RESUMO
Uma busca no acervo composto pelo Juízo dos Órfãos, depositado no Arquivo Público do Estado de São Paulo mostrou que é possível resgatar história de crianças e de famílias imigrantes que passaram por experiências de desestruturação e dissolução familiar, através do exame dos processos depositados naquele fundo documental. A análise de um conjunto desses processos revelou as vicissitudes encontradas pelas famílias de imigrantes, que por motivos variados, tinham suas estruturas familiares quebradas, deixando filhos menores que precisam ter seus destinos definidos quando uma fatalidade ou separação os apartava seus pais biológicos. Os processos reunidos oferecem não apenas detalhes sobre o cotidiano das crianças e das famílias imigrantes, mas indicam as relações que se estabeleciam entre os adultos e as crianças em situações de crise. Tais situações colocavam em pauta a necessidade de se transferir a autoridade sobre a criança para outro adulto ou instituição, levando à circulação desses pequenos imigrantes. Que critérios presidiriam as decisões tomadas por curadores e juízes, diante das disputas e mútuas acusações que confrontavam pais, avós, familiares e até mesmo indivíduos não aparentados? Impotentes, as crianças ficavam submetidas à vontade e aos desígnios dos juízes que decidiriam seus destinos. É objetivo desta comunicação relatar não só as possibilidades de pesquisa desta documentação, como também recuperar fragmentos da história dessas famílias e de seus filhos, no contexto da sociedade paulista nas primeiras décadas República. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú - MG - Brasil, de 20-24 de Setembro de 2004. RESUMO
O grande número de crianças nas ruas da cidade chamava a atenção dos pedestres. A cidade de São Paulo no século XIX recebeu muitos novos habitantes, vindos das diversas regiões do mundo, de diferentes etnias, principalmente peninsulares. A pacata cidade transformou-se em metrópole, com a construção das fábricas passou a atrair a mão de obra ociosa do interior do estado. Muitas famílias não resistiam as longas viagens e, acabavam por adoecerem, de modo que seus filhos se tornavam órfãos. Vários orfanatos, asilos e institutos profissionais foram criados para acolherem essas crianças e jovens. Foi necessária a profissionalização desta mão de obra. PALAVRAS-CHAVE: instituições profissionais e assistenciais; história da educação; infância imigrante. Sapiens, v.2, n. 1, jan./jun. 2020, p. 124-139, Carangola (MG). "A habitação popular constitui aspecto fundamental na história económica, social e urbana de São Paulo, em especial de sua industrialização. Suas marcas podem ser percebidas ao longo da configuração da cidade e de seus bairros. O presente trabalho destaca para exame mais detalhado o processo de industrialização e configuração do bairro operário do Brás de 1890 a 1929, com a moradia popular mais frequente à época em São Paulo."
Análise Social, vol. XXIX, 599-629, 1994 (3ª). RESUMO
O artigo descreve e analisa os discursos e as ações de uma rede de atores governamentais e não governamentais produzidos durante uma série de eventos – uma audiência pública, a criação de um albergue emergencial e um festival cultural – que teve como objetivo central a visibilização da questão migratória como problema contemporâneo. Analisando essas iniciativas e as mais recentes práticas dos próprios refugiados e imigrantes na cidade, o artigo reflete sobre a articulação e o entrelaçamento da implementação de direitos com o humanitarismo no Brasil contemporâneo. A argumentação está amparada em uma etnografia multissituada das relações de saber e poder que produziram a imigração e o sujeito imigrante como tipo particular de população urbana suscetível de intervenção mediante uma complexa trama de atores, tecnologias, saberes e relações em Porto Alegre e São Paulo, entre os anos 2013 e 2016. Palavras-chave: Imigração; Refúgio; Vítima; Sofrimento; Humanitarismo; Cidade PLURAL, Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v. 25.2, p. 90-111, 2018. RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a questão da moradia entre imigrantes bolivianos em São Paulo, buscando investigar até que ponto existe uma correlação entre a “ilusão do provisório” – inerente à condição do imigrante (Sayad, 1998) – e as formas precárias de habitar na cidade. Tais formas podem ser definidas como moradias da pobreza e (ou) “nomadismo urbano” (Véras, 2003b; 2016a). A pesquisa, utilizando-se da combinação de método qualitativo, pelas entrevistas com bolivianos (nos bairros do Brás e Grajaú), e o quantitativo, por meio de levantamento dos dados de Censos Demográficos do IBGE, indica uma interdependência entre as formas precárias de habitar dos bolivianos e a ideia de provisoriedade que eles têm de sua permanência no país. Palavras-chave: Imigração. Bolivianos. Cidade. Moradia. Provisoriedade. Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 87, p. 609-622, Set./Dez. 2019. RESUMO
Este artigo discute a presença de imigrantes chineses no Brasil, a partir das memórias da família Lee/TaGein, que chegaram ao Brasil entre as décadas de 50 e 70, estabelecendo-se no estado de São Paulo. A abordagem desafia a popular representação dos imigrantes na historiografia brasileira que se concentra em estudos sobre imigrantes italianos, espanhóis, e de certa forma perifericamente nos japoneses e libaneses, negligenciou a participação de imigrantes chineses nos movimentos migratórios que marcaram a história do país a partir do último quartel do século XIX na primeira metade do século XX. Desafia ainda a ideia de importância quantitativa, que atribui aos grupos de maior expressão numérica uma importância histórica mais relevante, ao enfatizar a micro história e a importância das memórias de imigrantes para entender a composição do tecido social brasileiro. Uma breve discussão sobre a produção acadêmica sobre estes imigrantes no Brasil revela que a maioria dos estudos não estão situados na historiografia, contudo, qualquer estudo sobre a presença chinesa no Brasil tem, de alguma forma, que evidenciar a trajetória desta corrente migratória. Na história, a análise transnacional provou-se essencial para o entendimento dos elementos em jogo no processo migratório: a conjuntura histórica na China, no Brasil e em parte as experiências em países como os Estados Unidos, ajudam a entender o processo. No cerne, está a conexão entre as memórias familiares e a história de dois países: a China e o Brasil. Palavras-chave: Imigração; Chineses; Memórias, História Transnacional, Micro História. Revista de Ciências Humanas e Sociais, vol. 4, n. 2, jan.-jul. 2018. RESUMO
Tendo em vista o aumento da procura por informações históricas e culturais da Croácia, em especial por aqueles com ascendentes em países membros do antigo Império Austro-Húngaro, aliado ao fato da escassez de trabalhos publicados nesta área devido à sua complexidade ou à indisponibilidade de literatura, apresento de forma concisa elementos que definem a situação da Croácia desde meados do século XIX até as primeiras décadas do século XX. Este período compreende sua primeira fase de imigração ao Brasil, bem como as características do “austríaco-croata” e o estabelecimento destes em São Paulo, em especial no núcleo colonial de Pariquera-Açu. Utilizo como modelo uma família de emigrantes da Eslavônia, região no leste da Croácia, porém, o artigo menciona fatos históricos mais abrangentes para que outros pesquisadores possam ter uma visão geral das origens, destinos e características destes imigrantes no intuito de localiza-los no Estado de São Paulo. Revista da ASBRAP, n. 27, 2020, p. 151-199. Trecho extraído do artigo. "..." In: HONORATO, Cezar & OLIVEIRA JUNIOR, Alcidesio de (Orgs.). Portos e cidades portuárias em questão. Niterói: POLIS UFF, 2020, p. 388-421.
RESUMO
Este breve artigo objetiva analisar a região portuária do Rio de Janeiro no século XIX, através da sua evolução urbana, de forma coerente com a dinâmica demográfica imposta à cidade nas esferas mundial, nacional e regional. Tomando como premissa suas características econômico-sociais, marcadas pelo funcionamento do porto de maior tráfego de pessoas e mercadorias no hemisfério sul, buscaremos demonstrar como as freguesias portuárias suportavam grande densidade populacional, sendo as mais populosas da maior cidade e capital do Império do Brasil. Intentaremos traçar, também, um perfil étnico-social da população que ocupou a região, demonstrando o seu caráter comum: a pobreza. Palavras-chave: Região portuária; Rio de Janeiro; demografia; História Social Almanack, Guarulhos, n. 21, p. 166-204, abr. 2019. |
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