RESUMO
A nossa temática analítica envolve a colonização do município de Nova Tebas – Paraná no período de 1930 a 1960. Para essa análise destacamos, no contexto, o processo de reprodução social dos camponeses de descendência ucraniana, procedentes de centros difusores do sul do Estado. O recurso metodológico mais utilizado foram as entrevistas, obtidas com as fontes orais, além da utilização da documentação histórica para a compreensão da importância do campesinato na configuração da atual estrutura social, agrária e econômica do município. Entendemos que a migração é um processo intrínseco às características camponesas, assim, pela inviabilidade de reprodução social na área onde se encontravam, aos arredores de colônias tradicionais na região de Prudentópolis - Paraná, buscaram novas áreas, que lhes possibilitassem a sua permanência como camponeses, porém mantendo as características de sua cultura e do modo de vida camponês. Palavras-chave: NovaTebas. Migração. Colonização. Camponeses Rev. GEOME, Campo Mourão, PR, v. 1, n.1, p. 47-67, 1º sem. 2010. RESUMO
Vários estudos que se ocupam em analisar processos ligados à emigração sugerem que o abandono da terra natal seria acompanhado pelo firme propósito de construir uma nova realidade. Em especial, as correntes migratórias da segunda metade do século XIX teriam esta esperança fortemente alicerçada na busca de mobilidade social. O que os expulsava da Europa, em grande parte, eram fatores de ordem econômica e, assim, estaria implícito que os participantes daquela aventura imigratória detinham a firme crença na força de mecanismos compensatórios capazes de lhes garantir outras condições e posições sociais. Esse artigo se ocupa em verificar a abrangência dessa idéia e, para isso, apresenta uma discussão com base no sistema familiar de imigrantes ucranianos que se estabeleceram no Paraná em 1895. Orienta tal discussão o pressuposto de que um sistema familiar expressa opção coletiva e, como tal, conforma forte traço cultural cuja estabilidade não necessariamente é ameaçada pela imigração. Palavras-chave: sistema familiar, ucranianos, imigração. História Unisinos, 11(1): 28-39, Janeiro/Abril 2007. Separata do Boletim do Departamento de Imigração e Colonização, 1963.
Apresentação: Octávio Teixeira Mendes Sobrinho "Salvador de Bahía é a primeira cidade de Brasil da que se namorou o primeiro colono portugués Tomé de Souza. Foi terra de esclavos e curiosamente chámanlle a Bahía a terra da alegría. Economía próspera a principios do século XX que chamou a moitos galegos. Dende mediados do século XIX, chegaron alá milleros de emigrantes galegos do ambito rural, en moitos casos e que era a primeira vez que saían da casa. En Salvador atopabanse nun lugar cheo de culturas e mestizaxe coma o mesmo barrio do Pelourinho no que comeza este programa. En Salvador de Bahía os galegos traballaron codo con codo cos descendentes de escravos africanos, con indios da amazonia que se incorporaban ás cidades en busca de traballo, con portugueses fillos dos primeiros colonos… E neste caldo de culturas os galegos adoitaron a fórmula da agrupación familiar. Neste programa falaremos con varias agrupacións. Amigos que mantuveron a música galega en Salvador de Bahía coma Manuel Cima e a súa familia ou Los Caballeros de Santiago". "Sao Paulo é un dos centros financieiros do mundo. A cidade máis rica de américa do sur e a cidade de Brasil onde máis galegos chegaron dende mediadios do século XIX. Nos anos trinta o goberno comezou a restrinxir a chegada de emigrantes, e a regularizar a situación dos que xa estaban alí. Xusto nun momento no que moitos españois e galegos escapaban da guerra civil Española. Naquel tempo en Brasil, case a metade (42%) dos procesos de expulsión de emigrantes eran de galegos e españois que vivían en Sao Paulo. Moitos galegos sentíronse humillados e reemigraron a Arxentina, pero outros voltaron a Galicia. Esta situación que se deu en Brasil hai 70 anos, parece que volve a tomar forma co fenómeno migratorio en Europa na actualidade. Neste programa veremos o lado máis duro da emigración dos galegos a Brasil e de paso, seguro que nos sirve de reflexión sobre os inmigrantes que na actualidade veñen a Galicia tamén nun contexto de crise... por suposto, todo a través da música con gaiteiros como Fernando Daparte e a súa familia e os amigos do Centro Galego de Sao Paulo". RESUMO
Tomando por base o contexto de uma cidade em rápida e significativa transformação como foi o Rio de Janeiro do período em tela, este artigo discute as características dos imigrantes galegos que habitaram a Freguesia de Santo Antônio entre 1880 e 1930. Da mesma maneira, com base na análise da documentação pertinente, debate sobre a forma de inserção social desse imigrante no espaço em questão, suas atividades profissionais, nichos de atuação e dificuldades encontradas nesse espaço da cidade. O artigo procura ainda entrecruzar dados desses imigrantes em seus sítios de origem com os dados sobre a ocupação desses galegos naquela freguesia carioca. Palavras-chave: imigrantes; galegos; Rio de Janeiro; Santo Antônio. História (São Paulo), v. 36, e109, 2017. "Aos 19 anos, Juan José Miner Camio deixou a cidade espanhola de San Sebastián para nunca mais rever seus pais. O cenário de uma Europa pós-guerra era desolador. Miséria, fome, instabilidade econômica e desemprego tornavam a vida na Espanha um verdadeiro ponto de interrogação. Foi diante dessa realidade que Juan José se despediu dos familiares e enfrentou a viagem de quase um mês a bordo de um navio com destino ao Brasil." "QUANDO INICIAMOS A INVESTIGAÇÃO acerca do imigrante espanhol, há décadas atrás, pretendíamos recuperar aspectos que pudessem singularizar esse contingente que, apesar de ser considerado a terceira maior corrente a desembarcar no Brasil no período da imigração em massa, mantinha-se silenciado pela historiografia. De fato, ofuscado pelo italiano, de inegável superioridade numérica, o imigrante espanhol, cujos números, baseados nas estatísticas locais, atingiram meio milhão de indivíduos, ingressados especialmente na primeira vintena dos Novecentos, permanecia como coadjuvante, como personagem de uma história de reticências. As estatísticas espanholas revelam, em geral, a metade dos números oficiais brasileiros. Embora elevadas, essas cifras, desencontradas, podem ser atribuídas ao movimento clandestino que campeou no período. Mais que tudo, a clandestinidade registrada era indicativa de sintomas sociais mal resolvidos, o que, em contrapartida, obrigava os sujeitos a se evadirem clandestinamente, sem passar pelo controle oficial espanhol, por portos estrangeiros - franceses e portugueses, se considerados os espanhóis do norte, mas especialmente por Gibraltar, que era colônia inglesa e que, portanto, não sofria a tutela das autoridades espanholas, e, nesse caso, da grande massa que veio do sul, em especial da Andaluzia. Desse modo, quer se considere a cifra oficial local ou aquela elaborada pelos portos de saída espanhóis, sabe-se que desse (suposto) montante de espanhóis que ingressou no Brasil nesse período, de cada quatro, três deles se destinavam ao Estado de São Paulo, e desse total, 80% se dirigiam para as zonas cafeeiras que rasgavam o Oeste Paulista, conforme procuramos evidenciar abaixo. Era estreita, portanto, a relação entre essa emigração e a nossa agressiva e eficiente política oficial de arregimentação em larga escala, com tentáculos bem articulados em toda a Europa, que assim pretendia irrigar com mão-de-obra farta e, portanto, barata, a lavoura cafeeira do Estado de São Paulo, então em franca expansão. Tal política, alicerçada no financiamento da passagem dos emigrantes, desde que constituídos em grupos familiares, foi chamada de "imigração subsidiada". Mas, apesar disso, apesar de o espanhol ter representado no cômputo geral do período o terceiro maior contingente emigrado, muito pouco se conhecia dessa corrente, de sua trajetória, quer seja no colonato (nas fazendas de café), ou mesmo da trajetória urbana. Assim, num primeiro momento, e evocando as reais motivações que arrastaram essa verdadeira onda humana a atravessar o Atlântico (mão-de-obra para as fazendas de café), buscamos delinear a sua trajetória no colonato, ou seja, buscamos focalizar o grupo que havia se fixado no núcleo cafeeiro do Oeste Paulista."
In: De colonos a imigrantes - I(E)migração portuguesa para o Brasil. ARRUDA, José Jobson de Andrade, FERLINI, Vera Lucia Amaral, MATOS, Maria Izilda Santos Matos, SOUSA, Fernando (orgs.). São Paulo: Alameda, 2013, p. 131-145 Resumo
Este artigo aborda algumas alternativas profissionais que se apresentaram aos imigrantes galegos no sul do Brasil, particularmente na capital do estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, em meados do século passado. Muitos jovens emigraram da Galícia para a América nos anos 1950, seguindo correntes migratórias precedentes e alimentando novas migrações. Buscando alternativas para um mercado de trabalho restrito, onde a moeda e o consumo eram escassos, situação agravada em períodos de racionamento, muitos sonhavam com o enriquecimento fácil. Este não foi obtido; entretanto, outras possibilidades tornaram-se reais e estão aqui analisadas. Palavras-chave: Imigração. Emigração. Galegos. Galícia. Brasil. Anos 90, Porto Alegre, v. 17, n. 31, p. 83-19, jul. 2010. RESUMO
Penedo surgiu de uma antiga fazenda de café, localizada no município de Resende, sul do estado do Rio de Janeiro, onde foi fundada em 1929 uma colônia utópica por um grupo de jovens vegetarianos finlandeses liderados por Toivo Uuskallio. Esse técnico agrícola finlandês teve em 1925 um “chamado” para criar uma nova sociedade no sul, onde todos viveriam em comunidade, junto à natureza. O trabalho buscou estudar a formação de Penedo, em seu período como colônia utópica, desde sua fundação até sua dissolução em 1942, e de como as idéias utópicas foram importantes na criação dessa comunidade. Para entender como se deu o estabelecimento de Penedo foram estudadas as bases ideológicas de sua formação, que foram o resultado de um movimento existente na Finlândia, concernente a tratamentos de saúde naturais e vegetarianismo, bem como de pensamentos de setores religiosos pentecostais, além das idéias próprias de Uuskallio. Buscou-se também conhecer as condições sociais e urbanas daquele país nórdico no período estudado, e o movimento de emigração existente, inclusive com a fundação de outras colônias de princípios semelhantes, como Sointula no Canadá e Colonia Finlandesa, na Argentina. Também se estudou a questão da utopia urbana, desde a criação do termo por More, passando pelos socialistas utópicos e pelas experiências religiosas americanas do gênero. A pesquisa abordou a vinda dos imigrantes, quem eram e como foi o processo de escolha dos que formaram Penedo, além de suas motivações para uma mudança tão grande de vida. Um formulário, mandado aos candidatos à vida na colônia, foi um dos principais documentos estudados para se buscar o perfil desses primeiros habitantes do empreendimento. A ocupação da sede da fazenda pelos pioneiros foi o ponto de partida para a vida da comunidade. A partir desse lugar central, onde aconteciam os principais eventos, teve início o desenvolvimento urbano de Penedo, com a construção das primeiras residências, a abertura de estradas e desenvolvimento de plantações, seguindo o Projeto Habitacional criado por Uuskallio. A análise dos itens desse projeto foi fundamental para se entender não somente as idéias de seu fundador a respeito do planejamento urbano da colônia, mas de como foi sua implantação. Alguns de seus pontos demonstraram a importância das questões coletivas, ao lado de fortes preocupações ecológicas. A colônia privilegiava uma opção vegetariana radical em comunidade, com a divisão de tarefas e construção de uma nova viii sociedade igualitária, tendo a vida natural e princípios religiosos lado a lado. O respeito à natureza e à liberdade eram os mais importantes princípios do planejamento do empreendimento, e que regulariam a vida da comunidade por muito tempo. |
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