In: FOUQUET, Birgit et. al. Famílias brasileiras de origem germânica. São Paulo: Instituto Martius-Staden/São Leopoldo (RS): Editora OIKOS, 2011, v. VIII, p. 13-30.
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar a construção da identidade etnocultural de um grupo de imigrantes italianos e seus descendentes instalados no município de Campo Largo (Paraná) no período de 1878 a 1937. Para isso, parte-se do pressuposto de que a identidade de um grupo étnico surge a partir do contato interétnico, ou seja, da necessidade da afirmação de nós diante dos outros. Nessa direção, são analisadas as práticas de transmissão dos nomes de batismo como signo de construção da identidade étnica. Procurou-se verificar como o grupo em estudo construiu sua identidade pautada pelos referenciais simbólicos e culturais da terra de partida e de que forma se dá o processo de mudança tendo em vista a nova realidade e os contatos culturais estabelecidos com os brasileiros. Para conduzir essa análise, utilizaram-se, principalmente, registros paroquiais (atas de batismos, casamentos e óbitos) que foram sistematizados pela metodologia de reconstituição de famílias, oriunda da demografia histórica. Por meio da análise da documentação foi possível perceber nos nomes de batismos a predominância de elementos típicos do mundo rural de origem desses imigrantes que simbolicamente os ligavam à terra de seus ancestrais. Esses elementos foram de grande relevância para a definição da identidade do grupo como ítalo-brasileira. Palavras-chave: Nomes de batismo. Imigrantes italianos. Campo Largo. R. bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 135-150, jan./jun. 2014. RESUMOS
Este artigo foca os antropônimos dos descendentes de lituanos no Brasil que são membros de um grupo fechado no Facebook sob uma perspectiva enunciativa e sociolinguística (BELONI, Von BORSTEL 2016). Com base na Semântica de Michel Bréal (SEIDE 2006), na Teoria da Relevância (SPERBER, WILSON, 2001; SEIDE, 2014), da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002; SEIDE 2010) e da Sócio-Onomástica (Van LANGENDOCK, 2007, SEIDE, SHULTZ. 2014; ALDRÍN 2008) foi analisada uma amostra formada por 55 nomes de descendentes de lituanos de primeira, segunda e terceira geração, indistintamente com o propósito de investigar se houve mudanças na escolha dos nomes para os filhos tendo por parâmetro o sistema antroponímico do pais de origem dos imigrantes. Os resultados obtidos indicam a existência de duas atitudes: a adaptação linguística e cultural ao país onde se vive, majoritária, e a conservação das características antroponímicas do país de origem, minoritária. Ambas evidenciam que prenomes e sobrenomes são depositários da memória e têm uma importante função identitária de modo que alterações do nome indicam mudanças de identidade. Palavras-chave: Sócio-Onomástica. Antroponímia. imigração. descendentes de lituano. identidade. Web - Revista Sociodialeto - NUPESDD/LALIMU, v. 7, n. 21, dez.-mar. 2017. RESUMO
O presente artigo tem como objetivo mostrar um estudo sobre os nomes próprios de nipo-brasileiros de Terra Roxa e apresenta alguns resultados da pesquisa etnográfica social: os imigrantes japoneses e os nisseis mais velhos que não possuíam, em seu registro de nascimento ou em sua carteira de identidade, um nome em língua portuguesa, mas aceitaram e, ou, procuraram um nome “brasileiro” para, através deste nome, serem reconhecidos socialmente no Brasil e, alguns, também nisseis, mas mais novos, nascidos a partir de 1940, receberam duas designações de nome registrados oficialmente: um prenome em português e um nome que atesta sua origem étnica. PALAVRAS-CHAVE: nomes japoneses, etnografia social, contexto multilíngue. Revista Trama, vol. 3, n. 5, 1º semestre de 2007, p. 181-192. "um patrimônio étnico: os prenomes de batismo", por José luiz da veiga marcer, sergio odilon nadalin24/8/2021 RESUMO
O artigo estuda os prenomes de batismo atribuídos a meninos e meninas de uma comunidade luterana e evangélica em Curitiba, constituída na origem por imigrantes alemães e seus descendentes. Os dados colhidos junto aos registros de batismos, que se estendem de 1866 a 1987, foram objeto de uma classificação em tipos e de uma análise frequencial. Os resultados permitiram estabelecer relações entre as práticas onomasiológicas e o processo de integração desse agrupamento étnico e religioso à sociedade receptora. Submetidos à tensão entre a lealdade a suas origens e a necessidade de se adaptar ao novo mundo, os membros da comunidade exploraram dois procedimentos de ambiguidade: utilizar prenomes que podiam ser interpretados quer como germânicos quer como brasileiros, e intensificar a internacionalização dos prenomes femininos, compensando assim a preservação dos prenomes masculinos germânicos. Dessa maneira alcançaram uma solução de compromisso que, nessa área organização social, lhes permitiu a integração sem a perda da identidade. Palavras-chave: Demografia Histórica, Paraná – Brasil Topoi, v. 9, n. 17, jul.-dez. 2008, p. 12-21. RESUMO
Na perspectiva linguística, os prenomes assumem uma esfera do uso dos idiomas, o que é coerente com as preocupações expressas na historiografia e na antropologia recente. Na escala de um grupo étnico, a escolha do nome no batismo define um sinal ou signo, compondo um dos “traços diacríticos que as pessoas procuram e exibem para demonstrar sua identidade”. Este artigo pretende desenvolver algumas questões teórico-metodológicas fundamentadas num projeto de pesquisa cujo tema tem como referência a “nominação” dos indivíduos por ocasião do batismo. O trabalho é conduzido pela genealogia fundada por um casal de imigrantes alemães, construída a partir dos registros de batismos, casamentos e óbitos da antiga Deutsche Evangelische Gemeinde em Curitiba (1866). O conjunto dos descendentes do casal pioneiro, arranjado por gerações, traduz-se na identidade definida por nomes e sobrenomes, permitindo o exercício que se pretende objetivar neste trabalho. As hipóteses desenvolvidas fundamentam-se na idéia de que categorias de prenomes (estoque “imigrante”, estoque “teuto-brasileiro”, estoque “brasileiro”) podem ajudar a compreender a dinâmica das fronteiras étnicas edificadas pelo grupo imigrante e seus descendentes. A discussão metodológica desenvolve-se em torno da listagem dos prenomes arrolados da genealogia em função das gerações, no intuito de sedimentar a proposta. O artigo desemboca, portanto, em sugestões no sentido de aprofundar e sofisticar a metodologia, na pretensão da utilização do arrolamento exaustivo de nomes para explorá-los, inclusive, em função dos ciclos matrimoniais. Palavras-chave: prenomes, metodologia, imigração, etnicidade, grupo étnico. História UNISINOS, 11(1): 14-27, Janeiro/Abril 2007. RESUMO
A Antroponímia é, por definição, a subárea da Onomástica que se volta para o estudo dos nomes próprios de pessoas. Dentre esses nomes próprios, também conhecidos como “antropônimos”, estão os sobrenomes — elementos que, na tradição portuguesa, sucedem os prenomes e que, juntos, compõem o nome civil completo, reconhecido e obrigatório por lei. Neste trabalho, embasado pelos princípios teóricos da Linguística Cognitiva (BOOIJ, 2005; 2007; 2010; BYBEE, 2016), objetiva-se analisar os sobrenomes portugueses a partir da consideração do grande fluxo de imigrantes que chegaram ao Brasil desde 1808, com a abertura dos portos, atingindo seu auge em 1880, sendo os portugueses o segundo maior grupo de imigrantes no país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O primeiro corpus desta pesquisa é constituído pelos registros dos imigrantes vinculados à Hospedaria de Imigrantes do Brás nos primeiros anos de sua atuação (entre 1887 e 1890), além de corpora posteriores aos anos 2000, como lista de aprovados em vestibulares, concursos públicos etc., todos em domínio público, a fim de entender como se constitui parte do quadro onomástico brasileiro. Portanto, a metodologia adotada envolve a análise dos corpora, o recolhimento dos dados, a investigação quanto aos seus campos conceituais e a elaboração do produto final: um dicionário dos sobrenomes portugueses em uso no Brasil, valendo-se de conceitos pertinentes à Lexicografia, à Etimologia, à Filologia e à Linguística Histórica. Palavras-chave: Onomástica; Lexicografia; Imigração; Sobrenomes Portugueses. Anais do XIV Seminário Nacional de Literatura, História e Memória e V Congresso Internacional de Pesquisa em Letras no Contexto Latino-Americano, de 16 a 27 de novembro de 2020, UNIOESTE - Campos de Cascavel. RESUMO
Este estudo tem como tema a análise de sobrenomes italianos de Caxias do Sul. O objetivo principal é a busca do étimo e de informações várias, pertinentes e relevantes ao tema em foco. O corpus é extraído dos registros de batismo de pessoas nascidas na área de abrangência da paróquia Santa Teresa desse município. Os sobrenomes objetos desta análise abrangem cinco fontes motivadoras: de profissão, de lugar, de características físicas ou psicológicas, de crianças enjeitadas e de caráter gratulatório. Para podermos identificar a etimologia e outras informações importantes ao estudo, valemonos de obras publicadas sobre este assunto, em particular, os dicionários de Cortelazzo e Zolli (1979); De Felice (1982, 1987); Zingarelli (1983); Devoto e Oli (1990); Caffarelli e Marcato (2008). Por este estudo procuramos responder a questões diretamente relacionadas aos sobrenomes italianos de indivíduos caxienses, apresentando, em linhas amplas, a origem geográfica italiana desses denominativos e, quando possível, indicando sua representatividade numérica nos lugares de proveniência. Abordamos o signo onomástico, destacando o traço distintivo existente entre ele e um signo linguístico. Os resultados são parciais e restritos pelo fato de tratar-se de uma pesquisa ainda em processo. Palavras-chave: Sobrenomes italianos. Fontes motivadoras. Signo onomástico. Signum: Estud. Ling., Londrina, n. 17/2, p. 389-412, dez. 2014. RESUMO
Este trabalho apresenta um método de classificação da ancestralidade dos sobrenomes dos brasileiros nas seguintes classes: ibérica, italiana, japonesa, alemã e leste europeia. A partir de fontes históricas diversas, montou-se uma base de dados da ancestralidade dos sobrenomes. Essas informações formam a base para a aplicação de algoritmos de classificação de fuzzy matching e de machine learning nos mais de 46 milhões de trabalhadores da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) Migra de 2013. A imensa maioria (96,4%) dos sobrenomes únicos da Rais foi identificada com o processo de fuzzy matching e os demais com o método proposto por Cavnar e Trenkle (1994). A comparação dos resultados do procedimento com dados sobre estrangeiros no Censo Demográfico de 1920 e a distribuição geográfica dos sobrenomes não ibéricos reforçam a acurácia do procedimento. Palavras-chave: imigração; ancestralidade; sobrenomes. Texto para discussão. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília; Rio de Janeiro; Ipea, Setembro 2016. RESUMO
Este artigo propõe uma abordagem histórica sobre imigração a partir da literatura, especificamente das obras Adeus, Haiti, de Edwidge Danticat, e Garota, Traduzida, de Jean Kowok. O principal argumento explora experiências de imigrantes relativas(i) às razões da saída, (ii) às expectativas e frustrações vividas, (iii) aos mecanismos institucionais e informais da acolhida e (iv) à imigração visualizada como sentimentos, particularmente, a formação da família e de outras sociabilidades. A tentativa de problematização desse tema se desdobra da compreensão de que a literatura, inspirada em experiências históricas vividas, como é o presente caso, possibilita a reflexão no campo da História à medida que é também um documento e uma intervenção interessada na realidade. Teoria e método consideraram tais características de modo a interrogar, analisar e explorar Adeus, Haiti e Garota, Traduzida a partir de perspectivas identificadas nas autoras e dos pontos que compuseram o roteiro da pesquisa, anteriormente numerados. Por fim, esperamos que os resultados mais tangíveis animem a inserção da História nas expressivas migrações recentes cuja importância tem sido contada pelos migrantes em narrativas trágicas e dramáticas, mais do que em formatos épicos e exitosos. Palavras-chave: imigração, Edwidge Danticat, Jean Kowok. Locus: Revista de História, Juiz de Fora, v. 27, n. 1, 2021. |
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