"o refúgio na arte", por beatriz brandão - le monde diplomatique brasil, 7 de maio de 201929/9/2020 "Das manchetes de jornais e dos dados estatísticos, a situação dos migrantes e refugiados passou com mais força aos palcos de teatro, filmes renomados e até novelas de TV. Tornou-se corrente a produção sobre eles, a reconstrução de seus dramas e a expressão de suas biografias em arte. No entanto, há um hiato entre a ruptura e a integração em que essa produção deixa de ser somente sobre eles e passa a ter mobilização artística com eles. Como forma de interação social, o refúgio se torna tema artístico e os migrantes se refugiam na arte numa dramatização da realidade de suas trajetórias." RESUMO
No Recife oitocentista, artífices brasileiros (pernambucanos e de outras províncias) disputaram mercados com os artesãos europeus. Conflitos entre trabalhadores estrangeiros e nacionais foram uma tônica no referido tempo-espaço. O artigo que entrego ao leitor conta a história de dois mestres de ofícios alemães que experimentaram as referidas conjunturas e construíram estratégias para conquistar serviços (públicos e particulares) e aliados (brasileiros e estrangeiros) para além da pequena comunidade germânica que viveu no Recife oito- centista. Portanto, nesse texto, por meio de significativas evi- dências empíricas, travaremos contato com as existências do mestre de obras Theodoro Rampk e do mestre marceneiro Re- migio Kneip, o que permitirá que conheçamos suas agências e os limites sociais que lhes foram impostas. Palavras-chave: artífices, alemães, imigração Amanack, Guarulhos, n. 25, ea05018, 2020. "lasar segall: imigrante e artista-símbolo dos judeus na diáspora", por maria luiza tucci carneiro29/9/2020 "O meu olhar de historiadora sobre Lasar Segall e sua obra é múltiplo por reunir os elementos necessários para um estudo aprofundado sobre a imigração, os imigrantes no Brasil e o legado de um imigrante-artista para a cultura brasilera. Enquanto pesquisadora dedicada aos estudos sobre antissemitismo, Holocausto e Segunda Guerra Mundial, encontrei na sua trajetória e produção artística um conjunto de informações que considero únicas por trazerem mensagens universais. Considero Lasar Segall um dos mais expressivos artistassímbolo dos judeus na Diáspora e um dos mais importantes críticos da intolerância nas décadas de 1939-1940. Suas obras podem ser “lidas” enquanto registros de protesto contra a degradação da retórica política, a injustiça e o genocídio. É nesta direção que tenho utilizado o conjunto de suas obras produzidas entre 1936-1947 como um marco na história da arte moderna brasileira. Entre os artistas estrangeiros radicados no Brasil na primeira metade do século XX é o único que conseguiu expressar em suas telas a brutalidade sistemática praticada pelos regimes totalitários, e reconstituir o drama da travessia dos imigrantes, apátridas, refugiados e exilados." Texto escrito para o projeto Arquivos Globais "A trajetória de Tomie Ohtake tem um quê de extraordinário. Como é possível uma mulher estrangeira, desprovida de grandes recursos financeiros, começar já perto dos 40 anos, depois de criar seus dois filhos, a construir uma obra monumental, um “país”, parafraseando Júlio Cortázar que, ao escrever sobre a obra do belga Pierre Alechinsky, deu ao seu texto o título “Um País Chamado Alechinsky”; um país, dizia, tão imponente quanto os “países” de Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade, Dorival Caymmi e Tom Jobim, Tarsila do Amaral, Lygia Clark e Volpi, entre outros tão belos, tão fecundos, tão atormentados?"
Revista USP, São Paulo, n. 104, p. 177-190, Janeiro/Fevereiro/Março 2015. "Este artigo tem por objetivo levantar algumas questões pertinentes no que diz respeito à iconografia da imigração a partir da obra ―Os emigrantes (...), de Antonio Rocco, pertencente à Pinacoteca do Estado de São Paulo." In: Atas do XII EHA - Encontro de História da Arte - "Os silêncios na História da Arte", 04 a 07 de dezembro de 2017 - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - UNICAMP. Exposição de caligrafia em São Paulo, dentro das atividades do Festival Sul-Americano de Cultura Árabe, realizada pela BibliASPA, em 2010, com o apoio da UNESCO, da Câmara de Comércio Árabe, da Prefeitura de São Paulo, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Cultura e do Governo Federal. Moafak Dib Helaihel, nasceu na cidade de Baalbeck, Líbano, mora em Curitiba (PR). Muhammad Ghanum, nasceu em Damasco, Síria, em 1949, é professor de caligrafia na Faculdade de Belas Artes na Universidade de Damasco.
"A reflexão sobre o exílio forçado de cientistas ao longo da história é fundamental para se compreender o Brasil de hoje. A avaliação é do cientista político Gilberto Hochman, pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), que, em seu mais recente estudo, debruçou-se sobre as correspondências trocadas entre professores, assistentes e alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O objetivo da pesquisa é analisar a percepção dos cientistas brasileiros e as relações entre ciência e política durante o exílio, principalmente entre 1964 e 1969."
"Emigrantes, emigrados políticos, deportados, refugiados ou exilados possuem, em comum, a necessidade de sobreviverem num país estrangeiro, mas são muitas as diferenças que os distanciam na sua trajetória em terras estranhas. Para o emigrante comum, o objetivo único é a construção de uma nova vida que pode ou não excluir a ideia do retorno definitivo ao país de origem. Ele procura e cultiva a sua relação permanente com a terra natal, marcada pelo culto constante dos vínculos estabelecidos com o seu lugar de origem, numa demonstração da preocupação em reafirmar a sua ligação com o local de nascimento, com o intuito de se fazer 'presente', apesar da distância. Neste quadro, as contrapartidas oferecidas pelos regimes políticos aos anseios da colónia emigrada são fundamentais no reforço das amostras de 'fidelidade' que estes mesmos emigrantes possam vir a demonstrar e ter em relação às forças políticas vigentes no poder nos países de procedência."
In: MOURÃO, Alda; GOMES, Ângela de Castro (Orgs.). A experiência da Primeira Replública no Brasil e em Portugal. Coimbra (PT): Imprensa da Universidade de Coimbra; Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014. Resumo
A teoria e a crítica literárias contemporânea têm dado especial atenção às narrativas cuja temática gira em torno do exílio e da migração. Podemos considerar este maior interesse como desdobramento das reivindicações que eclodiram a partir dos anos 1960 com o escopo de reclamar a voz ausente das margens nos discursos políticos, sociais e também literários. À medida que vozes negras, femininas e migrantes são colocadas em relevo, muito pelas contribuições dos pós-estruturalistas, podemos nos acercar de questões e discussões que antes eram ocultadas ou silenciadas pelo discurso promovido pelo centro (europeu, masculino, branco). Tendo em vista esta possibilidade de análise, dois autores chamam atenção por terem sido “redescobertos” neste período de maior valorização dos discursos marginalizados por parte dos estudos acadêmicos. São eles: Elisa Lispector e Samuel Rawet. Estes autores, cujas trajetórias foram marcadas pelo exílio e pelo isolamento intelectual, conquistam novo espaço com o advento de reedições. Para Edward Said, o intelectual no exílio pode configurar novas formas de percepção da realidade, dotado de uma liberdade pouco conhecida pelos intelectuais acomodados a uma forma de pensamento. Pretende-se neste artigo, discutir, a partir das narrativas de Rawet e Lispector, os conflitos de um e de outro, entre o exílio geográfico e o do intelectual, ao qual chamaremos de pós-exílio. Palavras-chave: Elisa Lispector. Samuel Rawet. Pós-exílio. Anais do XV Congresso Internacional ABRALIC - Associação Brasileira de Literatura Comparada, de 7 a 11 de agosto de 2017, UERJ, Rio de Janeiro. |
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