RESUMO
O estudo analisa aspectos da imigração de retorno; focaliza imigrantes brasileiros retornados da Itália, nos seus espaços de origem, em alguns municípios do sul do Brasil; dá ênfase à multiplicidade de processos envolvidos na decisão de retornar, às dificuldades de reintegração e às possíveis reemigrações. A partir de pesquisa de campo in loco e entrevistas diretas, vimos que a realidade é dinâmica, ou seja, se permanecer no país de destino não há garantia de tempo, o tempo do retorno passa pela mesma lógica. Insistimos no fato de que precisamos ver as motivações econômicas e as não econômicas do retorno. Há um conjunto amplo e variado de situações, justificativas, explicações, racionalizações que acabam criando realidades de retorno, de volta ao país que emigrou antes ou a outro. Nesse sentido, as situações são complexas e tornam difíceis as generalizações. Palavras-chave: Brasileiros, Imigração, Retorno. Cadernos do CEOM - Território, Migração e Diversidade, v. 31, n. 49 (JDez./2018). "O retorno sempre esteve presente no processo migratório e, assim, uma simples olhada nos saldos demonstra-nos que as perdas de população nunca foram definitivas. Às vezes o regresso fazia parte dos planos do imigrante, inclusive antes de sair, sobretudo no caso do êxodo europeu, onde a proximidade geográfica e a facilidade para poupar algum dinheiro faziam mais factível o retorno. A maior distância do continente americano, a escassez de recursos e a fácil adaptação ao meio fizeram com que o retorno dos imigrantes transoceânicos fosse menos frequente e que alguns partissem com a ideia de não volver. Isto não significa que o destino de todos os que cruzaram o Atlântico fosse permanecer indefinidamente nos seus países de acolhimento."
Revista UFG, Julho 2011, ano XII, n. 10. RESUMO
O retorno faz parte do projeto migratório, contudo, enquanto uns retornam outros permanecem. A recente crise econômica é um dos fatores que intensificou o retorno. Este artigo ilustra as dinâmicas de retorno de emigrantes brasileiros nos Estados Unidos e em quatro países europeus - Portugal, Reino Unido, Holanda e Noruega, incluindo os processos de estranhamento, adaptação e circularidade ao longo do tempo. Os dados nos permitem considerar que as condições no destino constituem um elemento central nas estratégias migratórias. Os retornados enfrentam as dificuldades de (re)adaptação no país de origem. O retorno em consequência da crise produz efeitos perversos tanto nos sujeitos como no território. Palavras-chave: migração internacional brasileira, circularidade, retorno. REMHU - Rev. Interdiscipl. Mobil. Hum., Brasília, Ano XXI, n. 41, p. 117-138, Jul./Dez. 2013. RESUMO
Na América do Sul, o estudo da migração de retorno foi pouco considerado devido, num primeiro momento, à natureza dos fluxos. As migrações históricas, oriundas da Europa, Ásia e África, são consideradas como de orientação única. O progresso da abordagem sistemática, por outro lado, fez com que o tema do retorno adquirisse importância. Sem embargo, o retorno do migrante está incluído no conjunto das modalidades das transferências e impactos nos lugares de origem. Por outro lado, foi se desenvolvendo a construção de uma categoria específica de retorno, designado como “étnico”. Nesse caso, a migração supõe um processo histórico que, atravessando as gerações, vai alimentando um projeto político nacional, e até nacionalista. Ao redor da experiência histórica do afastamento, constrói-se uma identidade coletiva, cristalizada no retorno. Neste trabalho, propomos considerar o retorno em função das próprias características do fluxo de emigração que lhe dá origem. A partir de três casos de estudo atuais, o retorno do Japão, Paraguai e Estados Unidos, colocamos, no primeiro caso, a importância da formação e consolidação histórica do fluxo de ida na organização do retorno. No caso do retorno do Paraguai percebemos a importância do contexto territorial brasileiro, no caso a dinâmica da fronteira agrícola na ativação dos fluxos e contra-fluxos. O retorno dos Estados Unidos, por sua vez, “não tem história”, mas estrutura-se através dos laços sociais fortes que fundamentam a saída inicial do Brasil. Índice de palavras-chave: distribuição espacial da população, migração de retorno, migração internacional. Confins - Revista Franco-Brasileira de Geografia, n. 9, 2010. RESUMO
O fato migratório tem sido objeto de análise de inúmeros profissionais de variados setores do conhecimento. Nestes tempos de intensa circulação de mercadorias e de capitais, também os deslocamentos populacionais têm sido estudados, visto que o transporte é mais rápido, as comunicações são feitas em tempo real, isto é, há simultaneidade nos vários aspectos de construção/reconstrução do território. Sob este cenário é que se objetivou analisar o processo migratório de brasileiros nikkeis no Japão, o seu retorno ao país de origem e os impactos provocados por esse fluxo. A metodologia da pesquisa abrangeu a realização de trabalhos de gabinete e de campo. No primeiro foram feitos os levantamentos bibliográficos e em fontes secundárias sobre os trabalhadores brasileiros nikkeis no Japão, os desdobramentos teóricos sobre a migração laboral e no segundo foram efetivadas entrevistas com os nikkeis retornados, afim de averiguar as experiências de trabalhar em outro país, assim como verificar as dificuldades e problemas vivenciados. O trabalho permitiu que se fizesse reflexões acerca da questão migratória sob dois aspectos: o espacial e o temporal, cada qual com suas características, advindas de um contexto mais amplo que diz respeito à reestruturação produtiva de países industrializados e os efeitos da globalização. Palabras chaves: migrantes trabalhadores Revista Geográfica de America Central, vol. 2, Julio-Diciembre, 2011, pp. 1-21 - Universidad Nacional - Heredia, Costa Rica. RESUMO
Este artigo pretende discutir o ir e vir de emigrantes brasileiros neste início de século XXI. O projeto de retorno é parte constitutiva do projeto migratório. Muitos homens e mulheres, quando partiam para “fazer a América”, afirmavam que pretendiam voltar para o Brasil quando conseguissem realizar o projeto migratório, em geral traduzido como reunir os recursos suficientes para comprar uma casa e um carro e montar um negócio. O artigo pretende discutir como homens e mulheres vivenciam a experiência de retornar à terra natal, procurando analisar como reconstroem o caminho de volta para casa, quais os efeitos das viagens nas configurações identitárias, nas relações familiares e de gênero. “Voltar é mais difícil do que partir”, dizem os emigrantes. Assim, pretendemos demonstrar que o retorno é mais complexo e que, em muitos casos, os emigrantes passam a viver entre dois lugares, configurando uma identidade transnacional. Palavras-Chave: Transnacionalismo. Retorno. Memória. Tempo e Argumento - Revista do Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, v. 1, n. 2, p. 80-99, jul./dez. 2009. "O presente texto constitui a versão do primeiro volume da dissertação de doutoramento em História Moderna e Contemporânea apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto e defendida em 4 de Outubro de 1993. (...)
A investigação teve como objecto a corrente migratória que fluía do distrito do Porto para o Brasil no século XIX e que não tinha sido ainda analisada numa perspectiva histórica e social. Procurámos examinar a sua persistência e características, bem como estudar o impacto do retorno na sociedade de origem, a este nível regional. Neste sentido, tentámos perspectivar as relações regionais com o Brasil e interpretar os efeitos da emigração na estrutura familiar, discutindo o papel da reprodução social neste contexto. Confrontámos o campo das decisões familiares e individuais com a formulação e a aplicação das políticas de emigração. Definimos as configurações estatísticas do fluxo migratório legal (1836-1879), desenhando a evolução das características mais importantes, de acordo com a exploração dos registos de passaportes. Discutimos o papel do brasileiro, enquanto emigrante de retorno, e esboçamos o seu perfil com base numa fonte estatística limitada. Usando métodos qualitativos, com base num ficheiro biográfico, descrevemos o sentido, as modalidades e as consequências da migração de retorno e os problemas com que se confrontavam os brasileiros na sua reintegração." EXPLICAÇÃO DO TEMA
O objetivo central do trabalho é o de realizar análise comparativa de políticas postas em prática por determinados países para suas comunidades no exterior. Será priorizado o estudo aprofundado das políticas de quatro países em desenvolvimento: México, Filipinas, Índia e Turquia. Como contraponto a esse estudo, será relatada também a experiência acumulada nessa área por Itália, Espanha e Portugal, países que contam hoje com numerosa comunidade no exterior, emigrada em períodos anteriores. O estudo visa a aferir em que medida as políticas desses países de apoio a suas comunidades poderiam fornecer elementos para o aperfeiçoamento dessa vertente da política externa brasileira. O marco temporal da pesquisa corresponde, principalmente, ao período que vai de 1986, quando o Brasil começou a tornar-se um país também de emigração, até 2006. O estudo das políticas dos demais países para suas comunidades englobou, no entanto, períodos variáveis. RESUMO
O objetivo deste artigo é entender o tráfico de coolies, os movimentos emigratórios da Índia e da China e a questão da diversidade de formas de trabalho compulsório em diversos espaços da América no século XIX. Pretende-se, ainda, realizar uma apreciação dos números da emigração de chineses e indianos para a América e a inserção dos primeiros em diversos espaços do continente, especialmente a partir da década de 1840 até o final do século XIX. Para finalizar, o artigo procura relacionar a crise da escravidão no espaço Atlântico, a reorganização do mercado mundial de mão de obra e as políticas imperiais de Portugal e Grã-Bretanha. Palavras-chave: Coolies; Chineses; Indianos; Escravidão; Migração; Trabalho sob contrato. História (São Paulo), vol. 36, e12, 2017. "A hidra nos trópicos: trabalhadores britânicos nas margens da ordem", por Rute Andrade castro16/2/2021 RESUMO
No século XIX, os britânicos se espalharam por várias partes do mundo, e o fizeram por motivos variados. Entretanto, tal movimento emigratório foi personificado na historiografia por grandes comerciantes e investidores, ignorando‐se por vezes os trabalhadores e, mais ainda, os bêbados e baderneiros. Desse modo, o objetivo deste artigo é mostrar episódios da participação de britânicos destituídos nos mundos do trabalho do Brasil no final do século XIX, quando a Grã Bretanha exercia grande influência no país. Para tanto, os documentos selecionados abarcam um escopo que não se limita aos centros urbanos, casas comerciais ou indústrias, muito pelo contrário. Eles estavam nas ruas das cidades, nas áreas rurais do país, nas praias, nos bares ou em qualquer lugar onde desejassem estar. Para chegar até estes trabalhadores, foram utilizados documentos consulares e relatos de viagem britânicos – para compreender como eles mesmos viam seus conterrâneos em situação precária num país desconhecido –, além de jornais brasileiros. PALAVRAS‐CHAVE: Britânicos; Emigração; Mundos do trabalho. Hist. R., Goiânia, v. 25, p. 290-311, Set./Dez. 2020. |
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