RESUMO
O artigo analisa a trajetória da belga Maria Rennotte que em 1878 mudou-se para o Brasil, onde trabalhou como preceptora, professora e médica. Com seus escritos e sua prática social, Maria Rennotte lutou pelos direitos das mulheres a uma melhor educação, ao acesso a diferentes tipos de trabalho, à obtenção de um corpo mais saudável, à cidadania política. Pregou a participação das mulheres em entidades assistenciais, e fundou uma filial da Cruz Vermelha na capital paulista. A análise de sua trajetória possibilita afirmar que apesar de desconsideradas politicamente, não terem reconhecidos os direitos civis, possuírem limitadas oportunidades educacionais e de trabalho remunerado e serem identificadas basicamente como mães e esposas, pela atuação nas associações filantrópicas as mulheres participaram efetivamente da vida nacional, deixando sua marca nos serviços prestados à população, nas leis, na organização de instituições de ensino e de saúde e no desenvolvimento do conhecimento científico. Palavras-Chave: Filantropia, Gênero, Profissionais de Saúde, Medicina, Cruz Vermelha, Maria Rennotte. Cadernos Pagu (24), janeiro-junho de 2005, pp. 41-67. RESUMO
A ciência brasileira desconhece o papel desempenhado pelas cientistas no país. Breves biografias de quatro mulheres que atuaram no Instituto Biológico de São Paulo e o relato da história de vida da imigrante judia Khäte Schwarz rompem o silêncio em torno da atuação das mulheres no mundo científico e mostram o papel delas no avanço da ciência, especialmente a aplicada à produção agrícola. Barreiras foram superadas por elas, mesmo em situações impostas por sistemas políticos. A criatividade e o espírito de investigação não foram limitados pela idade ou condição de gênero. Palavras-chave: mulheres; ciência; biologia; agricultura; judaísmo; nazismo; imigração. Estudos Feministas, Florianópolis, 18 (2):352, maio-agosto/2010. RESUMO
O presente artigo trata da vida de Elisa Kauffmann Abramovich. Judia descendente de imigrantes do Leste Europeu, Elisa cresceu e se tornou uma importante liderança da comunidade judaica do bairro do Bom Retiro, em São Paulo, atuando em suas associações de assistência social, tornando-se professora e fundando a Escola Israelita Brasileira Scholem Aleichem. Elisa – assim como boa parte dessa comunidade – ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCB) entre os anos 1930 e 1940, militando nele até a sua morte em 1963. Em 1947, Elisa foi eleita a primeira vereadora da história da cidade de São Paulo, e é nosso objetivo compreender como seus diferentes percursos e experiências lhe proporcionaram ocupar esse espaço – mesmo que ela nunca tenha, de fato, tomado posse. Palavras-chave: Biografia; mulheres; comunismo; judaísmo; educação. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 20, n. 32, 2019. RESUMO
A ascensão dos regimes totalitários na Europa na década de 1930 provocou grande fluxo imigratório para as Américas. Nesse contexto chegaram ao Brasil as jovens Hildegard Rosenthal e Alice Brill, oriundas da Alemanha, que iriam se dedicar profissionalmente à fotografia nas décadas de 1940 e 1950, respectivamente. O crescimento industrial e urbano do país no pós-guerra expandiu o campo das artes, o que resultou no surgimento dos primeiros museus de arte moderna, da Bienal de São Paulo e no aumento do número de galerias comerciais. Tais mudanças foram registradas por Rosenthal e Brill, que fotografaram artistas, reproduziram obras e documentaram exposições. Este ensaio se propõe a analisar retratos de artistas produzidos por Rosenthal e Brill, refletindo sobre o papel da fotografia na representação da identidade feminina em transformação na sociedade brasileira do período pós-guerra. Palavras-chave: fotografia; arte; gênero; Hildegard Rosenthal; Alice Brill. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 71, dez. 2018 (p. 115-131). RESUMO
Esse artigo propõe pensar as poéticas das artistas Mira Schendel, Anna Maria Maiolino e Liliana Porter, em relação as dinâmicas de deslocamento migratório, exílio e refúgio e o impacto dessas questões em suas obras. Palavras-chave: biografia, mulheres artistas, migração, micropolítica. Revista Nava, v. 6, n. 1 e 2 (2021). RESUMO
Este artigo apresenta a biografia e as obras da escritora, empregada doméstica e militante social martinicana Françoise Ega (1920-1976) buscando dar visibilidade para sua trajetória de vida e para suas publicações ainda pouco conhecidas nos círculos acadêmicos e literários brasileiros. Primeiramente, apresentamos a biografia da autora com foco em seus deslocamentos e atuação política. Depois, comentamos brevemente suas obras Le temps de madras (1966), Lettres à une noire (1978) e L’Alizé ne soufflait plus (2000), relacionando-as com a vida da autora e com a sociedade martinicana. Por fim, sob uma perspectiva que não dissocia literatura e sociedade e que considera a história específica de socialização de mulheres diaspóricas afrodescendentes, propõe-se uma reflexão sobre o lugar de intelectuais negras na história da literatura latinoamericana. Palavras-chave: Françoise Ega; escritoras diaspóricas; literatura antilhana. Caligrama, Belo Horizonte, v. 25, n. 3, p. 57-75, 2020. jovens mulheres africanas em portugal: narrativas e intinerários", por neusa mendes de gusmão19/3/2023 RESUMO
O presente ensaio relata os itinerários de duas jovens mulheres africanas, imigrantes em Portugal, com base em suas próprias narrativas. Na história de suas vidas, outras histórias se revelam para dizer o que é ser jovem, mulher, negra e imigrante num contexto europeu da atualidade. Suas narrativas encontram-se entremeadas pelas memórias da infância na África, ou mesmo em Portugal, e falam, também, da juventude vivida no bairro africano, Aldeia d’África, em terras portuguesas. Com isso, Portugal e África tecem a trama de seus cotidianos e permitem, por diferentes indícios, compreender a heterogeneidade das biografias, da memória e da cultura, tal como se apresenta na experiência pessoal de cada uma. Uma experiência que revela a história de muitas outras mulheres africanas em Portugal. Palavras-chave: África; imigrante; narrativa; cultura; itinerário. Sociedade e Cultura, v. 11, Jan./Jun. 2008. |
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