RESUMO
Este trabalho busca relacionar duas possibilidades metodológicas, a biografia e a genealogia, para compreender um aspecto da política brasileira, que é a constituição da sua elite política. Para tanto, foi realizado um levantamento biográfico e genealógico de Joaquim Severo Corrêa (1833-1875), deputado provincial do Paraná na segunda metade do século XIX, morador em uma colônia para imigrantes denominada de Assunguy, localizada a 106 km de Curitiba, Paraná. A biografia e a genealogia podem contribuir muito nestas discussões. Enfim, o que se irá perceber através de um “estudo de caso”, é que tais indivíduos, denominados de “elites”, possuem, constroem ou mesmo reproduzem “recursos” que os colocam em posição de vantagem em relação aos demais membros desta sociedade, se perpetuando e se adaptando, por vezes, por gerações. Palavras-Chave: biografia, genealogia, teoria das elites. Revista Eletrônica de Ciência Política, Curitiba, v. 2, p. 45-61, 2011. "O tema genealogia não é um tema simples de ser discutido. Muitas pessoas associam o tema à busca por antepassados ricos, nobres, europeus, e por ai vai. Não tratamos o tema com profundidade para entender seus reais efeitos sobre o auto conhecimento daquele que consegue conhecer sua própria história através de seus antepassados. A historiografia quase não se ocupa deste tema, a não ser de relâmpago. Poucos livros abordam o assunto, aliás, é bem difícil de se encontrar por ai livros sobre este tema. (...)
Este tema quase não foi abordado pela historiografia e por isso existe uma lacuna enorme que precisa ser preenchida. Eu acredito que a genealogia traz as pessoas para perto da história e a história para perto das pessoas. No entanto, apesar de a genealogia aproximar as pessoas da realidade em que elas próprias se encontram, ela tem sido pouco democrática e muito pouco acessível. Ela precisa estar mais acessível, precisa ser democratizada e este é o objetivo deste livro, ou seja, contribuir para a genealogia brasileira, ocupando um espaço que tem sido deixado vazio por uma parcela expressiva dos estudiosos do tema." Edição do autor, Leipzig, 2018. RESUMO
Este artigo objetiva examinar – com base em uma análise semiótica dos livros de linhagens da Idade Média portuguesa – algumas questões referentes às relações entre “discurso”, “poder” e “livro”, tal como estas se colocavam na época dos livros manuscritos medievais e das modalidades textuais que articulavam frequentemente a escrita e a oralidade. As fontes são os ‘livros de linhagens’ portugueses dos séculos XIII e XIV. Na primeira parte do artigo, são examinadas as relações entre discurso, poder, sociedade e o texto dos ‘livros de linhagens’. Na segunda parte, procede-se à análise de uma narrativa linhagística específica. Palavras-chave: Discurso; Poder; Livro; ‘Livros de linhagens’; Genealogia. Revista de Estudos da Linguagem, v. 16, n. 2, p. 89-127, jul./dez. 2008. RESUMO
A árvore genealógica de uma pessoa deve ser formada, em geral, por dois pais, quatro avós, oito bisavós, e assim por diante. Seguindo esse raciocínio, qualquer um teria, no ano 1 d.C, 604 sextilhões de ancestrais. Mas esse número astronômico é muito superior ao da população da época. Esse contrassenso deve-se basicamente à ocorrência de casamentos entre parentes e evidencia a irmandade entre os seres humanos. CiênciaHoje, 331, vol. 56, p. 54-55, nov. 2015. RESUMO
Categoria nova no cenário mundial e que não conta nem mesmo com nomenclatura pacífica para designá-la, os refugiados ambientais representam crescente preocupação para o Direito Internacional. O aumento do número dessas pessoas, obrigadas a deixar seus locais de origem em razão de causas ambientais, é assustador. E a ausência de vontade política dos países mais desenvolvidos, o recrudescimento da xenofobia e da rejeição aos processos migratórios na contemporaneidade só fazem agravar o problema. Discorrer sobre as causas e consequências dessa novel diáspora e apontar propostas normativas de estudiosos do tema para sua solução é o objetivo deste trabalho. Palavras-chave: Refugiados ambientais. Direito Internacional dos Refugiados. Organização das Nações Unidas. Estatuto do Refugiados. Deslocados Internos. Leopoldianum, ano 39, 2013, n. 107/108/109, p. 105-122. RESUMO
A cultura oferece rituais e discursos que orientam o indivíduo, inclusive nos acontecimentos que excedem as possibilidades imediatas de representação psíquica, os eventos traumáticos. Em janeiro de 2010, o Haiti foi atingido por um terremoto com proporções catastróficas. A dificuldade do país em responder ao ocorrido, que agravou a situação precária da maioria de sua população, levou muitos haitianos a emigrarem, sendo o Brasil um dos destinos – ainda que provisório. O processo migratório, principalmente nas migrações involuntárias, implica em diversas mudanças e pode levar o sujeito a um estado de vulnerabilidade psíquica, pois muito daquilo que o orientava em sua existência é ameaçado pelo contato com a cultura diferente. O objetivo principal deste estudo foi analisar quais os impactos psicológicos do terremoto que, além de levar a experiência do imprevisível pelo evento em si, foi seguido de uma migração necessária para a continuidade e reconstrução da vida. De natureza qualitativa e exploratória, o procedimento de coleta de informações se deu por meio de entrevistas semiestruturadas. Aplicou-se a análise de conteúdo das narrativas, orientada pelo olhar psicanalítico e etnopsiquiátrico. Os resultados demonstram que a lembrança traumática, as perdas de pessoas próximas, a casa, o trabalho e a educação foram acrescidos às dificuldades de uma migração que, apesar de facilitada legalmente, é vivida com dificuldade de integração pela maioria desses sujeitos. Em contrapartida, o desejo de reconstrução da história individual e coletiva apresenta-se como importante força na vida dessas pessoas que, mesmo a distância, procuram compartilhar projetos com os conterrâneos. Palavras-chave: Desastre Natural, Sofrimento, Imigração, Migração Humana, Haiti. Psicologia: Ciência e Profissão, Jan./Mar. 2018, v. 38, n.1, 157-171. RESUMO
O artigo avalia a possibilidade de compreender as transformações ambientais geradas pela colonização no Rio Grande do Sul, nos séculos XIX e XX, por meio do estudo da trajetória de famílias imigrantes. Emprega a abordagem da história ambiental e relaciona a experiência familiar com a história rio-grandense. Conclui que as condições ambientais também estiveram entre as razões da imigração para o Sul do Brasil, bem como das migrações internas posteriores. A história das famílias estudadas revela indícios de como a presença e o trabalho dos colonos, em interação com outros grupos sociais, geraram profundas transformações socioambientais. Palavras-chave: História ambiental. Imigração. Famílias Gerhardt. História: Debates e Tendências, v. 14, n. 1, jan./jun. 2014, p. 124-140 RESUMO
O presente artigo tem por objetivo apontar como a religiosidade dos imigrantes ucranianos atuou no processo de ressignificação e transformação do meio ambiente entre os anos 1890 e 1915, na região centro-sul do Estado do Paraná. Para isso, utilizamos como fontes, relatos dos imigrantes que se estabeleceram nos núcleos coloniais. Procura-se demonstrar que a percepção do mundo natural está ligada também a fatores culturais, os quais atuam no imaginário e nas representações sociais que os indivíduos têm de si e do ambiente à sua volta. As fontes indicam que a religiosidade atuou no processo de (re)construção da realidade social nas colônias, ou seja, o modo de vida dos indivíduos foi estruturado através de esquemas de percepção inscritos em suas ações. Palavras-chave: História ambiental; Imigração ucraniana; Religiosidade. Fronteiras: Revista Catarinense de História. Dossiê "Fronteiras, migrações e identidades nos mundos pré-modernos", n. 35, 2020/1. RESUMO
Este documento discute o surgimento da ideia de clima subtropical na América do Sul sob as perspectivas imperial e tecnológica da climatologia alemã e do Império Habsburgo, além de seus entrelaçamentos com a colonização alemã na região entre os séculos XIX e XX. Estes dois Impérios da Europa central encorajaram estudiosos a construir o campo da climatologia científica a fim de abordar as agendas imperiais dentro de seus domínios ou onde quer que eles tivessem algum grau de influência. O sul da América do Sul tornou-se desde então um foco de pesquisa climática, já que os interesses imperiais se expandiram para a região do sul da América do Sul especialmente a partir da colonização florestal perpetrada por grupos falantes do alemão. Este estudo assume que, ao invés de ser uma noção climatológica naturalizada, o subtropical convergiu para uma gama de possibilidades de construção imperial, cuja perspectiva contribuiu para as origens do conceito climatológico. A ideia do subtropical na América do Sul implicou e confirmou as desigualdades raciais, sociais e ambientais e fundamentou o desenvolvimento ulterior da região. Em uma tentativa de descentralizar as narrativas eurocêntricas, a intenção deste artigo é colocar o subtropical em uma arena global de determinação, enfatizando as instâncias coloniais do clima e, ao mesmo tempo, evidenciando às resistências a este processo. Palavras-chave: Migração alemã; Clima; Subtropical; Climatologia. Fronteiras: Revista Catarinense de História, n. 39, p. 119-136, Jan./2022. |
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