RESUMO
Categoria nova no cenário mundial e que não conta nem mesmo com nomenclatura pacífica para designá-la, os refugiados ambientais representam crescente preocupação para o Direito Internacional. O aumento do número dessas pessoas, obrigadas a deixar seus locais de origem em razão de causas ambientais, é assustador. E a ausência de vontade política dos países mais desenvolvidos, o recrudescimento da xenofobia e da rejeição aos processos migratórios na contemporaneidade só fazem agravar o problema. Discorrer sobre as causas e consequências dessa novel diáspora e apontar propostas normativas de estudiosos do tema para sua solução é o objetivo deste trabalho. Palavras-chave: Refugiados ambientais. Direito Internacional dos Refugiados. Organização das Nações Unidas. Estatuto do Refugiados. Deslocados Internos. Leopoldianum, ano 39, 2013, n. 107/108/109, p. 105-122. RESUMO
A cultura oferece rituais e discursos que orientam o indivíduo, inclusive nos acontecimentos que excedem as possibilidades imediatas de representação psíquica, os eventos traumáticos. Em janeiro de 2010, o Haiti foi atingido por um terremoto com proporções catastróficas. A dificuldade do país em responder ao ocorrido, que agravou a situação precária da maioria de sua população, levou muitos haitianos a emigrarem, sendo o Brasil um dos destinos – ainda que provisório. O processo migratório, principalmente nas migrações involuntárias, implica em diversas mudanças e pode levar o sujeito a um estado de vulnerabilidade psíquica, pois muito daquilo que o orientava em sua existência é ameaçado pelo contato com a cultura diferente. O objetivo principal deste estudo foi analisar quais os impactos psicológicos do terremoto que, além de levar a experiência do imprevisível pelo evento em si, foi seguido de uma migração necessária para a continuidade e reconstrução da vida. De natureza qualitativa e exploratória, o procedimento de coleta de informações se deu por meio de entrevistas semiestruturadas. Aplicou-se a análise de conteúdo das narrativas, orientada pelo olhar psicanalítico e etnopsiquiátrico. Os resultados demonstram que a lembrança traumática, as perdas de pessoas próximas, a casa, o trabalho e a educação foram acrescidos às dificuldades de uma migração que, apesar de facilitada legalmente, é vivida com dificuldade de integração pela maioria desses sujeitos. Em contrapartida, o desejo de reconstrução da história individual e coletiva apresenta-se como importante força na vida dessas pessoas que, mesmo a distância, procuram compartilhar projetos com os conterrâneos. Palavras-chave: Desastre Natural, Sofrimento, Imigração, Migração Humana, Haiti. Psicologia: Ciência e Profissão, Jan./Mar. 2018, v. 38, n.1, 157-171. RESUMO
O artigo avalia a possibilidade de compreender as transformações ambientais geradas pela colonização no Rio Grande do Sul, nos séculos XIX e XX, por meio do estudo da trajetória de famílias imigrantes. Emprega a abordagem da história ambiental e relaciona a experiência familiar com a história rio-grandense. Conclui que as condições ambientais também estiveram entre as razões da imigração para o Sul do Brasil, bem como das migrações internas posteriores. A história das famílias estudadas revela indícios de como a presença e o trabalho dos colonos, em interação com outros grupos sociais, geraram profundas transformações socioambientais. Palavras-chave: História ambiental. Imigração. Famílias Gerhardt. História: Debates e Tendências, v. 14, n. 1, jan./jun. 2014, p. 124-140 RESUMO
O presente artigo tem por objetivo apontar como a religiosidade dos imigrantes ucranianos atuou no processo de ressignificação e transformação do meio ambiente entre os anos 1890 e 1915, na região centro-sul do Estado do Paraná. Para isso, utilizamos como fontes, relatos dos imigrantes que se estabeleceram nos núcleos coloniais. Procura-se demonstrar que a percepção do mundo natural está ligada também a fatores culturais, os quais atuam no imaginário e nas representações sociais que os indivíduos têm de si e do ambiente à sua volta. As fontes indicam que a religiosidade atuou no processo de (re)construção da realidade social nas colônias, ou seja, o modo de vida dos indivíduos foi estruturado através de esquemas de percepção inscritos em suas ações. Palavras-chave: História ambiental; Imigração ucraniana; Religiosidade. Fronteiras: Revista Catarinense de História. Dossiê "Fronteiras, migrações e identidades nos mundos pré-modernos", n. 35, 2020/1. RESUMO
Este documento discute o surgimento da ideia de clima subtropical na América do Sul sob as perspectivas imperial e tecnológica da climatologia alemã e do Império Habsburgo, além de seus entrelaçamentos com a colonização alemã na região entre os séculos XIX e XX. Estes dois Impérios da Europa central encorajaram estudiosos a construir o campo da climatologia científica a fim de abordar as agendas imperiais dentro de seus domínios ou onde quer que eles tivessem algum grau de influência. O sul da América do Sul tornou-se desde então um foco de pesquisa climática, já que os interesses imperiais se expandiram para a região do sul da América do Sul especialmente a partir da colonização florestal perpetrada por grupos falantes do alemão. Este estudo assume que, ao invés de ser uma noção climatológica naturalizada, o subtropical convergiu para uma gama de possibilidades de construção imperial, cuja perspectiva contribuiu para as origens do conceito climatológico. A ideia do subtropical na América do Sul implicou e confirmou as desigualdades raciais, sociais e ambientais e fundamentou o desenvolvimento ulterior da região. Em uma tentativa de descentralizar as narrativas eurocêntricas, a intenção deste artigo é colocar o subtropical em uma arena global de determinação, enfatizando as instâncias coloniais do clima e, ao mesmo tempo, evidenciando às resistências a este processo. Palavras-chave: Migração alemã; Clima; Subtropical; Climatologia. Fronteiras: Revista Catarinense de História, n. 39, p. 119-136, Jan./2022. RESUMO
No cenário nacional brasileiro do século XIX surgiram as primeiras discussões sobre as questões ambientais e, no final do século, retomamos as discussões sobre os problemas da produção agrícola. De outro lado, temos debates sobre como democratizar o espaço rural brasileiro, baseado no latifúndio e constantemente temeroso do regime escravista. Nesse contexto, a Sociedade Central de Imigração, fundada no Rio de Janeiro em 1883, inseriu-se em todas essas buscas e buscou não só incentivar o bando de imigrantes europeus (preferencialmente alemães), como também favorecer o surgimento de uma média classe, formada por pequenos proprietários rurais. Assim, urge criar uma nova forma de relação com a terra. Sem sentido, Este trabalho se propõe a analisar como as relações com o meio ambiente foram sendo pensadas pelos dirigentes da Sociedade Central de Imigração na década final do século XIX e como a diversidade natural do Brasil foi concebida dentro de dois propósitos distintos. Nesse sentido, buscaremos também nesta comunicação discutir por meio dos nomes que compunham a Sociedade Central de Imigração buscará estabelecer mudanças na lógica que causarão danos e transformações na paisagem rural e natural do Brasil. Palavras-chave: Brasil; imigração; agricultura; preservação ambiental. HALAC, Guarapuava, volumen IV, número 2, marzo-agosto 2015, p. 162-183. "Este livro tem um tema específico: aborda os possíveis diálogos entre dois campos do conhecimento histórico. De um lado, os estudos sobre migrações humanas; de outro, as pesquisas em história ambiental, que ganharam importância na historiografia brasileira das últimas década. Este diálogo é promovido, desde 1992, pelo Laboratório de Imigração, Migração e História Ambiental (LABIMHA), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que reúne, também, pesquisadores de outras universidades e programas de pósgraduação stricto sensu em História.
Os diálogos possíveis entre esses dois campos consideram os movimentos populacionais pretéritos e contemporâneos, a movimentação de grupos humanos das etnias Kaingang e Guarani por seus territórios, as grandes ondas de imigração de população de origem europeia não ibérica iniciadas no século XIX, as migrações internas posteriores dos descendentes de imigrantes europeus instalados, principalmente, no sul do Brasil e as emigrações, imigrações e deslocamentos atuais, de grupos humanos movidos por razões econômicas ou socioambientais. Consideram, ainda, a atração que os bens naturais disponíveis em outros lugares exerceram, como possibilidade de subsistência ou de ganho econômico, as condições favoráveis e as limitações do meio ambiente aos grupos humanos que passaram a habitá-lo e, com mais ênfase, as transformações que esses grupos migrantes realizaram nos ambientes que ocuparam ou repovoaram (p. 7)". |
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