RESUMO
Este artigo discute comparativamente o trabalho em frigoríficos nos EUA e no Brasil, dois dos maiores produtores de carne do planeta. Argumento que a indústria da carne frigorificada (ou congelada) constituiu-se como um poderoso oligopólio no século XX e obteve seu sucesso a partir, principalmente, da exploração de trabalho abundante e barato. A comparação proposta coloca em perspectiva um período histórico iniciado no final do século XIX, marco inaugural da organização do trabalho em frigoríficos baseados em linha industrial de desmontagem, e vai até os anos 1970, quando uma profunda reestruturação na organização do trabalho provocou um rápido declínio dos salários e das condições de trabalho, demarcando o predomínio do processamento da carne de frango sobre a de porco e de boi. PALAVRAS-CHAVE: Frigoríficos. Matadouros. Açougueiros. História e Perspectivas, Uberlândia (51): 277-311, Jul./Dez. 2014. RESUMO
Este artigo analisa os projetos discutidos durante o governo de D. João (1808-1821) sobre o uso do trabalho de chineses e a introdução de novas culturas, e investiga o modo de vida de um grupo de chineses que viveu em Bananal, importante município do Vale do Paraíba cafeeiro. Além disso, discute os projetos relativos à mão de obra nas décadas de 1870 e 1880, focando os debates acerca da viabilidade do uso de chineses no Brasil. Para tal empreendimento, processos criminais e inventários são utilizados como fontes documentais. Palavras-chave: Chineses; trabalho; escravidão; produção de chá; migração. Almanack, Guarulhos, n. 25, p. 1-41, eao4818, 2020. RESUMO
A Fábrica de Ferro de Ipanema foi fundada em 1810, por meio de uma Carta Régia, e suas atividades encerraram-se definitivamente em 1895. Localiza-se na atual Floresta Nacional de Ipanema, próximo a cidade de Sorocaba, no interior paulista. Este artigo circunscreve o período compreendido entre 1822, quando a Fábrica se torna parte dos negócios do Império, por ocasião da Proclamação da Independência do Brasil, e 1842, quando há os primeiros levantamentos de trabalhadores da Fábrica após a primeira lei de proibição do tráfico Atlântico de escravos para o Brasil, em 1831. Nas linhas que se seguem, interessa-nos as experiências que se engendram entre os distintos perfis de trabalhadores que por Ipanema passaram: negros escravizados e livres, alemães, suecos, presos galés e tantos mais. Por ora, nos dedicaremos a saber quem eram e quais suas funções. Nos atentaremos especialmente aos negros livres e escravizados, mas na perspectiva de compreendê-los no conjunto dos trabalhadores da Fábrica, tendo em vista a especificidade deste cotidiano compartilhado. Palavras-chave: Fábrica de Ferro de Ipanema; Escravidão e Liberdade; História dos trabalhadores Cantareira, 34ª edição, Jan.-Jun., 2021. RESUMO Resgate - Rev. Interdiscip. Cult., Campinas, v. 26, n. 1 [35], p. 153-172, Jan./Jun. 2018. RESUMO
O artigo traz algumas reflexões sobre as estratégias políticas engendradas pelos cafeicultores paulistas para arregimentar a força de trabalho necessária à expansão da economia cafeeira nas décadas finais do século XIX. Discute-se a presença de dois grupos que participaram desse processo: os imigrantes europeus e os nacionais livres, no caso, os retirantes fugidos das secas que assolaram o sertão cearense. Palavras-chave: movimentos migratórios; cafeicultura; mão de obra; expropriação; mercado de trabalho. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 34, n. 67, Jun. 2014. RESUMO
O objeto deste artigo é a face qualificada-especializada do trabalho imigrante, relacionada com o circuito legalizado da imigração. Examina-se a bibliografia e os diferentes tratamentos teóricos do tema, enfatizando a pertinência do prisma do “mercado global dos recursos humanos qualificados”. A manifestação desses fluxos no Brasil (2007-2014) é analisada a partir das estatísticas do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho e Emprego sobre o regime de visto, a composição de sexo e de nacionalidade. Uma seção é dedicada aos “marítimos globais” e aos médicos cubanos, por representarem um caso emblemático das novas bases sócio-históricas de desenvolvimento do fenômeno da imigração no país. Por fim, será feito um balanço sobre a ligação desses fluxos com movimentos de precarização do trabalho, em particular no que se refere à temporalidade e à flexibilidade. Palavras-chave: Trabalho imigrante. Temporalidade. Flexibilidade. Marítimos globais. Mais Médicos. Brasil. Mercado de trabalho. Caderno CRH, Salvador, v. 30, n. 79, p. 33-50, Jan./Abr., 2017. RESUMO
O escopo deste artigo é apresentar uma análise intertextual sobre a etnicidade e a alteridade no Brasil meridional durante o século XIX por meio dos relatos de alguns viajantes alemães. A partir de três viajantes, protótipos de “homens-fronteira”, seus relatos serão tratados como operadores discursivos e esquemas narrativos. Trata-se da viagem como experiência cognitiva para uma heterologia, bem como para uma etnicidade “alemã” no Brasil alemão ou na Alemanha brasileira. Palavras-chave: Etnicidade. Alteridade. Heterologia. Fronteiras. Anos 90, Porto Alegre, v. 12, n. 21/22, p. 227-269, Jan./Dez. 2005. RESUMO
O processo imigratório no Brasil é complexo, pois envolve diferentes experiências de ocupação territorial: urbano-rural, formação de pequenas propriedades agrícolas-trabalho “assalariado”. Neste artigo, o objetivo central é analisar algumas dinâmicas raciais que envolveram a importação de mão de obra italiana, pelos produtores de café do Estado de São Paulo, nas duas últimas décadas do século XIX, com o intuito de substituir a população escrava. A presente discussão leva em consideração que, como leitura do social, as formas de identificação são estruturadas em consonância com representações culturais construídas pela sociedade que as utiliza. Nesse sentido, em final do século XIX, observa-se a dissociação de dois termos apresentados como sinônimos no período imperial brasileiro: negro-escravo. Durante a mudança conceitual, persistindo todavia o binômio, os italianos que chegaram do além-mar, vindos para substituir o trabalhador escravo, foram percebidos pelos proprietários, em um primeiro momento, como parte dessa associação negativa, experimentando as consequências do biopoder. Palavras-chave: Imigração italiana. Biopoder. Subalternidade. MÉTIS: história & cultura - v. 13, n. 27, 2015, p. 71-90. RESUMO
O artigo trata das mudanças identitárias inerentes ao ato migratório e suas repercussões para a religiosidade do migrante. Levando mão da análise de Peter Berger, o autor mostra como todo ato migratório envolve uma crise identitária que, por vezes, pode levar a modificações da filiação religiosa ou do paradigma religioso dos atores envolvidos. Após mostrar os limites das tentativas de excluir ou eliminar o diferente, o artigo expõe uma visão da religião, a partir da tradição judaico-cristã, baseada na ideia de estrangeiridade e na exigência de uma constante abertura ao encontro dialético com a alteridade divina e humana. Palavras-chave: Religião; Alteridade; Migrações; Estrangeiridade. REMHU - Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana. Ano XV, n. 28, 2007, p. 87-105. RESUMO
No contexto dos fluxos de população provocados pela globalização contemporânea, os deslocamentos para São Paulo, sede metropolitana de maior vulto no país, revestem-se de múltiplos significados. Propõe-se debater, à luz de referências teóricas, ainda introdutórias, a complexa rede de interpretações tanto sobre a inserção quanto a resistência de estrangeiros na cidade, por meio da constituição de territorialidades, de processos de estigmatização e alteridade, das condições de trabalho e moradia, configurações de viver na fronteira e na vulnerabilidade. Palavras-chave: cidade; imigração; territórios; alteridade; vulnerabilidade; segregação. Revista USP, São Paulo, n. 114, p. 45-54, Julho/Agosto/Setembro 2017. |
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