RESUMO
As migrações intensificam trocas culturais, mas na situação de clandestinidade na qual imigrantes indocumentados permanecem haverá, no máximo, um multiculturalismo caracterizado pela convivência subalterna de culturas sem trocas e diálogos, o que favorece que lhes sejam impingidos o medo, a angústia e a responsabilidade por problemas estruturais. Defende- -se nesta pesquisa que o reconhecimento do ius migrandi é o que possibilitará o contato com a alteridade de forma igualitária, sem que o outro encontre-se em situação de inferioridade em decorrência de seu status migratório, construindo-se um multiculturalismo progressista e transformando a prática dos direitos humanos num projeto cosmopolita pela hermenêutica diatópica. PALAVRAS-CHAVE: Migrantes indocumentados; hermenêutica diatópica; ius migrandi. RESUMO
Nosso propósito neste texto é refletir sobre o lugar do imigrante nas discussões que abordam a questão da alteridade, dialogando com alguns estudos recentes que atualizam o debate sobre o reavivamento das diferenças. Assim, circunscrevemos a análise nas tensões contemporâneas como as levantadas por Touraine (1998) quando pergunta de que forma podemos combinar nossas diferenças com a unidade de determinada vida coletiva. Nosso percurso aborda algumas reflexões sobre este “estranho estrangeiro” (Koltai, Mafesoli, Bauman), passa pela reafirmação do diferente (Santos, Wieviorka, Touraine) para, finalmente, observar novas manifestações de discriminação e perguntar se seria possível circunscrevê-las no que Foucault (2002) chama de formas contemporâneas de racismo. PALAVRAS-CHAVE: Migrações. Estrangeiros. Racismo. Diferenças. Aurora, Marília, v. 7, n. 1, p. 27-40, Jul-Dez, 2013. RESUMO
O artigo analisa o tratamento dado à imigração de haitianos pela mídia brasileira nos primeiros quatro anos de presença significativa da diáspora haitiana no Brasil (2011- 2014). Busca compreender como se instauram, nas mídias, disputas de sentido em torno da alteridade representada pela presença desses novos imigrantes, assim como as incidências da visibilidade midiática dos imigrantes haitianos no debate público sobre as políticas migratórias e processos de cidadania das migrações internacionais no Brasil. A partir do conceito de enquadramento, analisou-se, um corpus de 162 materiais midiáticos, acontecimentos e temas mapeados na produção midiática sobre a imigração haitiana. Constatou-se a mudança de enquadramento na cobertura midiática desta imigração – inicialmente descrita como “fuga” do Haiti e posteriormente como “invasão” ao Brasil – e a emergência de um debate que questiona a política migratória brasileira e os processos de cidadania de haitianos no Brasil. Palavras-chave: Mídia. Imigração haitiana. Cidadania. Revista FAMECOS - Mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre, v. 23, janeiro/fevereiro/março e abril de 2016. RESUMO
O presente artigo aborda as temáticas do ser filho de imigrantes e ser um jovem imigrante brasileiro de segunda geração nos Estados Unidos. Transitando sobre as questões das identidades, vínculos e pertencimentos étnicos e sociais desses jovens o texto procura refletir sobre como o ser filho de imigrantes e ser imigrante de segunda geração impactam na vida social desses jovens dentro do contexto da sociedade norte-americana contemporânea. O artigo procura mostrar que ser um imigrante brasileiro de segunda geração tanto implica em estar vinculado à sua origem étnica parental, quanto ter uma forte ligação e sentimentos de pertencimento em relação à sociedade na qual eles vivem, os E.U.A. Palavras-Chaves: Segunda Geração; Imigração; Juventude; Brasil-EUA. Contemporânea, v. 9, n. 2, p. 379-399, Maio-Ago. 2019. RESUMO
A cultura do país de origem de pais migrantes traz elementos importantes na construção da identidade de filhos nascidos no país de acolhimento. Este estudo objetivou compreender quais elementos da cultura polonesa e da brasileira foram transmitidos e como influenciaram a construção da identidade de três filhos (segunda geração) de uma família polonesa estabelecida no Brasil, a partir das narrativas da trajetória migratória familiar, da vida e das práticas alimentares pessoais e familiares. A partir da análise de conteúdo, foram identificados três núcleos temáticos, que apontam dois elementos como principais marcadores da identidade polonesa: o idioma e a alimentação. No dia a dia, a comida característica do cotidiano brasileiro foi adotada, porém a comida polonesa é protagonista nas datas especiais, caracterizando tradições étnicas, religiosas e familiares. Ainda que as receitas tenham sido modificadas, os rituais que cercam sua preparação, seu consumo e sua convivialidade se mantêm, e é quando a identidade polonesa se manifesta. Cada filho demonstra graus e formas diferentes de manutenção dessas “tradições” familiares. Outras referências culturais, suas trajetórias pessoais e redes sociais de apoio agregam novas práticas alimentares, embora o sentimento de duplo pertencimento ainda se mantenha na segunda geração. Este estudo permite compreender como a cultura alimentar contribui para a construção identitária e da trajetória alimentar de indivíduos expostos a diferentes culturas. Palavras-chave: migração; biculturalismo; identidade; práticas alimentares. Revista Ingesta, São Paulo, v. 2, n. 1, set. 2020, p. 137-135. RESUMO
O artigo objetiva analisar aspectos da segunda geração de imigrantes brasileiros na Itália, principalmente no âmbito escolar. Os filhos de imigrantes são parte integrante do sistema escolar italiano e chamam a atenção, tanto pela dimensão numérica, quanto pelos desafios pedagógicos e interculturais. Através de pesquisa de campo em algumas escolas do norte e nordeste da Itália e junto a famílias de imigrantes brasileiros, percebemos que é uma realidade problemática, reflete concepções e o contexto social em que vivem os imigrantes, bem como as ambiguidades e tensões dos núcleos familiares. Palavras-chave: Segunda geração. Imigrantes brasileiros. Escola. Itália. Revista Pós Ciências Sociais, v. 11, n. 22, Jul./Dez. 2014. RESUMO
Este artigo descreve e analisa alguns dos elementos que influenciam a construção das identidades dos jovens de origem imigrante na Europa. Os resultados derivam dum projeto de investigação europeu intitulado “Rumo à construção social duma juventude europeia: a experiência de inclusão e exclusão na esfera pública dos jovens migrantes de segunda geração”, desenvolvido entre 2006 e 2009 em nove cidades localizadas em cinco países: Espanha (Madrid e Barcelona), Itália (Génova e Roma), Portugal (Lisboa e Porto), França (Metz), Alemanha (Berlim) e Holanda (Utrecht). A primeira parte analisa os dados quantitativos recolhidos nos contextos de estudo, comparando os jovens descendentes de imigrantes com os jovens autóctones, focando a questão da identidade como um assunto central no processo de inclusão dos jovens imigrantes. A segunda parte aborda alguns dos marcadores identitários presentes nos jovens descendentes de imigrantes em Portugal, à luz de dados etnográficos recolhidos especificamente para o caso dos jovens na Área Metropolitana de Lisboa focando as questões de identidade, género e discriminação. Palavras chave: origem imigrante, descendentes de imigrantes, jovens, identidades, Portugal, Europa REMHU - Rev. Interdiscipl. Mobil. Hum., Brasília, Ano XXII, n. 42, p. 133-158, jan./jun. 2014. RESUMO
O objetivo desse estudo é analisar o imaginário da identidade grega entre os descendentes de imigrantes gregos na diáspora, especificamente entre os membros da Comunidade Helênica do Espírito Santo (CHES). Busca-se responder questões como: o que faz com que um descendente de segunda ou terceira geração se autodenomine grego, sem nunca ter ido à Grécia ou nem mesmo falar a língua grega. A partir de que é formada essa identidade? Baseado nos conceitos de identidade e comunidades, de Hall (2002 e 2009) e Anderson (2008), utilizando a observação participante como ferramenta metodológica, se analisará a Celebração do Dia do Oxi como ponto de coesão cultural entre os membros da CHES. Conclui-se que toda identidade, nesse estudo, a grega, ultrapassa fronteiras sejam espaciais ou temporais. Palavras-chave: Imigração; Helenismo; Identidade; cultura. In: Anais do I Colóquio Internacional de Mobilidade Humana e Circularidade de Ideias, Vitória, ES, 06 a 08 de julho de 2015. Organização [de] Maria Cristina Dedalto et al - Vitória: Lemim, 2016, p. 187-195. RESUMO
Este artigo apresenta resultados parciais da pesquisa sobre a transmissão cultural na construção das identidades do imigrante e de seus descendentes. Nove famílias de origem brasileira, portuguesa e italiana participaram deste trabalho em encontros individuais e familiares, mediados por entrevistas estruturadas e semiestruturadas, para verificar de que maneira a cultura de origem dos pais integra o cotidiano dos filhos na França, analisandose o impacto desta transmissão cultural na construção identitária. Os resultados evidenciam que os filhos de imigrantes vivem a situação de dupla cultura como valor a preservar e se inscrevem mais facilmente na vida do país de imigração, quando a cultura de origem está presente no cotidiano de sua educação em paralelo com a do país de acolhimento. Palavras-chave: transmissão; pais; filhos; imigração; cultura. Psic. Clin., Rio de Janeiro, vol. 21, n. 2, p. 415-429, 2009. RESUMO
Vários estudos que se ocupam em analisar processos ligados à emigração sugerem que o abandono da terra natal seria acompanhado pelo firme propósito de construir uma nova realidade. Em especial, as correntes migratórias da segunda metade do século XIX teriam esta esperança fortemente alicerçada na busca de mobilidade social. O que os expulsava da Europa, em grande parte, eram fatores de ordem econômica e, assim, estaria implícito que os participantes daquela aventura imigratória detinham a firme crença na força de mecanismos compensatórios capazes de lhes garantir outras condições e posições sociais. Esse artigo se ocupa em verificar a abrangência dessa idéia e, para isso, apresenta uma discussão com base no sistema familiar de imigrantes ucranianos que se estabeleceram no Paraná em 1895. Orienta tal discussão o pressuposto de que um sistema familiar expressa opção coletiva e, como tal, conforma forte traço cultural cuja estabilidade não necessariamente é ameaçada pela imigração. Palavras-chave: sistema familiar, ucranianos, imigração. História UNISINOS, 11(1): 28-39, Janeiro/Abril 2007. |
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