Resumo
Com do fim do tráfego negreiro intercontinental (1850), o Brasil deu um tímido, mas significativo, passo para o fim da escravidão, que foi sucedido por diversas outras medidas abolicionistas. Enquanto a escravidão se mostrava cada vez mais incerta, o elemento humano cada vez mais necessário. Curiosamente, na Europa sua população aumentava e causava crises de abastecimento e produção de gêneros alimentícios. Dessa relação, temos a perfeita combinação para o desenvolvimento de um fluxo migratório internacional. Diversas medidas foram tomadas visando atrair imigrantes, tanto pelo governo como por particulares, aqui destacamos a massiva campanha publicitária empreendida na Europa. Como ferramenta dessa campanha, temos os chamados guias para emigrantes: manuais que buscavam apresentar as vantagens de determinado local e convencer o possível migrante a estabelecer-se em suas terras. Neste artigo discutiremos, portanto, como a província do Paraná foi retratada em um desses guias, publicado em 1875, e distribuído pela Europa. Palavras-chave: Propaganda imigratória. Guia para emigrantes. Província do Paraná Revista NEP - Núcleo de Estudos Paranaenses, Cutitiba, v. 5, n. 1, jun. 2019. Resumo
O presente artigo tem o objetivo de refletir a respeito de dois problemas ligados à história da imigração no Brasil do século XIX. O Primeiro deles é identificar e entender o conceito de “propaganda” naquele contexto, em especial aquela voltada para atrair imigrantes para o trabalho no Império. E a segunda é relacionar este termo a um caso específico do período: as reflexões da Sociedade Central de Imigração (SCI) publicadas no boletim oficial da entidade, intitulado A Immigração, e no guia difundido por ela em solo europeu. Documentos nos quais o conceito aparece como um discurso que visava ora persuadir grupos internos das transformações necessárias para o progresso e ora para convencer estrangeiros, que tivessem intenções, de que o Império seria um bom destino. Palavras-chave: Sociedade Central de Immigração; Propaganda; Imigração e emigração; Modernização; Guia de imigrantes. Patrimônio e Memória, Assis, SP, v. 15, n. 2, p. 154-171, julho-dezembro de 2019. “Escrevi este livro movido pelo desejo de ser útil aos meus conterrâneos dispostos a emigrar e de dar-lhes meios para seu desenvolvimento em terra estranha ...”
"Assim Friedrich Von Weech inicia a Introdução de seu livro A Agricultura e o Comércio do Brasil no Sistema Colonial (1992), [primeira edição 1828] uma espécie de guia para os emigrantes alemães, mas um tipo especial de guia: escrito por alguém que veio para o Brasil com a intenção de se estabelecer como agricultor em uma época em que o país era ainda uma região desconhecida para a maioria dos europeus." Estudos Sociedade e Agricultura, 5, novembro 1995: 132-140. RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir dois guias para emigrantes, aparatos da política de atração de imigrantes desenvolvida pelo Império Brasileiro, são eles: O guia do emigrante para o Império do Brazil (1884); e A Província de S. Paulo no Brazil. Emigrante, lede este folheto antes de partir (1886). Através de análises individual e comparativa das fontes, buscamos compreender as semelhanças, afastamentos e particularidades das políticas de imigração nacional e paulista. Palavras-chave: Guias para Emigrantes; Políticas Imigratórias; Propagandas Imigratórias. Cordis. Deslocamentos Humanos: cultura, decisões e conflitos, n. 20, p. 109-152, jan./jun. 2018. "Esperamos que você possa se sentir bem no Brasil e, com a ajuda das orientações constantes nesta publicação, você tenha as informações básicas para suas relações de trabalho, emprego e direitos sociais. Desejamos ajudar você no que for possível. E queremos também a sua ajuda." RESUMO
Esta pesquisa dedicou-se ao estudo dos campos de concentração brasileiros na Era Vargas e do sistema legal que o amparou, para compreender de que maneira tais institutos se organizaram e encontraram legitimação no país. Inicialmente, buscou-se compreender o contexto histórico e os primeiros campos brasileiros, organizados para conter a migração em uma época de seca, para serem incrementados a partir da mudança de postura do governo Vargas diante dos imigrantes, que deveriam, então, ser nacionalizados. Na sequência, viu-se que o confinamento de italianos, alemães e japoneses, ou seus descendentes, nos campos de concentração, atendia não apenas às pretensões varguistas para o Estado nacional, mas também agradava aos parceiros internacionais na guerra, em especial os Estados Unidos. Por fim, esta pesquisa demonstrou como a ditadura iniciada em 1937 com o Estado Novo, em especial com a Constituição outorgada de 1937, deu subsídios jurídicos para a centralização de poder nas mãos do presidente, que governaria por meio de decretos até sua deposição. Uma vez que o país entrou em guerra ao lado dos Aliados, ocorreu a decretação do estado de guerra que derrubou direitos constitucionais antes garantidos aos estrangeiros e permitiu que estes fossem perseguidos e internados em campos de concentração. Palavras-chave: Estado Novo. Constituição de 1937. Campos de Concentração. R. Opin. Jur., Fortaleza, ano 17, n. 25, p. 13-36, Maio/Ago. 2019. "prisioneiros, direitos e guerra no brasil de vargas (1942-1945)", por priscila ferreira perazzo24/11/2020 Resumo
O tema do internamento de alemães, japoneses e italianos em campos de concentração para civis no Brasil, sob a condição de prisioneiros de guerra, nos remete a diversas questões sobre prisões e liberdades, sobre sentimentos nacionais, sobre política nacional e internacional. A condição de prisioneiros de guerra foi imputada aos “súditos do Eixo” em dois planos políticos: o primeiro voltado à construção do projeto nacional moderno para o Brasil e o segundo, voltado para a busca de um lugar de destaque no contexto internacional. Essa questão abriu, no interior do governo Vargas, uma discussão que permite perceber as divergências de posições, as cisões e os embates de políticos num momento de desarticulação do Estado Novo (1942-1945). Esse texto volta-se, mais especificamente, para o quadro da política brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, na tentativa de apontar as fissuras internas do governo Vargas, que foram visíveis no tocante ao tratamento de questão tão delicada à época: o internamento de “súditos do Eixo”. Mergulhar nas motivações e trazer à tona os interesses do governo Vargas, em relação ao tratamento dispensado aos estrangeiros do Eixo no Brasil, durante a guerra, contribuem para compreender o envolvimento do país no conflito, para perceber as rachaduras e fissuras no interior da elite política e governamental que teve dificuldade em lidar, em âmbito internacional, com a problemática do internamento de civis e com as regras dos Direitos Humanitários de Genebra. Palavras-Chave: prisioneiros; II Guerra Mundial; Direitos de Genebra; Governo Getúlio Vargas; Política Revista Esboços, vol. 16, nº 22, pp. 41-53, 2009. PARTE 1 PARTE 2 "A localidade de Timbé do Sul, no Vale do Araranguá foi um desses locais em Santa Catarina onde foram confinados talvez centenas de italianos e alemães durante a Segunda Guerra Mundial. A historiografia local de maneira geral quando nada menciona, traz apenas alguns poucos fragmentos sobre esta temática.
Neste sentido, este artigo busca evidenciar aspectos ainda pouco explorados pela historiografia a respeito do confinamento de imigrantes europeus e seus descendentes em Timbé do Sul durante a guerra. Na insuficiência de fontes escritas ou estudos sobre o tema, buscou-se por meio das fontes orais, evidenciar memórias de pessoas que participaram daquele contexto histórico, de um tempo que marcou vidas, “revelar experiências “não vistas”, porém pulsantes, cujas vivências caem facilmente na frágua do esquecimento se não colhidas a tempo” (FÁVERI, 1999: 138). Portanto, além da utilização de fontes documentais primárias (oficiais e não oficiais) e uma bibliografia conceitual a respeito do tema proposto, as fontes orais constituem uma base importante para esta pesquisa. Os depoimentos presentes neste estudo foram concedidos pelos senhores Hercílio Ferro, 82 anos, residente em Timbé do Sul, Iracy Scarabelot, 73 anos de Turvo, e Luiz Ângelo Cirimbelli, 70 anos, também de Turvo." Anais do XII Encontro Estadual de História, 23 a 27 de julho de 2012, Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - Rio Grande (RS), p. 938-951. |
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