Resumo
A teoria e a crítica literárias contemporânea têm dado especial atenção às narrativas cuja temática gira em torno do exílio e da migração. Podemos considerar este maior interesse como desdobramento das reivindicações que eclodiram a partir dos anos 1960 com o escopo de reclamar a voz ausente das margens nos discursos políticos, sociais e também literários. À medida que vozes negras, femininas e migrantes são colocadas em relevo, muito pelas contribuições dos pós-estruturalistas, podemos nos acercar de questões e discussões que antes eram ocultadas ou silenciadas pelo discurso promovido pelo centro (europeu, masculino, branco). Tendo em vista esta possibilidade de análise, dois autores chamam atenção por terem sido “redescobertos” neste período de maior valorização dos discursos marginalizados por parte dos estudos acadêmicos. São eles: Elisa Lispector e Samuel Rawet. Estes autores, cujas trajetórias foram marcadas pelo exílio e pelo isolamento intelectual, conquistam novo espaço com o advento de reedições. Para Edward Said, o intelectual no exílio pode configurar novas formas de percepção da realidade, dotado de uma liberdade pouco conhecida pelos intelectuais acomodados a uma forma de pensamento. Pretende-se neste artigo, discutir, a partir das narrativas de Rawet e Lispector, os conflitos de um e de outro, entre o exílio geográfico e o do intelectual, ao qual chamaremos de pós-exílio. Palavras-chave: Elisa Lispector. Samuel Rawet. Pós-exílio. Anais do XV Congresso Internacional ABRALIC - Associação Brasileira de Literatura Comparada, de 7 a 11 de agosto de 2017, UERJ, Rio de Janeiro. Your comment will be posted after it is approved.
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