RESUMO
O artigo realiza uma análise histórica que perpassa três contextos: a) a colonização da América Portuguesa; b) o processo imigratório que se inicia no século XIX; e c) a política do Estado de bem-estar social do século XX. Os meninos como pajens e grumetes e as meninas como órfãs do rei foram presença constante nas embarcações dos séculos XVI e XVII. No século XIX, eles imigravam com suas famílias, como parte da política segregadora eugenista, que buscava o embranquecimento do país. No século XX, esse processo tomou como forma a ampla institucionalização de menores com vistas a conter os conflitos sociais. Para milhares de crianças, o Estado de bem-estar social foi uma política que as retirou de suas famílias e as inseriu no trabalho forçado. Assim, a existência de tráfico de pessoas por motivos econômicos e eugênicos não é algo recente, mas um processo vivenciado em outros momentos históricos, que continuou durante o século XX, não apenas na América Latina, mas também em países europeus como resultado da política de salvação da infância e do movimento parens patriae. Palavras-chave: História da infância; Estado de bem-estar social; Menorismo; Eugenia e Higienismo. Tempo, Niterói, vol. 28,, n. 3, Set./Dez. 2020. RESUMO
Na atualidade há um expressivo contingente de refugiados que deixam suas casas devido a conflitos -guerras, perseguições e violações dos direitos humanos- em busca de novas oportunidades. O Brasil tem se tornado um dos destinos destas pessoas, inclusive recebendo crianças refugiadas. Este estudo objetiva revisar a literatura científica disponível em bases de dados eletrônicas nos últimos treze anos a respeito dos impactos psicológicos da imigração involuntária em crianças. A pesquisa foi realizada em cinco bases de dados (BVS-PSI, Periódicos Capes, Francis, Redalyc e PsycARTICLES), a partir da interseção dos descritores “immigration”, “children” e “mental health”. Selecionou-se 48 artigos para análise, sendo constatada a ausência de publicações nacionais. Os conteúdos abordados nos trabalhos foram agrupados constituindo três categorias, a saber: 1) desafios enfrentados pelas crianças ao chegar ao país de acolhimento, 2) impactos psicológicos do processo migratório forçado na infância e 3) propostas de intervenção na saúde mental dos pequenos refugiados. A partir das informações obtidas, enfatiza-se a elaboração de políticas públicas no contexto brasileiro, sobretudo direcionadas a Atenção Básica com vistas a considerar as singularidades da criança refugiada no seu acolhimento. Palavras-chave: Refugiados, Imigrantes, “Imigração Involuntária”, Deslocadas, Infância, Crianças, Saúde Mental. CES Psicologia, vol. 12, n. 2, pp. 26-40, 2019. RESUMO
O presente artigo pretende investigar, a partir de uma perspectiva etnográfica, a importância dos lugares de morte para os judeus do Suriname. A experiência empírica demonstra que os cemitérios estão no cerne da maneira como os judeus do país se entendem no tempo e organizam suas relações com os ancestrais. Além disso, as lápides e suas inscrições atualizam e reorganizam laços de sociabilidade entre os vivos e os velórios não só reativam determinadas redes de solidariedade, como informam experiências específicas de copresença. Palavras-chave: Suriname. Memória. Antropologia. Revista Memória em Rede, Pelotas, v. 4, n. 11, Jul./Dez. 2014. RESUMO
A partir de 1928, judeus de origem polonesa e russa migraram para o município de Nilópolis, localizado na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em razão de sua cultura, esses imigrantes construíram espaços sociais e religiosos para manter suas tradições. Desse modo, nosso objetivo consiste em analisar a construção desses espaços, considerando sua relação com os moradores. Posto isso, o artigo apontou que esses espaços, embora tenham sido marcas territoriais de relevância social e econômica da presença dessa colônia no passado, atualmente encerram apenas manifestações de natureza memorísticas no espaço nilopolitano. Palavras-chave: Formas simbólicas espaciais; Baixada Fluminense; Nilópolis; Cultura judaica; Sagrado. Espaço e Cultura, UERJ, RJ, Jul./Dez. de 2020, n. 48, p. 86-103. "Temos como objetivo demonstrar, ainda que de modo preliminar, alguns aspectos levantados e verificados dentro do projeto de pesquisa “Etnicidade e Morte: túmulos judaicos em cemitérios não judaicos do Norte do Paraná – O caso Rolândia”, de forma que a finalidade desse trabalho é a constituição da etnicidade judaica através de sepulturas caracteristicamente judaicas localizadas nos dois cemitérios existentes na cidade."
In: LEWIN, H. (Coord.). Judaísmo e modernidade: suas múltiplas inter-relações [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, pp. 223-233. RESUMO
Este artigo tem como objectivo estudar as práticas de preservação da memória judaica em Cabo Verde, através da releitura do património tumular hoje existente, resultante da imigração de hebreus marroquinos e gibraltinos, ocorrida no século XIX. A nossa démarche, palmilhada em contramão, consiste em ir da morte à vida, dos túmulos à cultura mortuária, dos testamentos à biografia dos testadores. Palavras-chave: Cabo Verde, diáspora judaica, túmulos, cemitérios, famílias. Hamsa [Online], 7/2021. RESUMO
O artigo analisa alguns aspectos das dinâmicas de vivência cotidiana de duplos (ou múltiplos) cidadãos na Itália. Enfoca-se no caso de cidadãos brasileiros, descendentes de imigrantes italianos, que reivindicam a cidadania italiana e recebem este reconhecimento legitimado pelo Estado italiano. Reflete-se assim acerca da complexidade e dos distanciamentos existentes entre o reconhecimento da cidadania de direito e cidadania de fato vivida por estes brasileiros na Itália. Nestas novas conformações, a vivência de uma italianidade solicitada é compreendida como um fenômeno que deve ser analisado enquanto uma opção dos indivíduos, um ato voluntário. Palavras-chave: Migração brasileira; Cidadania de fato; Cidadania de direito; Processos transnacionais; Itália. Revista Ágora, Vitória, n. 19, 2014, p. 57-66. RESUMO
A partir das crises econômicas de 2008 e 2012, a América do Sul tem se colocado no centro de dois booms imigratórios de diferentes origens: os Estados Unidos, Europa Ocidental, África Ocidental, Sudeste Asiático e Oriente Médio. Famílias de refugiados, migrantes econômicos e ambientais e solicitantes de asilo chegaram aos territórios dos doze países do continente e ressignificaram o papel das fronteiras terrestres da Amazônia, do Pampa e dos Andes, antes, rotas de migração interna inexpressiva, hoje, inseridas nas rotas migratórias internacionais e transnacionais. Recebendo cerca de um milhão de famílias de migrantes, a América do Sul e seus policy makers estatais observaram novos grupos de imigrantes - no sentido de nacionalidade, etnia e religião - contrastando com suas populações locais. Apesar disso, as práticas estatais permaneceram as mesmas em relação à recepção e inserção dessas famílias migratórias transnacionais na sociedade, no mercado de trabalho e na integração coletiva. Desta forma, esse artigo analisará os padrões e tendências das “novas” famílias globais que chegam na América do Sul, a partir dos seguintes casos principais que orientam esses padrões de migração familiar: cubanos, haitianos, senegaleses, sírios e migrantes do sudeste asiático, que estão no topo do ranking dos booms de imigração acima mencionados. Além disso, outros grupos migratórios internos relevantes, como bolivianos e venezuelanos, também serão considerados. Palavras-chave: Migrantes, Famílias, Transnacionalismo, América do Sul, Práticas. Século XXI, Revista de Ciências Sociais, v. 8, n. 1, p. 47-4, jan.-jun. 2018. |
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