho de casamento. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) que, entre os anos de 1901 e 1902, ele exercia a profissão de sapateiro. Em 1908, além de sapateiro, Luigi está cadastrado como proprietário de um botequim. Já em 1911, parece que ele ampliou mais os seus negócios, pois está inscrito como dono de confeitaria e botequim. Alguns anos depois, seus negócios ampliaram: Luigi inaugurou uma fábrica de bolachas e uma loja denominada “Casa Bologna” (Álbum de Araraquara, 1915). Sabe-se que ele fez transações de compras de imóveis, entre os anos de 1911 a 1923. A aquisição mais alta foi no valor de seis contos de réis, em 1912. Além de ter sido um dos fundadores da SIB, Luigi foi presidente desta associação por diversas vezes. Também participou como membro da SIU, ocupando cargos na diretoria, durante cinco gestões. Consta que ele foi nomeado para o cargo de Agente Consular da Itália, em Araraquara, no dia 17 de março de 1950 (AESP, Acervo do DEOPS, prontuário n° 103974).
SILVESTRE, Guiseppe
Giuseppe Silvestre nasceu na Itália no ano de 1859. Não sabemos a província, mas certamente ele era oriundo da região Norte da Itália, pois foi um dos fundadores da SIB. Foi registrado somente uma vez nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), precisamente no ano de 1898. Consta que ele era casado. Conforme cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele exercia a profissão de marceneiro, ferreiro e cocheiro. No ano de 1911, Giuseppe já está inscrito como proprietário de seu próprio estabelecimento. Sabe-se que ele fez duas transações de compras de imóveis. Uma delas no valor de cem mil-réis, em 1908, e a outra de um conto de réis, no ano de 1920. Ele também vendeu um imóvel, no ano de 1927, no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Apesar de ter sido um dos fundadores da SIB, como dissemos, ele ocupou cargo na diretoria apenas no ano de 1908, como conselheiro. Foi membro da SIU, mas não teve participação na diretoria.
SOMENZARI, Enrico
Enrico Somenzari nasceu na Itália no ano de 1880. Embora não se saiba a província de origem, deduzimos que ele era da região Norte, pois participou ativamente da SIB, apesar de não ter ocupado cargos na diretoria. Acreditamos que ele era filho de Giovanni Somenzari, também sócio da SIB. Enrico foi registrado três vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) no decorrer do período de 1904 a 1918. Consta, no primeiro registro, que ele era casado, lavrador e residente no distrito de Araraquara (certamente em alguma fazenda). No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Enrico está cadastrado, a partir de 1904, como proprietário de um armazém de secos e molhados. De acordo com o Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915), seu armazém denominava-se “Casa Somenzari”. Parece que ele também possuia uma casa de material para construção em Américo Brasiliense (perto de Araraquara), pois consta o registro, no ano de 1912. Verificou-se que Enrico fez diversas transações de compras e vendas de imóveis, entre os anos de 1909 e 1928. Foram treze no total e a maioria de compras. A maior delas foi realizada em 1919, no valor de trinta e cinco contos de réis. Em relação às vendas, a de maior valor foi negociada em 1921: cento e cinquenta contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como dissemos, ele foi membro da SIB. Na SIU, Enrico ocupou cargos na diretoria durante as gestões de 1923 a 1926, consecutivamente.
TENUTA, Carmelo
De Carmelo Tenuta há escassas informações. Consta que ele nasceu na Itália, mas não sabemos a província de procedência, e residia em Santa Lúcia (perto de Araraquara). Em 1913, no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), foi registrado como proprietário de um comércio de “fazendas, armarinhos, querosene e outros objetos”, localizado na cidade de Santa Lúcia, cujo imposto estava calculado em oitocentos e sessenta e um mil-réis. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) que ele possuía uma fazenda na cidade de Rincão (próxima à Araraquara). Sabe-se que Carmelo adquiriu dois imóveis, respectivamente nos anos de 1914, no valor de trinta contos de réis, e 1921, de oito contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Em 1927, ele realizou uma venda no valor de quarenta e cinco contos de réis. Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria durante as gestões de 1923 a 1926.
TRICCA, Ugo
Ugo Tricca nasceu em Roma, região do Lácio (Centro da Itália), no dia 29 de agosto de 1898. Ele veio para o Brasil juntamente com os seus pais, Ercole Tricca e Anunciatta Fazione Tricca, quando ainda tinha cinco anos de idade. Sua família dirigiu-se para o Estado de São Paulo, fixando moradia primeiramente na cidade de Rincão. Em seguida, eles foram para Araraquara, onde Ugo trabalhou na “Casa Barbieri” e foi músico da banda local. Em 1915, ele foi para Catanduva. Lá ele marcou destacada presença nas corporações musicais e em diversas orquestras, inclusive na sua: “Orquestra Ugo Tricca” (MPA, Jornal “O Regional”, Catanduva, 30/10/1993). Ugo participou da diretoria da SIMS“Gd’A”, em três gestões.
TUCCI, Agostino
Agostino Tucci nasceu em Spezzano Albanese (província de Cosenza, região da Calábria) em 1859. Ele era de família rica, proprietária de sorgenti minerali (fonte de água mineral). Agostino estudou engenharia na Università di Napoli, onde se diplomou. Casou-se com Maria Vicencia Bevaqua e tiveram oito filhos, dos quais um deles nasceu no Brasil. Ele migrou para o Brasil em 1894, juntamente com seu filho mais velho, Albino Tucci, e morou, primeiramente, em São Paulo, na Vila Mariana. Um tempo depois, ele voltou à Itália para buscar a família. Não se sabe ao certo a data do retorno. Em São Paulo, Agostino trabalhou como engenheiro civil e participou da equipe que construiu o Teatro Municipal. Ele sofria de asma e o clima da Capital não era apropriado para sua saúde. Então, mudou-se para Cezario Bastos, bem perto de Araraquara.[1] Lá, conforme consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissões, 1899─1913 (APHRT), ele montou um comércio de roupas e armarinho e também trabalhava como construtor. Isso ocorreu durante o período de 1908 a 1912. Provavelmente, Agostino veio para Araraquara em 1913. Aqui, além de trabalhar como construtor, ele também tinha uma fábrica de ladrilhos. Estabeleceu-se na Rua 3 (São Bento), n° 70, onde funciona atualmente o conhecido Foto Tucci, cujo prédio sempre pertenceu a sua família. Agostino foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, no casamento de sua filha, em 28 de julho de 1917, e, a segunda, no casamento de seu filho no dia 7 de março de 1923. Neste último, ele já estava com 64 anos. Sabe-se que ele adquiriu uma propriedade, em 1919, no valor de treze mil-réis, e vendeu duas, em 1907 e em 1927, por cinco contos e duzentos mil-réis e por um conto e quinhentos mil-réis, respectivamente. Participou da fusão da SIB com a SIMS e foi membro da SIU. Nesta última, ocupou cargos nas gestões de 1921 e 1922. Agostino foi um dos fundadores da Loja Maçônica Caridade Universal Terceira, de Araraquara.
VIGORITO, Andrea
Andrea Vigorito nasceu na Itália no ano de 1886. Não sabemos a província de procedência, pois a seu respeito há escassas informações. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) consta, em 1913, que ele possuía uma fábrica de sabão e residia em Rincão (perto de Araraquara). Foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) somente uma vez, em 1920. Nele está anotado que Andrea era casado, industrial e morava em Araraquara. Sabe-se que ele fez duas aquisições de imóveis, no ano de 1916, e duas vendas no ano de 1926. As vendas foram maiores, totalizando o valor de quatorze contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Andrea foi membro da SIU e participou da diretoria somente nas duas primeiras gestões, 1921 e 1922.
ZACCARO, Giuseppe
Giuseppe Zaccaro nasceu na comune de San Lorenzo Bellizzo, província de Consenza, região da Calábria (Sul da Itália), no dia 3 de julho de 1875. Cursou medicina na Universidade de Nápoles, onde se diplomou no ano de 1900. Um ano depois, em 1901, veio para o Brasil; desembarcou em Santos no dia 7 de fevereiro e foi exercer a sua profissão em Monte Alto. Nesta cidade, Zaccaro iniciou sua vida maçônica. Ele permaneceu lá até o final de setembro de 1903. Pouco tempo depois passou a trabalhar em Jaboticabal, onde participou da Loja Maçônica Fé e Perseverança. Em 1908, fixou residência em Taquaritinga e foi membro da Loja Maçônica Líbero Badaró, da Società Dante Alighieri e Agente Consular da Itália. Em 1913, retornou à Itália e lá permaneceu por volta de um ano. Quando Zaccaro voltou ao Brasil, foi morar novamente em Jaboticabal e, em 1918, foi para a Capital do Estado de São Paulo, onde residiu por dois anos (BEDUSCHI, 2000). Em 1920, Zaccaro se estabeleceu em Catanduva. Nesta cidade, foi presidente da SIMS“Gd’A”, posteriormente Casa d’Italia, durante o período de 1928 a 1942, e Agente Consular da Itália. Ele construiu um edifício considerado de arrojada arquitetura para a época, que abrigou a sua residência e o primeiro hospital de Catanduva e região denominado Casa de Saúde Dr. José Zaccaro. Foi inaugurado em 1924. Casou-se com Julia Pesce e teve numerosa prole. No início da Segunda Guerra Mundial, voltou à Itália. Em 1945, retornou ao Brasil e faleceu no ano seguinte (BEDUSCHI, 2000). Seu nome consta da “Relação dos fascistas inseridos no Partido Fascista Italiano, na seção do Braz”, conforme documentos do DEOPS (AESP, Acervo do DEOPS, Prontuário n. 27.804, 2° vol.).
ZENERIN, Augusto
Augusto Zenerin nasceu no ano de 1868, na Itália (não sabemos a província). Ele foi inscrito como padrinho de casamento por três vezes. A primeira foi no ano de 1898, já casado, com a profissão de alfaiate e residente em Boa Esperança do Sul (perto de Araraquara). A segunda e a terceira são respectivamente nos anos de 1922 e 1934[2], quanto à sua profissão, consta apenas como “proprietário” (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Interessante observar que Augusto comprou um imóvel em Araraquara, no ano de 1902, no valor de trezentos mil-réis, onde, provavelmente nesse ano, fixou residência. Somente após vinte e cinco anos, precisamente em 1927, ele comprou outro imóvel, mas de valor bastante expressivo: sete contos e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Augusto participou ativamente da SIU, ocupando, consecutivamente, o cargo de secretário durante todo o período da duração da mesma (1920─1941).
ZERBINI, Antonio
Antonio Zerbini nasceu na província de Ferrara, região da Emilia Romagna (Norte da Itália), no ano de 1882. Ele foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em 1906, no seu casamento. E, a segunda, no casamento de sua filha realizado em 1908. Consta que ele era comerciante. Sabe-se que Antonio adquiriu dois imóveis, no ano de 1914, totalizando o valor de quatro contos e seiscentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Participou da diretoria da SIB e também foi membro da SIU, na qual ocupou cargos de dirigente durante as gestões de 1922 a 1925.
[1] Essas informações foram obtidas na entrevista realizada com o Sr. Carmini Tucci, neto de Agostino Tucci, em 21/11/2007.
[2] Nesse ano foi realizado o casamento de Giuseppe Aufiero Sobrinho com Henriqueta Lupo. Ele era sobrinho de Giuseppe Aufiero e ela era filha de Enrico Lupo.
Fontes consultadas
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1. IMIGRAÇÃO ITALIANA: BIBLIOGRAFIA
1.1 Bibliografia brasileira
A bibliografia sobre imigração italiana no Brasil é vasta, excelentes trabalhos foram escritos. Exponho aqui a bibliografia que utilizei na minha dissertação de mestrado, na tese de doutorado, nos projetos e artigos que escrevi até o momento, e outras que tive o prazer de ler.
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1.2 Bibliografia estrangeira
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Sempre recebo mensagens de pessoas interessadas em conhecer parentes imigrantes que chegaram ao Brasil no passado histórico da imigração, seja para esclarecer dúvidas no processo de cidadania ou para complementar lacunas na construção da árvore genealógica da família. De fato, realizei uma investigação sistemática em minhas pesquisas do doutorado, contemplando os imigrantes que pertenceram às associações italianas, localizadas em Araraquara e Catanduva, que resultou em mais de setenta biografias. Exponho todas de A-Z; espero que a minha contribuição seja útil!
Ao final, você vai encontrar uma rica bibliografia sobre imigração italiana.
Como citar: Teixeira, Rosane Siqueira. Associações italianas no interior paulista num espaço partilhado. Nacionalismo e italianidade sob a perspectiva da história local. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2011. 266 p.
Antes de iniciar, é importante assinalar que todo contexto de reconstrução das trajetórias foi extraído de diversas fontes, portanto, me eximo de eventuais divergências.
Lista de Abreviaturas
AESP – Arquivo do Estado de São Paulo
APHRT – Arquivo Público Histórico “Rodolpho Telarolli”, Araraquara (SP)
DEOPS – Delegacia de Ordem Política e Social
LMCUT – Loja Maçônica Caridade Universal Terceira, Araraquara (SP)
MPA – Museu Padre Albino, Catanduva (SP)
PNF – Partido Nacional Facista
SIB – Società Italiana di Beneficenza, Araraquara (SP)
SIBGd’A – Sociedade Ítalo-Brasileira Gabriele d’Annunzio, Catanduva (SP)
SIMS – Società Italiana di Mutuo Soccorso, Araraquara (SP)
SIMS”Gd’A” – Società Italiana di Mutuo Soccorso “Gabriele d’Annunzio”
SIU – Società Italiani Uniti, Araraquara (SP)
SMU – Società Meridionali Uniti, Araraquara (SP)
ABRITTA, Gaspare
Gaspare Abritta nasceu na província de Cosenza, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1874. Ele foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira delas foi no seu casamento, em 1902, com Angela Croci, nascida em Piracicaba, mas filha de italianos. Na ocasião, Gaspare tinha 28 anos. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), que, em 1904, ele possuía um comércio de “fazendas, chapéus, calçados, armarinhos, livros e pápeis e louças”. Já no período entre 1908 e 1913, Gaspare amplia seu comércio e coloca gêneros alimentícios. Gaspare ocupou cargos na SIU, consecutivamente, entre os anos de 1921 e 1928.
ALIMONDA, Paolo
Paolo Alimonda nasceu na Itália no ano de 1875. Não sabemos a província, mas, provavelmente, ele era oriundo da região Norte, pois teve participação na diretoria da SIB. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), ele foi registrado apenas duas vezes. A primeira, em 1904, Paolo ainda era solteiro, comerciante e residia em Araraquara. A segunda foi na ocasião de seu casamento no ano de 1912. Segundo o Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), em 1913, ele possuía um comércio de salsichas, carnes e salames, na cidade de Rincão (perto de Araraquara). Já em 1916, Paolo era proprietário de uma fábrica de gelo denominada “A Polo Norte”, localizada em Araraquara (APHRT, jornal “O Araraquarense”, Araraquara, 10 de fevereiro de 1916).[1] Sabe-se que ele fez uma única compra de imóvel, no valor de dois contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como dissemos, ele participou da diretoria da SIB. Paolo foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria em sete gestões.
[1] Sabe-se que essa fábrica foi fundada por Americo Danielli e que Paolo Alimonda começou como gerente.
ANGELIERI, Gregório
Gregório Angelieri nasceu na província de Catanzaro, região da Calábria (Sul da Itália), em 1886. Ele foi inscrito nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) nove vezes, sendo a primeira na ocasião de seu casamento com a italiana Carmela Fabrizio, no ano de 1902. Ele tinha 19 anos. Em seu registro no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), consta que ele exercia a profissão de barbeiro. Gregório ocupou cargos na diretoria da SIU, em cinco gestões (1921─1922, 1928─1930).
AUFIERO, Giuseppe
Giuseppe Aufiero, um dos homens mais importantes da SIU, nasceu na comune de Santa Paolina, província de Avellino, na região da Campânia (Sul da Itália), no dia 12 de outubro de 1880. Graduou-se em medicina na Universidade de Nápoles e, chegando ao Brasil, no início do século XX, convalidou o seu diploma na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Aufiero morou em Matão, pequeno município perto de Araraquara, durante dois anos. Em 1908, retornou à Europa e lá permaneceu por dois anos, para fazer uma especialização em cirurgia geral, em Paris. Após ter concluído a especialização, ele retornou ao Brasil, em 1910, e fixou residência em Araraquara. Segundo consta, em 1914, a situação de Aufiero já era de franca prosperidade. Ele construiu uma clínica, em Araraquara, localizada na Rua 4 ─ “Clínica Aufiero” ─, cujo prédio apresentava acomodações espaçosas e era muito elegante. Ele era estudioso por vocação e gosto e, além do português, Aufiero também falava outras línguas como: o latim, o alemão e o francês. Nas horas vagas, lia Balzac e recitava D’Annunzio. Frequentemente, ia a São Paulo e periodicamente à Europa. Aufiero veio casado da Itália. Sua esposa chamava-se Concheta, com a qual teve dois filhos: Roberto e Colomba. Em 1918, quando ocorreu uma grande epidemia de febre amarela em Araraquara, Concheta a contraiu e faleceu nesse mesmo ano. Posteriormente, Aufiero se casou com outra italiana, mas não teve filhos. Ele faleceu em Araraquara no dia 28 de agosto de 1972 (TELAROLLI, 2002). Ele foi secretário do PNF (Partido Nacional Fascista) em Araraquara. O seu nome encontra-se registrado na “Relação dos fascistas inseridos no Partido Fascista Italiano, na seção do Braz”, conforme documentos do DEOPS (AESP, Acervo do DEOPS, Prontuário nº 27.804, 2° vol.). Em relação às transações de imóveis, verificou-se que ele fez compras e vendas entre os anos de 1912 a 1919. No total foram quatro e de valores abaixo de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Aufiero assumiu a presidência SIU em 1923 e ocupou esse cargo até o fechamento da mesma. Não temos informações de sua participação nas associações que antecederam a SIU.
BARBATO, Nicola
Nicola Barbato nasceu na província de Campobasso, região de Molise (Sul da Itália), no ano de 1882. Foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos, sendo o primeiro na ocasião de seu casamento com Ernestina de Oliveira Fava, em 1904. Era filho de Vincenzo Barbato (no casamento do filho, ele já era falecido) e Margarida Lero, ambos nascidos em Campobasso (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Nicola está inscrito como alfaiate entre os anos de 1908 e 1913. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) que a razão social de sua alfaiataria era “Nicolau Barbato &Irmão”[1]. Junto com a alfaiataria também funcionava um comércio de fazendas, armarinho, chapéus, roupas feitas etc. Consta que ele fez apenas uma transação de venda em 1921, no valor de quatro contos de réis (APHTR, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Nicola participou ativiamente da SIU, ocupando cargos por quase todo o periodo da sua duração e também era membro da LMCUT. Sobre ele, é interessante registrar uma publicação do jornal “O Imparcial”:
O Barbato
O Barbato mora em Araraquara há muito tempo. Antes de aqui chegar o automóvel, a luz e o telefone, chegou o Barbato. Ele e a alfaiataria. Mas em todo esse tempo não perdeu ele a pronúncia italiana. Toda tarde lá está o Barbato, na esquina, “aspetando uno vagabundo pra mechere”.
E o ‘vitimo’ sou sempre eu. Logo que me vê berra ele:
─ Ma, per Dio, quando que você pára de escrever aquelas bobagens do jornalo?
E, dedos unidos, sacudindo a mão perto do meu rosto, lança a sua eterna recriminação:
─ Sempre parlare de meninas, dos bailes, de tutas essas besteitas. Francamente, na Itália, você já teria apanhado. Fala de coisa séria, homem.
Mas falar de quem? Do Góes, do Getúlio, da Bancada Paulista, da ‘crise que nos sufoca’? Mas tudo isso é maior tolice do que as que digo diariamente e o Barbato lê…inevitavelmente…Lê só para falar mal depois, mas lê.
‘Salute’
DUKE (APHRT, jornal “O Imparcial, Araraquara, 18/05/1934).
BARBIERI, Rafaele
Rafaele Barbieri nasceu na Itália no dia 10 de outubro de 1890 (não há informações sobre o local de nascimento). Ele foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) somente uma vez, na ocasião de seu casamento. Ele se casou com Ida Benatti, brasileira, mas filha dos italianos Leonardo Benatti e Corina Lanzoni. Rafaele era filho de Giuseppe Barbieri e Annunciata Tucci Barbieri e era comerciante. Ele participou da diretoria da SIU apenas nas gestões de 1937 e 1938.
BATELLI, Luigi
Luigi Batelli nasceu na comune de Cordignano, localizada na província de Treviso, região do Vêneto (Norte da Itália), no ano de 1861. Ele foi registrado quatro vezes como padrinho de casamento, entre os anos de 1894 e 1906 (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Em 1899, seu nome consta do Livro de coleta de imposto de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de um depósito de aguardente. Já em 1913, além do depósito, ele era proprietário de uma cocheira. Luigi está incluído nos registros de imóveis desde o ano de 1895, fazendo uma única transação de compra, que foi realizada no ano de 1909, no valor de seiscentos mil-réis. Em relação às vendas, ele fez quatro, sendo a mais alta no valor de um conto e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Luigi era membro da SIB e foi eleito como conselheiro na gestão de 1911, mas ocupou o cargo por pouco tempo, pois, neste mesmo ano, houve outra eleição, como já tivemos a oportunidade de asinalar. Ele também foi membro da SIU, mas não participou da diretoria.
[1] Ele era irmão de Michele (mais velho três anos e exercia a profissão de barbeiro), de Vincenzo (mais velho um ano e possuía um armazém de secos e molhados) e de Caetano (dez anos mais novo), seu sócio na alfaiataria. Todos eram maçons.
BERTELLI, Ettore
Ettore Bertelli nasceu na comune de Paggio Rusco, província de Mântova, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1880. Chegou ao Brasil em 1913, onde se estabeleceu, primeiramente, na cidade de Jaboticabal, com a profissão de agricultor. Mudou-se, então, para Catanduva, onde trabalhou algum tempo como agricultor e, no ano de 1920, instalou a primeira casa de material de construção da cidade. Faleceu em 25 de julho de 1958 (SIBGd’A; QUAGLIA, 2003, p. 92). Ettore foi um dos fundadores da SIMS“Gd’A” e ocupou cargos na diretoria durante quase toda sua vida.
BIGNARDI, Augusto
De Augusto Bignardi temos poucas informações. Tudo indica que ele era oriundo da província de Ferrara, região da Emilia Romagna (Norte da Itália).[1] No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) está registrado, no ano de 1911, um restaurante e artigos para fumantes em nome de “A. Bignardi e irmão”. Talvez ele fosse sócio, pois nessa época, também existia Angelo Bignardi. O que podemos afirmar é que ele era engenheiro e diretor da Repartição de Obras Públicas da Prefeitura de Araraquara. Ele começou a integrar o quadro de funcionários a partir de 1913 (APHRT, Relatório do Prefeito Municipal Dario Alves de Carvalho referente ao exercício de 1913; diversos jornais pesquisados). Augusto fez transações de compras de imóveis, realizadas nos anos de 1908 e 1925, nos valores de quatro contos e quinhentos mil-réis, e de dezoito contos e quinhentos mil-réis, respectivamente (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da LMCUT e da SIU. Sabe-se que, nesta última, ele teve participação ativa, inclusive ocupando cargos na diretoria praticamente durante toda a sua vida.
BOCCUCCI, Alfredo
Alfredo Boccucci nasceu na província de Roma, região do Lácio (Itália Central), no ano de 1891. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), ele foi registrado cinco vezes entre os anos de 1911 e 1921. Consta que Alfredo era casado, artista e residente em Araraquara. Foi proprietário da “Alfaiataria Moderna” que, além de fazer roupas sob medida, vendia brins e casimiras nacionais e estrangeiras (APHRT, Jornal “Gazeta do Povo”, Araraquara, s/data, 1925). Sabe-se que ele fez transações de compras e vendas de imóveis. Uma compra em 1925, no valor de um conto e quinhentos mil-réis. E duas vendas, sendo a de maior valor realizada no ano de 1921, na quantia de dezessete contos e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Alfredo foi membro da SIU, mas ocupou cargo na diretoria em apenas uma gestão.
BORELLI, Pasquale
De Pasquale Borelli há escassas informações. Sabe-se apenas que ele nasceu na comune de Malito, província de Cosenza, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1879, e era casado e comerciante (SIBGd’A, Serviço de Registro de Estrangeiros – Delegacia de Polícia de Catanduva, 1941). Paschoal começou a ocupar cargos na SIMS“Gd’A” a partir do ano de 1932.
BLUNDI[2], Giuseppe
Giuseppe Blundi nasceu em Spezzano Albanese, província de Cosenza, região da Calábria (Sul da Itália), não se sabe a data, assim como não há informações de quando ele chegou a Araraquara. Há quatro registros dele nos Autos de Casamentos, nas datas: 29/01/1898, 7/06/1903, 22/5/1914 e 13/11/1916. As duas primeiras são como padrinho e as outras duas são dos casamentos dos seus filhos (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissões, 1899─1913 (APHRT), que no período de 1899 a 1904, ele possuía uma propriedade que funcionava como ferraria, carpintaria e fábrica de torrar café. Entre 1900 e 1901, seu capital estava registrado no valor de cinco contos de réis. Nos Autos de Casamentos do ano de 1903, por exemplo, ele foi qualificado como industrial. Percebe-se, portanto, que Giuseppe era um homem bem-sucedido. Ele teve participação na fusão da SIMS com a SIB e foi membro da SIU, porém, não ocupou cargos na diretoria.
BLUNDI, Antonio
Antonio Blundi nasceu em Araraquara no dia 16 de maio de 1890 e se casou com Thereza Passerine, natural de Jaboticabal e filha de italianos. O pai de Antonio chamava-se Ferdinando Blundi, que nasceu em Spezzano Albanese (Cosenza), região da Calábria, no ano de 1850. Ele era casado com Maria Guaglianoni, da mesma cidade. Não se tem notícias de quando eles vieram para Araraquara, mas consta que sua mulher faleceu na Itália em 1899. Antonio foi registrado quatro vezes nos Autos de Casamentos: 29/01/1898, 07/06/1903, 13/11/1916 e 28/06/1920 (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). A última é o do seu casamento. Consta no Álbum de Araraquara de 1915 (França, 1915), que ele ocupava o cargo de 1° suplente na Delegacia de Polícia e também era Agente Geral de Araraquara da “Companhia de Seguros de Acidentes Terrestres e Marítimos”, cuja sede era em São Paulo. Verificou-se que ele fez transações de compras e de vendas de imóveis, entre os anos de 1916 a 1922. Ao todo foram seis, sendo três compras no ano de 1916; uma delas no valor de dez contos de réis. Destaca-se, ainda, uma venda no valor de quinze contos de réis efetuada no ano de 1920 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Antonio participou ativamente da SIU, ocupando cargos na diretoria durante as gestões de 1921 e 1926─1938.
[1] Esse dado foi baseado no Auto de Casamento da filha de Giuseppe Bignardi. Ele era natural da comune de Argenta, província de Ferrara, na região da Emília Romana. Pelo fato de terem o mesmo sobrenome, presume-se que ele e Augusto eram parentes. É interessante notar que, em Araraquara, geralmente quando o italiano tinha o mesmo sobrenome, mas era oriundo de região diferente, acrescentava-se o nome da região de procedência depois do sobrenome. Todavia, esse não foi o caso dos Bignardi.
[2] Com o sobrenome Blundi há duas famílias que provavelmente deviam ser parentes, pois vieram do mesmo local, conforme já explicitado.
CARLINI, Domenico
Domenico Carlini nasceu na Itália no ano de 1870. Não há informações sobre a província de procedência, mas, provavelmente, ele era oriundo da região Norte, pois foi um dos fundadores da SIB. Domenico foi registrado seis vezes nos Autos de Casamentos, entre os anos de 1900 e 1922. O primeiro registro é o do seu casamento. Neste, consta que ele residia em Araraquara há mais de seis anos (antes de 1894) (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele foi cadastrado como possuídor de uma fábrica de gasosas, em 1899. Já de 1908 em diante, consta que Domenico era proprietário de uma fábrica de cervejas e gasosas. No último Auto de Casamento, ano de 1922, ele foi inscrito como industrial. Verificou-se que Domenico realizou duas transações de compras de imóveis e ambas no ano de 1912. A primeira, no valor de quinze contos de réis e, a segunda, de oito contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Além de Domenico ter sido um dos fundadores da SIB, também ocupou cargos na diretoria, inclusive na presidência. Foi membro da SIU, mas participou da diretoria em apenas uma gestão.
CASALE, Eugenio
Eugenio Casale nasceu na província de Catanzaro, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1884. Foi registrado somente duas vezes nos Autos de Casamentos: em 1908 e 1922. A primeira delas, na ocasião de seu casamento. Consta que, neste ano, ele residia em São Carlos e era “viajante” (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Já em 1910, Eugenio está cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de um comércio de “chapéus, papéis e outros artigos”, na cidade de Araraquara. O mesmo registro se repete no ano de 1911. Ao que tudo indica, ele se casou e fixou residência em Araraquara. Verificou-se que ele realizou uma venda de imóvel no ano de 1921, no valor de quinze contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Eugenio foi membro da SIU e participou da diretoria na gestão de 1921.
CESTARI, Alberto
Alberto Cestari nasceu na Itália no ano de 1870. Não há informações sobre a província de procedência, mas certamente ele era oriundo da região Norte, pois foi um dos fundadores da SIB. Nos Autos de Casamentos, ele foi registrado seis vezes no período que se estende de 1907 a 1928. Consta que Alberto era casado, pintor e residia em Araraquara (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). De fato, os mesmos dados estão inscritos no Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT). Sabe-se que ele realizou uma compra de imóvel, no ano de 1921, no valor de um conto e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele foi um dos fundadores da SIB, como já dissemos, e ocupou cargos na diretoria por diversas vezes. Alberto também foi membro da SIU, mas não participou da diretoria.
CHECCHI, Americo
De Americo de Checchi as informações são escassas. Dele, não se pode afirmar nem a nacionalidade. Teve apenas um registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), mas não houve qualificação. Sabe-se apenas que, nos anos de 1912 e 1913, ele foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de um açougue. Verificou-se que Americo vendeu um imóvel no ano de 1927, no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele foi membro da SIU e participou somente da gestão, do ano de 1923.
CHECCHI, Anselmo
Anselmo de Checchi nasceu no Brasil no ano de 1894, mas não se sabe o local. É possível que haja algum grau de parentesco entre ele e Americo de Checchi, contudo não há dados que comprovem. Ele teve um registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) no ano de 1924. Consta que ele era solteiro, comerciante e residente em Araraquara. Sabe-se que Anselmo fez uma transação de compra e outra de venda de imóveis, respectivamente nos anos de 1927 e 1928. Na primeira, adquiriu um imóvel por de três contos de réis. E, na segunda, vendeu outro, no valor de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Anselmo participou da SIU e ocupou cargos nas gestões de 1929 a 1931.
DAVOLI, Pietro
Pietro Davoli nasceu na Itália no ano de 1867, porém, não se sabe a província. Possivelmente, era oriundo da região Norte, pois participou da diretoria da SIB. Foi registrado cinco vezes dos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), no período que se estendeu de 1895 a 1908. Consta que Pietro se casou no ano de 1898 com uma italiana. Ele está inscrito como carroceiro. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Pietro foi cadastrado nos anos de 1908 e 1910 como proprietário de uma cocheira. Sabe-se que Pietro fez poucas movimentações de compras e vendas de imóveis. Adquiriu dois imóveis de baixos valores, respectivamente nos anos de 1909 e 1924; fez uma venda, no ano de 1918, no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como já dissemos, ele ocupou cargos na SIB, mas não há informações de sua participação na SIU.
DESTEFANI, Umberto
Umberto Destefani nasceu na província de Mantua, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1885. Encontramos quinze vezes o seu registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), no período que se estendeu de 1902 a 1919. Uma delas refere-se ao seu casamento no ano de 1906, quando ele ainda era empregado no comércio. Foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) a partir do ano de 1908, como possuidor de um restaurante. Já em 1913, ele estava inscrito como proprietário de um “restaurante, botequim e artigos para fumantes”. Consta que fez cinco transações de compras de imóveis e duas de vendas entre os anos de 1908 a 1922. A mais alta foi uma venda de vinte contos de réis realizada no ano de 1914 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIB e ocupou o cargo de conselheiro, em 1908. Também participou da fusão da SIB com a SIMS e foi sócio da SIU. Umberto faleceu no ano de 1924.
DONZELLI, Giuseppe
Giuseppe Donzelli nasceu na província de Mantua, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1883. Foi registrado vinte e uma vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) durante o período que se estendeu de 1906 a 1929. A primeira, em 1906, na ocasião de seu casamento. E, as outras, como padrinho de casamento. Consta, entre os anos de 1908 e 1913, no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), que ele exercia a profissão de alfaiate. Em 1913, Giuseppe já possuía estabelecimento próprio, com comércio de roupas, bengalas e chapéus. Sua loja era denominada “Alfaiataria Ítalo-Brasileira” e localizava-se na Rua do Comércio (França, 1915). Verificou-se que ele fez transações de compras de imóveis: um total de seis durante os anos de 1919 a 1924. A de maior valor foi realizada no ano de 1914, no montante de sete contos e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giuseppe participou da diretoria da SIB, em duas gestões. Ele também foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria, por sete gestões.
FERMIANO, Pasquale
Pasquale Fermiano nasceu na Itália (não se sabe a província) no ano de 1868. Foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889-1932, APHRT). A primeira, em 1917, no casamento do seu filho, e, a segunda, em 1927, no casamento da sua filha, ambos já nascidos em Araraquara. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) que, em 1899, ele tinha o ofício de carpinteiro e ferreiro. Anos mais tarde, precisamente em 1911, foi cadastrado como proprietário do seu próprio estabelecimento, ainda com a mesma profissão. Pasquale fez quatro transações de imóveis entre os anos de 1905 e 1921. Três delas comprando e a outra vendendo. O maior valor foi o da compra realizada no ano de 1921: cinco contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele participou da fusão da SIB com a SIMS, mas não há referências de sua participação na SIU.
FERMIANO, Pietro
Pietro Fermiano nasceu em São Carlos (SP), no dia 18 de março de 1894. Era filho dos italianos Pasquale Fermiano e Rosina Benincasa e exercia a profissão de guarda-livros. Pietro foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), apenas uma vez, na ocasião de seu casamento. Ele ocupou cargos na SIU, em seis gestões.
FERRAREZI, Giuseppe
Giuseppe Ferrarezi nasceu na província de Rovigo, região do Vêneto (Norte da Itália), no ano de 1887. Foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) sete vezes. A terceira foi na ocasião de seu casamento com a italiana Macedonia Pauerini, em 1909. Até essa data consta que ele exercia a profissão de sapateiro. Já nos registros posteriores (1918, 1921, 1925 e 1926), Giuseppe foi inscrito como comerciante. Ele participou de duas gestões da SIU, respectivamente em 1923 e 1924.
GALEAZZI, Pietro
Pietro Galeazzi nasceu na Itália no ano de 1873, mas não se sabe a província. Provavelmente, deve ter nascido na região Norte, pois ocupou cargos na SIB. Foi inscrito oito vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) durante o período de 1896 a 1923. O primeiro registro é o do seu casamento com a italiana Lucia Pazelle.[1] Consta que ela faleceu dois anos depois, em 1898, e após algum tempo ele se casou novamente. Entre os anos de 1896 e 1897, ele foi registrado como lavrador e residente no município. O nome de Pietro somente começou a aparecer no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) a partir de 1908, no qual constava que ele tinha um comércio de aguardente. Já em 1913, ele está cadastrado como proprietário de um comércio de “aguardente, material para construção, ferragens etc.” Já no Álbum de Araraquara, 1915 (FRANÇA, 1915) o seu comércio está registrado como “armazém de secos e molhados, louças, cristais etc.” O nome do seu estabelecimento era “Casa da Ancora” e estava situado na Rua do Comércio, 86. Verificou-se que, em 1907, ele adquiriu um imóvel no valor de oitocentos mil-réis, talvez para fixar residência na cidade. Ele fez diversas transações de compras e vendas de imóveis durante o período de 1907 a 1928, a maioria de valores consideráveis como, por exemplo, uma venda de trinta e cinco contos de réis, em 1919 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Pietro participou da política de Araraquara no cargo de vereador nas gestões de 1926─1928 e 1929─1930 (Souza, 2003). Como dissemos, ele fez parte da diretoria da SIB. Sua atuação na SIU foi intensa. Ele ocupou cargos, sobretudo o de tesoureiro, durante toda a existência desta associação (1920─1941).
GIGLIO, Caetano
Caetano Giglio nasceu na Itália no ano de 1871. Apesar de não sabermos a província de procedência, deduzimos que ele era oriundo da região Sul, pois participou da diretoria da SMU. Ele foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) apenas duas vezes. Uma delas em 1907, e a outra em 1914. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele foi cadastrado, entre os anos de 1899 e 1904, como proprietário de um comércio de secos e molhados. A partir de 1909, Caetano foi inscrito como alfaiate. Na verdade, no Auto de Casamento do ano de 1907, ele já constava com tal profissão. Verificou-se que ele vendeu o imóvel, no ano de 1914, no valor de trezentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como dissemos, Caetano foi membro da SMU e ocupou cargos na diretoria. Ele também foi membro da LMCUT. Sabe-se que ele faleceu no ano de 1917.
GOLFIERI, Mário
Mário Golfieri nasceu na comune de Modena, região da Emilia-Romagna (Norte da Itália), no ano de 1867. Seu nome foi inscrito nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) apenas três vezes. A segunda foi na ocasião de seu casamento com a italiana Genoveza Zanella, em 1912. Consta no terceiro registro, ano de 1920, que ele exercia a profissão de guarda-livros. Mário foi presidente da SIB e ocupou cargos em algumas gestões. Na SIU, ele participou da diretoria nas gestões de 1923 e 1926.
GRANATA, Gennaro
Gennaro Granata nasceu na comune de Malito (Cosenza), região da Calábria (Sul da Itália), no dia 7 de fevereiro de 1900. Formou-se em medicina, em 1923, na Universidade de Nápoles. Nesta cidade, casou-se com Lydia Gravina, radicada em Araraquara (filha de Vincenzo Gravina e de Maria Luiza Gaetani Gravina), no ano de 1928 e, nesse mesmo ano, veio para o Brasil. Em Araraquara Gennaro montou a Clínica Esperança (Telarolli, 2002). Ocupou cargo na SIU somente no ano de 1932.
GRAVINA, Vincenzo
Vincenzo Gravina nasceu em Salerno, região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1869. Ele foi duas vezes padrinho de casamento, respectivamente nos anos de 1898 e 1910. Na primeira, Vincenzo ainda era solteiro (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Foi um homem de muitas posses e diversificou bastante os seus empreendimentos. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) que, desde o ano de 1901, Vincenzo era proprietário de um comércio de “fazendas, armarinhos, ferragens, louças e arreios”. Nessa época, ele já pagava um imposto equivalente a quinhentos e quarenta mil-réis. Em 1908, além do comércio, ele também está cadastrado como proprietário de máquina de beneficiar café e arroz. Além disso, ele era proprietário de uma gráfica. No Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) consta que Vincenzo era proprietário de uma fazenda situada no município de Araraquara, com trezentos e sessenta mil pés de café.[2] Durante todo o período em que ele foi inscrito no Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios (1895─1928, APHRT), Vincenzo efetuou oito compras de imóveis. As mais altas ocorreram nos anos de 1910, no valor de cem contos de réis, e em 1912, de setecentos e quarenta contos de réis, valor altamente expressivo. Ele foi membro da SIU e, durante as gestões de 1923 e 1924, ocupou o cargo de conselheiro.
GRAZIATO, Giovanni
De Giovanni Graziato pouco se tem notícias. Sabe-se que ele era italiano, mas não há informações da província de procedência e nem tão pouco de sua idade, pois em seu único registro nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) não consta a qualificação. Verificou-se, entretanto, que ele fez duas transações de compras nos anos de 1925 e 1926. A de valor mais alto, um conto de réis, foi realizada neste último ano (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giovanni participou da fusão da SIB com a SIMS. Ele foi membro da SIU, mas teve uma única participação na diretoria, especificamente na gestão de 1930.
GROSSI, Belarmino
De Belarmino Grossi não consta nenhum registro nos Autos de Casamentos. Mas ele foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT). Sabe-se que, no período de 1900 a 1901, ele tinha uma ferraria e serralheria, cujo capital era de duzentos réis. A partir do ano de 1904, Belarmino está registrado como engenheiro, carpinteiro e ferreiro. Em 1909, ele está inscrito, além de engenheiro, também como proprietário de uma pedreira. Tomamos conhecimento, por meio de Corrêa (1967, p. 196), que ele também foi encarregado dos serviços fúnebres no ano de 1891. A saber, esse serviço era subordinado ao governo municipal. No Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915), por sua vez, Belarmino está classificado apenas como engenheiro. Consta que ele realizou diversas obras para a prefeitura de Araraquara. O mesmo Álbum também informa que ele foi presidente da SIMS, o que sugere que a sua região de procedência era a do Centro da Itália. Belarmino apareceu várias vezes negociando imóveis, desde 1895 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Pode-se deduzir que ele era proprietário de terras extensas e as fracionasse para efetuar vendas menores, fazendo, assim, lucrativos negócios.[3] Não encontramos seu nome como integrante da SIU, porém, verificamos que ele foi membro da LMCUT.
GULLO, Vincenzo
Vincenzo Gullo nasceu no ano de 1889, na comune de Spezzano Albanese (Cosenza), região da Calábria. Ele era filho de Giuseppe Gullo e Carolina Lucci. Vincenzo teve um único registro nos Autos de Casamentos, durante o período pesquisado (1889─1932), justamente o do seu casamento, que se realizou no dia 22 de maio de 1914, com Dominga Blundi, filha de Giuseppe Blundi e de Antonieta Pezze. Sua profissão está inscrita apenas como comerciante. Não há informações de quando e com quem ele emigrou. Sabe-se apenas que na ocasião de seu casamento, seus pais residiam na Itália (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Ele foi membro da SIU, mas ocupou cargo de diretoria somente no ano de 1936.
[1] Esse Auto de Casamento está muito incompleto.
[2] Comenta-se na cidade que ele também se dedicava à agiotagem.
[3] Cumpre dizer que, em Araraquara, havia um elevado número de pequenas e médias propriedades em relação aos latifúndios e às grandes propriedades (Lorenzo, 1979, p. 146). Segundo Monteiro (2000, p. 79), “a distribuição acentuada de pequenas e médias propriedades foi causada pelo contínuo desmembramento de suas sesmarias em pequenas partes até o final do século XIX (…) tudo leva a crer que esse processo seguiu até o início do século XX”.
LAINETTI, Adolfo
Adolfo Lainetti nasceu em Araraquara (SP) no dia 15 de julho de 1891. Ele era filho dos italianos Thomaz Lainetti e Thereza Galbiatti (Fichas eleitorais de Araraquara, escrita em 7 de novembro de 1957, APHRT). Foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira foi na ocasião do seu casamento com Rosa Lombardi, filha de italianos. Adolfo exercia a profissão de alfaiate. Ele participou da diretoria da SIU, nas gestões de 1937 e 1938.
LANZIERI, Vincenzo
Vincenzo Lanzieri nasceu na comune de Sapri, província de Salerno, na região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1875. Chegou ao Brasil em 1892, e fixou residência em Rio Claro, onde possuía uma joalheria. Nesta cidade, participou durante vinte anos da Sociedade Italiana local, que o declarou sócio honorário. Em 1918, mudou-se para Catanduva e estabeleceu-se no comércio como proprietário da primeira joalheria da cidade, que se intitulava “A pérola oriental”. Vincenzo faleceu em Catanduva no dia 14 de novembro de 1950 (SIBGd’A; QUAGLIA, 2003, p. 143). Ele foi um dos fundadores da SIMS“Gd’A” e ocupou cargos na diretoria praticamente durante toda sua existência.
LEPRE, Giuseppe Palamone
Giuseppe Palamone Lepre nasceu na comune de Sant’Angelo à Fasanella, província de Salerno, região da Campânia (Sul da Itália), no dia 29 de março de 1884. Chegou ao Brasil no ano de 1904 e, depois de passar pela Hospedaria dos Imigrantes, seguiu para Araraquara. Primeiramente, instalou-se na Estação do Chibarro (na época chamava-se Fortaleza) e, anos mais tarde, mudou-se para Araraquara, onde fixou residência e começou a trabalhar no armazém do seu tio Francesco Palamone. Deste, logo tornou-se sócio (APHRT, Um homem e suas realizações, s/data, p. 12-13). No decorrer do período que se estendeu de 1912 a 1920, Giuseppe foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em 1912, no seu casamento. Em 1913, ele foi cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como proprietário de um “comércio de aguardente e querosene”. Consta que Giuseppe era proprietário de uma fábrica de sabão e sabonetes, caramelos e balas, bebidas e bolachas, denominada “Fábrica e Panificadora Princesa D’Oeste”. Dedicou-se também à indústria de cortume e foi agente da “Banca Italiana” em Araraquara (APHRT, Um homem e suas realizações, s/data, p. 14). Sabe-se que ele fez duas transações de compras e vendas de imóveis. A primeira, em 1912, foi uma venda de um conto e quinhentos mil-réis, coincidentemente no mesmo ano do seu casamento. E, a segunda, refere-se a uma compra no valor de vinte contos de réis realizada no ano de 1921 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giuseppe teve participação ativa na SIU, ocupando cargos na diretoria praticamente durante toda a existência dela.
LIA, Raphael
De Raphael Lia há escassas informações. Consta no Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT) que ele era natural da Itália, casado, sapateiro e tinha 45 anos. Deduzimos que Raphael era oriundo da região Sul da Itália, pois participou, primeiramente, da diretoria da SMU e depois da SIMS. Sabe-se que ele fez duas transações de vendas, respectivamente, nos anos de 1911 e 1915. A primeira, no valor de três contos de réis. E, a segunda, de quatro contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Seu nome não consta nas Atas da SIU.
LOMBARDI, Affonso
Affonso Lombardi nasceu na Itália no ano de 1891. Há poucas informações a seu respeito. Foi registrado somente três vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) entre os anos de 1922 e 1928. Consta que Affonso era casado, industrial e residente em Araraquara. Verificou-se que ele realizou a compra de um imóvel no ano de 1924, no valor de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria entre as gestões de 1927 e 1938, exceto a de 1937.
LONGO, Luigi
Luigi Longo nasceu em 1881 e era natural de Spezzano Albanese (Cosenza), região da Calábria. Seus pais chamavam-se Antonio Longo e Rosina Nocite. Durante o período pesquisado, ele foi padrinho de casamento por diversas vezes e de famílias diferentes, nas datas: 24/03/1900, 21/11/1908, 19/11/1910, 13/04/1912, 10/12/1917, 21/03/1919 e 23/08/1919, o que demonstra seu amplo ciclo de amizades. Luigi se casou em Araraquara, aos 37 anos, com Ignez Traldi, filha de italianos, nascida em São Paulo, capital. Seu casamento aconteceu no dia 27 de fevereiro de 1918. Não sabemos quando ele chegou a Araraquara, mas pequenas pistas dão a entender que foi no final do século XIX. Também não há informações se ele veio para o Brasil com os pais ou se veio sozinho. O que consta é que seus pais faleceram na Itália. Até o ano de 1912, Luigi é qualificado como negociante nos Autos de Casamentos. A partir daí, ele já começa a constar como comerciante (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). De fato, no Livro de coleta de impostos de indústria e profissões, 1899─1913 (APHRT), ele está registrado como proprietário de comércio de “fazendas, armarinho, chapéus e bengalas”, cuja firma denominava-se “Luiz Longo e Irmão”. Isso foi confirmado na entrevista que tivemos com o Sr. Antonio Longo, cujo pai, que era irmão de Luigi Longo, chegou à Araraquara por volta do ano de 1913.[1] Luigi Longo participou da fusão da SIB com a SIMS, integrou o quadro de sócios da SIU, mas não teve participação nas diretorias.
LORIA, Michele
Michele Loria nasceu na província de Catanzaro, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1888. Foi registrado oito vezes nos Autos de Casamentos. A primeira, em 1909, na ocasião de seu casamento com Maria Romana de Renzo. Era filho de Francisco Loria e de Filomena Ascoli, ambos naturais de Catanzaro. Consta que Michele era proprietário de uma alfaiataria com comércio (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Michele era integrante da SIU e ocupou cargos na diretoria em oito gestões. Ele também era membro da LMCUT.
LUPO, Enrico
Enrico Lupo nasceu na comune de Strigno, província de Trento, região do Trentino-Alto Ádige (Norte da Itália). No ano de seu nascimento, 1877, Strigno ainda integrava a área de Trieste, pertencente ao Império Austro-húngaro. Sua família emigrou para o Brasil no ano de 1888. Eles não foram trabalhar nas fazendas de café, pois o seu pai, Theodoro, já tinha a profissão de relojoeiro e ourives. A família Lupo chegou a Araraquara no dia 13 de maio de 1888, dia em que foi assinada a Lei Áurea (BRANDÃO & TELAROLLI, 1998, p. 9-25). No período que se estende de 1895 a 1921, Enrico foi registrado doze vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), todas como padrinho. Já no Livro de coleta de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), foi cadastrado de 1904 a 1913 exercendo a profissão de ourives. Enrico foi o criador da conhecida “Fábrica de Meias Lupo”, cuja fundação ocorreu em 1921 (BRANDÃO & TELAROLLI, 1998, p. 65). No campo político, ele foi candidato a vereador, em 1920, mas como obteve somente 30 votos ficou como segundo suplente na legislatura de 1920-1922 (SOUZA, 2003, p. 73). Sabe-se que Enrico fez transações de compras de imóveis, entre os anos de 1910 e 1928. A de maior valor, quarenta e cinco contos de réis, foi realizada no ano de 1927 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Participou ativamente da SIB e da SIU, em ambas ocupando cargos na diretoria.
MASIERO, Giovanni
Giovanni Masiero nasceu na Itália no ano de 1878. Dele, não há referências da província de procedência. Foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) somente no ano de 1926. Consta que ele era industrial. Segundo o jornal “O Diário de Araraquara”, editado em 10 de julho de 1932 (APHRT), Giovanni começou suas atividades em Jaboticabal dedicando-se à manipulação de sabão. Em 1908, ele veio para Araraquara, onde fixou residência, mas deixou a filial de uma fábrica de sabão em Jaboticabal, que funcionou até 1922. Em Araraquara, além da fábrica de sabão, denominada “Yolanda”, ele exportava vinho e vinagre, de fabricação própria. Giovanni consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como possuidor de tal fábrica entre os anos de 1911 e 1913, data limite do Livro. Sabe-se que ele fez transações de compras de imóveis durante os anos de 1915 a 1923. A maioria foi realizada em 1915 e a de valor mais alto no ano de 1918: quinze contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Giovanni foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria nas gestões de 1928 a 1938.
MAURO, Felippe
Felippe Mauro nasceu na comune de Tramutola, província de Potenza, região da Basilicata (Sul da Itália), no ano de 1881. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) constam que ele foi registrado nove vezes entre os anos de 1912 e 1924. Ele está cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como proprietário de um comércio de “aguardente, querosene e fazendas”, no ano de 1908. Verificou-se que, em 1925, ele também mantinha um armazém de secos e molhados, localizado na Rua 4. Além disso, nesse mesmo ano, ele foi Agente Consular da Itália (APHRT, Jornal “Gazeta do Povo”, Araraquara, s/data, 1925). Sabe-se que Felippe vendeu um imóvel por quatorze contos de réis, em 1924 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria durante cinco gestões.
MIARI, Santi
Santi Miari nasceu na Itália no ano de 1870. Não há informações sobre o local de nascimento, mas provavelmente ele era da região Norte, pois foi membro da SIB, com participação na diretoria. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), o seu nome consta duas vezes. A primeira, como padrinho de casamento, em 1913; e, a segunda, no casamento de sua filha. Nasceu em Araraquara no ano de 1902, o que indica que Santi já havia se fixado na cidade. Em 1913, ele está cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) como comerciante, proprietário de um botequim e artigos para fumantes. Nos anos de 1903 e 1905, ele adquiriu dois imóveis que totalizaram o valor de nove contos e quinhentos e vinte sete mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Dois anos depois, em 1907, ele adquiriu mais uma, no valor de cinco contos e duzentos réis. Como já dissemos, Santi fez parte da SIB, ocupando o cargo de vice-secretário na gestão de 1911. Contudo, ele não aparece nas Atas da SIU.
MINERVINO, Luigi
Luigi Minervino nasceu na província de Nápolis, região da Campânia (Sul da Itália). Segundo Telarolli (2002, p. 247), ele emigrou para o Brasil ainda jovem, provavelmente por volta da Proclamação da República. Por certo tempo, permanceu na cidade de Rio Claro, onde se casou. Lá, já morava um seu irmão. Depois de algum tempo, mudou-se para Araraquara. Seu nome não está inscrito nos Autos de Casamentos, mas consta no Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT), que ele tinha trinta e dois anos e exercia a profissão de banqueiro e capitalista. Algumas pistas dão a entender que para se diferenciar de um patrício que levava o mesmo sobrenome e era da mesma região, como veremos em seguida, foi acrescentado “Napolitano” ao final do seu sobrenome. Tudo indica que ele conseguiu se integrar, desde cedo, com os políticos locais, visto que foi vereador nas legislaturas de 1892─1894 e 1902─1904 (SOUZA, 2003, p. 71─72). Consta que Luigi fez nove transações de imóveis, todas de vendas, no período que se estende de 1896 a 1916. Com execeção de um, os valores variam de um conto de réis até seis contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Sabe-se, por meio de Corrêa (1967, p. 364), que, em 1903, Luigi foi presidente da SMU. Retornou a Nápoles, por volta de 1916, depois de ter acumulado riquezas no Brasil. O jornal Il Piccolo (BN, São Paulo, 18/04/1922) registrou que, em passagem pelo Brasil, no ano de 1922, Luigi fez a doação de um terreno de 2.000 m² ao hospital “Gota de Leite” de Araraquara, onde, posteriormente, foi edificada a sua sede. Ele fez essa doação em memória de seu filho Pasquale, que era médico na cidade de Araraquara e faleceu muito jovem.
MINERVINO, Silverio
Silvério Minervino levava o mesmo sobrenome de Luigi, como vimos anteriormente. Ele nasceu na província de Benevento, região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1861. Silvério foi inscrito nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) em 1927, por ocasião do casamento de sua filha. Consta que ele era brasileiro por lei e era chamado de “capitão”. Verificou-se que Silvério era proprietário de uma Casa Bancária localizada na Rua 2, esquina da Av. 10 (APHRT, “Jornal de Notícias”, Araraquara, s/data, 1908). Segundo Leite (2007, p. 65), ele primeiro viveu na Argentina, depois fixou-se em Araraquara e, posteriormente, não se sabe a data, também em Catanduva, onde fundou um banco, no ano de 1922, denominado “Casa Bancária Silvério Minervino”. Acreditamos que ele tivesse residência nas duas cidades, pois não era raro encontrá-lo em notícias de jornais da cidade de Araraquara. Silvério, apesar de seu poder aquisitivo, foi cadastrado somente três vezes fazendo transações de compras de imóveis no período pesquisado (1895─1928); a de maior valor foi feita no ano de 1905, em um montante de dez contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria, durante o período de 1921 a 1928, exceto nos anos de 1922 e 1927.
MONICI, Umberto
Umberto Monice nasceu em Espírito Santo do Pinhal (SP), no dia 10 de julho de 1894. Era filho de italianos; casou-se com Odyssea de Souza Foz, em 1927; foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), apenas uma vez, na ocasião de seu casamento. Não há registros da sua profissão. Umberto ocupou cargos na SIU em três gestões.
MORABITO, Pietro
Pietro Morabito nasceu na Itália no ano de 1864. Apesar de não haver informações sobre a província de procedência, é quase certo que era oriundo da região Sul, pois participou da diretoria da SMU. Seu nome foi registrado somente duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira vez, em 1898. E, a segunda, no ano de 1923, por ocasião do casamento do seu filho, que nasceu em Araraquara em 1897, o que indica que Pietro já estava estabelecido na cidade desde esse ano. Seu registro no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) consta a partir de 1900, com a profissão de marceneiro. Em 1908, ele também foi inscrito como empreiteiro de obras e continou com as mesmas profissões até 1913, data limite do Livro. Jornais de diversos anos informam que Pietro foi empresário e proprietário do cinema “Iris Theatre”. Sabe-se que ele fez transações de compras e vendas de imóveis durante os anos de 1909 a 1921, perfazendo o total de cinco, das quais quatro se relacionavam a compras, enquanto apenas uma era relativa à venda; a maioria de valores significativos (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como já dissemos, Pietro teve participação na diretoria da SMU. Ele também foi membro da SIU, mas não ocupou cargos na diretoria.
MUSCARI, Aristide
Aristide Muscari nasceu na comune de Cittanova, província de Reggio Calabria, região da Calábria (Sul da Itália), no ano de 1884. Chegou ao Brasil em 1905, e dirigiu-se para a cidade de Ribeirão Preto, onde ministrava aulas em uma escola italiana. Lá permaneceu por quinze anos. Em 1921, foi para Catanduva e estabeleceu-se. Dedicou-se à fotografia e possuía um ateliê (MPA, Revista Agrícola de Catanduva, 1925; QUAGLIA, 2003, p. 163). Ele ocupou cargos na diretoria da SIMS“Gd’A”, durante diversos períodos. Aristides também foi secretário do Fascio local.
[1] Esta entrevista foi realizada no dia 17/11/2007.
NEGRINI, Oswaldo
Oswaldo Negrine nasceu na província de Mântua, região da Lombardia (Norte da Itália), no ano de 1885. Foi registrado oito vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) no período que se estende de 1898 a 1929. Um desses registros foi o do seu casamento no ano de 1906. Consta que ele morava em Rincão (perto de Araraquara) e, em 1904, era proprietário de um comércio de secos e molhados (APHRT, Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913). No Álbum de Araraquara, 1915, Oswaldo está classificado como “empresário da limpeza pública” e fazendeiro, ambos em Rincão. É possível que ele tenha fixado residência em Araraquara por volta do ano de 1917, pois temos conhecimento de que ele comercializava cereais e gêneros, em uma empresa sua, situada na Rua Itália (APHRT, Jornal L’Alpino, Araraquara, 27/05/1917). Já em 1929, último registro de casamento, ele foi inscrito como capitalista e naturalizado brasileiro. Sabe-se que ele fez diversas transações de compras e vendas de imóveis. Ao todo foram sete, entre os anos de 1924 a 1928. Todas elas de valores relativamente altos. Oswaldo teve participação ativa na SIU e começou a ocupar cargos na diretoria a partir da gestão de 1923, até o seu fechamento, consecutivamente.
OPICE, Bruno
Bruno Opice nasceu na Itália no ano de 1881. Embora não se saiba a província de procedência, certamente era da região Norte, pois teve partipação na diretoria da SIB. Foi registrado onze vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), em um período que se estende de 1897 a 1926. O primeiro registro, 1897, foi o do seu casamento com a italiana Concetina.[1] No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Bruno foi registrado, a partir do ano de 1904, como alfaiate. Já em 1912, junto com a alfaiataria, também consta um comércio de roupas, armarinho, chapéu etc. Conforme informa o Álbum de Araraquara, 1915 (APHRT), sua loja chamava-se “Casa da Moda”. Sabe-se que, em 1906, ele fez uma transação de compra de imóvel no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Bruno participou da diretoria da SIB, na gestão de 1911, ocupando o cargo de vice-presidente. Ele foi membro da SIU, mas somente participou de sua diretoria na gestão de 1937, na qual ocupou o cargo de conselheiro.
OPICE, Giuseppe
Giuseppe Opice nasceu na Itália, no ano de 1872. São escassas as informações a respeito dele. Acreditamos que ele fosse irmão de Bruno Opice, visto anteriormente. Nesse caso, ele também era oriundo da região Norte. Giuseppe foi registrado somente duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). No primeiro, em 1921, consta que ele era casado, comerciante e residente em Araraquara. Já no segundo, em 1926, ele está inscrito como industrial. Sabe-se que ele era proprietário de uma fábrica de móveis denominada “A Mobiliadora”, situada na Rua 6 (APHRT, Jornal “Gazeta do Povo”, Araraquara, 30/09/1915). Verificou-se que Giuseppe realizou três compras de imóveis, entre 1924 e 1925. A maior delas custou-lhe quinze contos de réis, em 1924 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ele foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria, em três gestões. Giuseppe faleceu em um acidente de carro ocorrido no ano de 1927 (BN, jornal Il Piccolo, São Paulo, 26/04/1927).
PALAMONE, Francesco
Francesco Palamone nasceu na comune de Sant’Angelo, a Fasanella, província de Salerno, região da Campânia (Sul da Itália), no ano de 1865. Há quatro registros de seu nome nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). O primeiro deles, em 1895, é o do seu casamento com a italiana Joana Lero. Os outros três datam dos anos de 1909, 1912 e 1927. Ele está inscrito no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) desde o ano de 1904, com a profissão de comerciante. Seu comércio era bem diversificado, pois além de “fazendas, armarinho, roupas feitas chapéus, ferragens”, ele também vendia “secos e molhados, artigos para fumantes, querozene, aguardente etc”. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (FRANÇA, 1915) que Francesco possuía uma fazenda situada na cidade de Américo Brasiliense, com cinquenta mil pés de café. Sabe-se que, no decorrer dos anos de 1907 a 1915, ele fez oito transações de compras e vendas de imóveis, cujo maior valor foi o de quarenta contos de réis referente a uma compra realizada no ano de 1907 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Francesco foi membro da SIU e teve participação ativa. Durante o período de 1922 a 1929, ele ocupou cargos na diretoria, consecutivamente. Tem-se conhecimento de que ele faleceu no ano de 1934.
PICARONI, Antonio
Antonio Picaroni nasceu na comune de Viggiano, província de Potenza, região da Basilicata (Sul da Itália), no ano de 1864. Diplomou-se médico na Universidade de Nápoles em 1888. Ele chegou no Brasil em 1889 e fixou-se, primeiramente, no Rio de Janeiro. Depois foi para Rio Claro, onde permaneceu até o ano de 1892. Em seguida, estabilizou-se em Araraquara. Em 1922, retornou à Italia e, até o ano de 1937, vinha constantemente para o Brasil, quando mudou-se definitivamente para Itália (TELAROLLI, 2002). Foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em seu casamento no ano de 1896; consta que era viúvo. A segunda vez foi como padrinho, em 1920. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Antonio foi cadastrado de 1899 a 1913, sempre com a profissão de médico. Além de médico, ele também era fazendeiro, pois era proprietário de uma fazenda, com sessenta e cinco mil pés de café, localizada na Estação do Ouro. Além disso, ele ainda tinha uma máquina de beneficiar café e arroz, que funcionava na Rua do Comércio (FRANÇA, 1915). Antonio fez transações de compras e vendas de imóveis durante o período de 1906 a 1921, a maioria acima de um conto de réis. Sua maior compra foi realizada em 1912, no valor de vinte contos de réis, e sua maior venda foi no valor de vinte e cinco contos de réis, em 1916 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Antonio ocupou o cargo de presidente da SIU, nas gestões de 1921 e 1922. Antes delas, não há informações de sua participação nas outras associações.[2]
PINOTTI, Ildebrando
Ildebrando Pinotti nasceu na Itália no ano de 1871. Não sabemos a província de procedência, mas possivelmente, ele era oriundo da região Norte, pois participou da diretoria da SIB. Foi registrado nove vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) entre os anos de 1900 e 1928. Sete delas, na ocasião dos casamentos de seus filhos. Nota-se que um deles nasceu em Jundiaí no ano de 1891, o que indica que Ildebrando se fixou em Araraquara depois dessa data. Consta que ele era casado e lavrador. Verificou-se que ele fez uma transação de compra de imóvel. Esta foi negociada no ano de 1923, no valor de dois contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Ildebrando participou da SIB e, como adiantamos, ocupou cargos na diretoria. Não há referências dele na SIU.
PINOTTI, Primo
De Primo Pinotti não há registros nos Autos de Casamentos. Sabe-se, contudo, por meio do Recenseamento de Araraquara, 1902 (APHRT), que ele era italiano, casado, negociante e, nessa ocasião, tinha trinta e sete anos. Consta que ele fez transações de compras e vendas de imóveis de valores consideráveis, sobretudo em 1920, quando vendeu um imóvel no valor de sessenta contos de réis. Além disso, Primo negociava imóveis desde o ano de 1895 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Participou de duas gestões da SIU. A primeira, em 1921, ocupando o cargo de fiscal. E a segunda, como conselheiro no ano de 1924.[3]
PUCHANTE, Vincenzo
De Vincenzo Puchante há escassas referências. Sabe-se somente que ele nasceu na região do Vêneto (Norte da Itália), possuía um comércio de aguardente no ano de 1908 (APHRT, Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913) e era proprietário de uma fazenda situada em Américo Brasiliense denominada “Propriedade Agrícola Etrúria”, que continha sessenta mil pés de café (FRANÇA, 1915). Nas transações de imóveis, seu nome consta apenas no ano de 1906, realizando uma compra e uma venda de valores abaixo de um conto de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou o cargo de conselheiro no ano de 1922.
[1] Os papéis deste Auto estão muito envelhecidos e não há visibilidade. Além disso, estão faltando diversas páginas.
[2] A explicação mais viável para tal fato vem dos estudos de Salles (1997), que afirmam que os médicos estavam mais interessados na construção do seu projeto de ascensão social através da sua realização profissional. Por isso, distinguiam-se da colônia até então fragmentada.
[3] Não há informações se Primo Pinotti tinha algum tipo de parentesco com Ildebrando Pinotti.
REDIGHIERI, Innocenzo
Innocenzo Redighieri nasceu na Itália no ano de 1865 e, apesar de não constar informações sobre a sua província de procedência, é quase certo que ele era oriundo do Norte da Itália, pois participou diversas vezes da diretoria da SIB. Ele foi registrado cinco vezes como padrinho de casamento no decorrer do período que se estende de 1895 a 1919 (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Em 1895, consta que Innocenzo era casado e tinha o ofício de carpinteiro. Já em 1899, conforme o Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele está cadastrado como fabricante de charutos, cujo capital, no período de 1900 a 1901, totalizava duzentos réis. Até 1913, data limite do Livro, ele mantém a mesma profissão. Innocenzo fez transações de imóveis desde o ano de 1895, onde realizou somente compras, cujo valor mais alto foi negociado, no ano de 1909: seis contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como já dissemos, ele fez parte da diretoria da SIB e participou da fusão desta associação com a SIMS, mas não ocupou cargos na diretoria da SIU.
ROSITO, Domenico
Domenico Rosito nasceu na cidade de Faxina (SP), no dia 3 de julho de 1898. Era filho dos italianos Andrea Rosito e Maria Tracco Margarida. Domenico foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em 1921 e, a segunda vez, no ano de 1927, na ocasião de seu casamento com Alzira Marques de Mello, filha de portugueses. Consta que ele exercia a profissão de alfaiate. Domenico participou da diretoria da SIU, em quatro gestões.
ROSSI, Alessandro
Alessandro Rossi não foi registrado nos Autos de Casamentos. Sabe-se, porém, que ele era italiano, provavelmente originário do Norte da Itália, pois era membro da SIB, com participação na diretoria. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) consta, de 1899 até 1913, que ele era proprietário de uma fábrica de cerveja, com um capital registrado, entre 1901 e 1902, no valor de cinco contos de réis. Consta também, em 1908, que ele possuía uma cocheira em Américo Brasiliense (perto de Araraquara). Alessandro fez transações de imóveis desde o ano de 1895, mas somente de vendas. Das três vendas que ele negociou, a mais alta foi a de quarenta e quatro contos de réis no ano de 1920 (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como adiantamos, ele foi membro da SIB e ocupou, por três vezes, cargos na diretoria. Não há informações dele na SIU.
RIZZOLI, Arturo
Arturo Rizzoli nasceu na província de Ferrara, região da Emilia-Romagna (Norte da Itália), no ano de 1883. Consta que ele veio para o Brasil com a idade de dezesseis anos, juntamente com a sua família, e se fixou em Araraquara, porém não se sabe a data. Em 1906, Arturo foi estudar artes plásticas no Rio de Janeiro e somente retornou para Araraquara no ano de 1910 (APHRT, Jornal “O Diário de Araraquara”, 10/07/1932). Foi registrado apenas uma vez nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), precisamente no ano de 1911, na ocasião de seu casamento. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Arturo foi cadastrado com a profissão de construtor. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) uma propaganda comercial de sua profissão com os seguintes dizeres: “pintor e decorador – executa plantas de casas e vilas”. Tem-se conhecimento de que ele foi famoso e conceituado pintor de quadros e constantemente fazia exposições de suas telas. Verificou-se que, em 1915, Arturo vendeu um imóvel, no valor de dois contos de réis e adquiriu um, por cento e oito mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria nas gestões de 1930 a 1933.
SELLERI, Luigi
Luigi Selleri nasceu na província de Bolonha, região da Emilia Romagna (Norte da Itália), no ano de 1875. Nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), ele foi registrado doze vezes no período que se estende de 1898 a 1910. Todas como padrinho de casamento. Consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) que, entre os anos de 1901 e 1902, ele exercia a profissão de sapateiro. Em 1908, além de sapateiro, Luigi está cadastrado como proprietário de um botequim. Já em 1911, parece que ele ampliou mais os seus negócios, pois está inscrito como dono de confeitaria e botequim. Alguns anos depois, seus negócios ampliaram: Luigi inaugurou uma fábrica de bolachas e uma loja denominada “Casa Bologna” (Álbum de Araraquara, 1915). Sabe-se que ele fez transações de compras de imóveis, entre os anos de 1911 a 1923. A aquisição mais alta foi no valor de seis contos de réis, em 1912. Além de ter sido um dos fundadores da SIB, Luigi foi presidente desta associação por diversas vezes. Também participou como membro da SIU, ocupando cargos na diretoria, durante cinco gestões. Consta que ele foi nomeado para o cargo de Agente Consular da Itália, em Araraquara, no dia 17 de março de 1950 (AESP, Acervo do DEOPS, prontuário n° 103974).
SILVESTRE, Guiseppe
Giuseppe Silvestre nasceu na Itália no ano de 1859. Não sabemos a província, mas certamente ele era oriundo da região Norte da Itália, pois foi um dos fundadores da SIB. Foi registrado somente uma vez nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT), precisamente no ano de 1898. Consta que ele era casado. Conforme cadastrado no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), ele exercia a profissão de marceneiro, ferreiro e cocheiro. No ano de 1911, Giuseppe já está inscrito como proprietário de seu próprio estabelecimento. Sabe-se que ele fez duas transações de compras de imóveis. Uma delas no valor de cem mil-réis, em 1908, e a outra de um conto de réis, no ano de 1920. Ele também vendeu um imóvel, no ano de 1927, no valor de três contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Apesar de ter sido um dos fundadores da SIB, como dissemos, ele ocupou cargo na diretoria apenas no ano de 1908, como conselheiro. Foi membro da SIU, mas não teve participação na diretoria.
SOMENZARI, Enrico
Enrico Somenzari nasceu na Itália no ano de 1880. Embora não se saiba a província de origem, deduzimos que ele era da região Norte, pois participou ativamente da SIB, apesar de não ter ocupado cargos na diretoria. Acreditamos que ele era filho de Giovanni Somenzari, também sócio da SIB. Enrico foi registrado três vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) no decorrer do período de 1904 a 1918. Consta, no primeiro registro, que ele era casado, lavrador e residente no distrito de Araraquara (certamente em alguma fazenda). No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), Enrico está cadastrado, a partir de 1904, como proprietário de um armazém de secos e molhados. De acordo com o Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915), seu armazém denominava-se “Casa Somenzari”. Parece que ele também possuia uma casa de material para construção em Américo Brasiliense (perto de Araraquara), pois consta o registro, no ano de 1912. Verificou-se que Enrico fez diversas transações de compras e vendas de imóveis, entre os anos de 1909 e 1928. Foram treze no total e a maioria de compras. A maior delas foi realizada em 1919, no valor de trinta e cinco contos de réis. Em relação às vendas, a de maior valor foi negociada em 1921: cento e cinquenta contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Como dissemos, ele foi membro da SIB. Na SIU, Enrico ocupou cargos na diretoria durante as gestões de 1923 a 1926, consecutivamente.
TENUTA, Carmelo
De Carmelo Tenuta há escassas informações. Consta que ele nasceu na Itália, mas não sabemos a província de procedência, e residia em Santa Lúcia (perto de Araraquara). Em 1913, no Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT), foi registrado como proprietário de um comércio de “fazendas, armarinhos, querosene e outros objetos”, localizado na cidade de Santa Lúcia, cujo imposto estava calculado em oitocentos e sessenta e um mil-réis. Consta no Álbum de Araraquara, 1915 (França, 1915) que ele possuía uma fazenda na cidade de Rincão (próxima à Araraquara). Sabe-se que Carmelo adquiriu dois imóveis, respectivamente nos anos de 1914, no valor de trinta contos de réis, e 1921, de oito contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Em 1927, ele realizou uma venda no valor de quarenta e cinco contos de réis. Foi membro da SIU e ocupou cargos na diretoria durante as gestões de 1923 a 1926.
TRICCA, Ugo
Ugo Tricca nasceu em Roma, região do Lácio (Centro da Itália), no dia 29 de agosto de 1898. Ele veio para o Brasil juntamente com os seus pais, Ercole Tricca e Anunciatta Fazione Tricca, quando ainda tinha cinco anos de idade. Sua família dirigiu-se para o Estado de São Paulo, fixando moradia primeiramente na cidade de Rincão. Em seguida, eles foram para Araraquara, onde Ugo trabalhou na “Casa Barbieri” e foi músico da banda local. Em 1915, ele foi para Catanduva. Lá ele marcou destacada presença nas corporações musicais e em diversas orquestras, inclusive na sua: “Orquestra Ugo Tricca” (MPA, Jornal “O Regional”, Catanduva, 30/10/1993). Ugo participou da diretoria da SIMS“Gd’A”, em três gestões.
TUCCI, Agostino
Agostino Tucci nasceu em Spezzano Albanese (província de Cosenza, região da Calábria) em 1859. Ele era de família rica, proprietária de sorgenti minerali (fonte de água mineral). Agostino estudou engenharia na Università di Napoli, onde se diplomou. Casou-se com Maria Vicencia Bevaqua e tiveram oito filhos, dos quais um deles nasceu no Brasil. Ele migrou para o Brasil em 1894, juntamente com seu filho mais velho, Albino Tucci, e morou, primeiramente, em São Paulo, na Vila Mariana. Um tempo depois, ele voltou à Itália para buscar a família. Não se sabe ao certo a data do retorno. Em São Paulo, Agostino trabalhou como engenheiro civil e participou da equipe que construiu o Teatro Municipal. Ele sofria de asma e o clima da Capital não era apropriado para sua saúde. Então, mudou-se para Cezario Bastos, bem perto de Araraquara.[1] Lá, conforme consta no Livro de coleta de impostos de indústria e profissões, 1899─1913 (APHRT), ele montou um comércio de roupas e armarinho e também trabalhava como construtor. Isso ocorreu durante o período de 1908 a 1912. Provavelmente, Agostino veio para Araraquara em 1913. Aqui, além de trabalhar como construtor, ele também tinha uma fábrica de ladrilhos. Estabeleceu-se na Rua 3 (São Bento), n° 70, onde funciona atualmente o conhecido Foto Tucci, cujo prédio sempre pertenceu a sua família. Agostino foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, no casamento de sua filha, em 28 de julho de 1917, e, a segunda, no casamento de seu filho no dia 7 de março de 1923. Neste último, ele já estava com 64 anos. Sabe-se que ele adquiriu uma propriedade, em 1919, no valor de treze mil-réis, e vendeu duas, em 1907 e em 1927, por cinco contos e duzentos mil-réis e por um conto e quinhentos mil-réis, respectivamente. Participou da fusão da SIB com a SIMS e foi membro da SIU. Nesta última, ocupou cargos nas gestões de 1921 e 1922. Agostino foi um dos fundadores da Loja Maçônica Caridade Universal Terceira, de Araraquara.
VIGORITO, Andrea
Andrea Vigorito nasceu na Itália no ano de 1886. Não sabemos a província de procedência, pois a seu respeito há escassas informações. No Livro de coleta de impostos de indústria e profissão, 1899─1913 (APHRT) consta, em 1913, que ele possuía uma fábrica de sabão e residia em Rincão (perto de Araraquara). Foi registrado nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT) somente uma vez, em 1920. Nele está anotado que Andrea era casado, industrial e morava em Araraquara. Sabe-se que ele fez duas aquisições de imóveis, no ano de 1916, e duas vendas no ano de 1926. As vendas foram maiores, totalizando o valor de quatorze contos de réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Andrea foi membro da SIU e participou da diretoria somente nas duas primeiras gestões, 1921 e 1922.
ZACCARO, Giuseppe
Giuseppe Zaccaro nasceu na comune de San Lorenzo Bellizzo, província de Consenza, região da Calábria (Sul da Itália), no dia 3 de julho de 1875. Cursou medicina na Universidade de Nápoles, onde se diplomou no ano de 1900. Um ano depois, em 1901, veio para o Brasil; desembarcou em Santos no dia 7 de fevereiro e foi exercer a sua profissão em Monte Alto. Nesta cidade, Zaccaro iniciou sua vida maçônica. Ele permaneceu lá até o final de setembro de 1903. Pouco tempo depois passou a trabalhar em Jaboticabal, onde participou da Loja Maçônica Fé e Perseverança. Em 1908, fixou residência em Taquaritinga e foi membro da Loja Maçônica Líbero Badaró, da Società Dante Alighieri e Agente Consular da Itália. Em 1913, retornou à Itália e lá permaneceu por volta de um ano. Quando Zaccaro voltou ao Brasil, foi morar novamente em Jaboticabal e, em 1918, foi para a Capital do Estado de São Paulo, onde residiu por dois anos (BEDUSCHI, 2000). Em 1920, Zaccaro se estabeleceu em Catanduva. Nesta cidade, foi presidente da SIMS“Gd’A”, posteriormente Casa d’Italia, durante o período de 1928 a 1942, e Agente Consular da Itália. Ele construiu um edifício considerado de arrojada arquitetura para a época, que abrigou a sua residência e o primeiro hospital de Catanduva e região denominado Casa de Saúde Dr. José Zaccaro. Foi inaugurado em 1924. Casou-se com Julia Pesce e teve numerosa prole. No início da Segunda Guerra Mundial, voltou à Itália. Em 1945, retornou ao Brasil e faleceu no ano seguinte (BEDUSCHI, 2000). Seu nome consta da “Relação dos fascistas inseridos no Partido Fascista Italiano, na seção do Braz”, conforme documentos do DEOPS (AESP, Acervo do DEOPS, Prontuário n. 27.804, 2° vol.).
ZENERIN, Augusto
Augusto Zenerin nasceu no ano de 1868, na Itália (não sabemos a província). Ele foi inscrito como padrinho de casamento por três vezes. A primeira foi no ano de 1898, já casado, com a profissão de alfaiate e residente em Boa Esperança do Sul (perto de Araraquara). A segunda e a terceira são respectivamente nos anos de 1922 e 1934[2], quanto à sua profissão, consta apenas como “proprietário” (APHRT, Autos de Casamentos, 1889─1932). Interessante observar que Augusto comprou um imóvel em Araraquara, no ano de 1902, no valor de trezentos mil-réis, onde, provavelmente nesse ano, fixou residência. Somente após vinte e cinco anos, precisamente em 1927, ele comprou outro imóvel, mas de valor bastante expressivo: sete contos e quinhentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Augusto participou ativamente da SIU, ocupando, consecutivamente, o cargo de secretário durante todo o período da duração da mesma (1920─1941).
ZERBINI, Antonio
Antonio Zerbini nasceu na província de Ferrara, região da Emilia Romagna (Norte da Itália), no ano de 1882. Ele foi registrado duas vezes nos Autos de Casamentos (1889─1932, APHRT). A primeira, em 1906, no seu casamento. E, a segunda, no casamento de sua filha realizado em 1908. Consta que ele era comerciante. Sabe-se que Antonio adquiriu dois imóveis, no ano de 1914, totalizando o valor de quatro contos e seiscentos mil-réis (APHRT, Livro de Distribuições das Escrituras dos Cartórios, 1895─1928). Participou da diretoria da SIB e também foi membro da SIU, na qual ocupou cargos de dirigente durante as gestões de 1922 a 1925.
[1] Essas informações foram obtidas na entrevista realizada com o Sr. Carmini Tucci, neto de Agostino Tucci, em 21/11/2007.
[2] Nesse ano foi realizado o casamento de Giuseppe Aufiero Sobrinho com Henriqueta Lupo. Ele era sobrinho de Giuseppe Aufiero e ela era filha de Enrico Lupo.
Fontes consultadas
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- Rencenseamento de Araraquara, 1902;
- Autos de Casamentos (1889-1932);
- Livros de coleta de impostos de indústria e profissão (1899-1913);
- Relatório do Prefeito Municipal Dario Alves de Carvalho referente ao exercício de 1913;
- Biografia: “Um homem e suas realizações”, s/data;
- Livro de Distribuições das Escrituras dos cartórios, 1895-1928;
- Jornais: “O Araraquarense”, “O Imparcial”, “Gazeta do Povo”, “O Diário de Araraquara”.
- Revista Agrícola da Catanduva, 1925;
- Jornal “O Regional”.
- Histórico Sintetizado da Sociedade Ítalo-Brasileira “Gabriele d’Annunzio”;
- Serviço de Registro de Estrangeiros, Delegacia de Polícia de Catanduva, 1941.
- Acervo do DEOPS
- Jornal Il Piccolo
- Entrevista com o Sr. Antonio Longo (17/11/2007);
- Entrevista com o Sr. Carmini Tucci (21/11/2007).
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1. IMIGRAÇÃO ITALIANA: BIBLIOGRAFIA
1.1 Bibliografia brasileira
A bibliografia sobre imigração italiana no Brasil é vasta, excelentes trabalhos foram escritos. Exponho aqui a bibliografia que utilizei na minha dissertação de mestrado, na tese de doutorado, nos projetos e artigos que escrevi até o momento, e outras que tive o prazer de ler.
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