RESUMO
O texto descreve as condições econômicas e sociais nas quais os imigrantes sírios e libaneses se integraram à vida cotidiana de Porto Alegre, desde o fim da última década do século XIX, até meados do século XX. A pesquisa descreve o início da saga desses imigrantes, cuja maioria era formada por mascates e pequenos comerciantes, quando ocuparam um pequeno trecho de rua no centro da capital até o seu deslocamento para diversos bairros da cidade. Esta trajetória é marcada, no início, por condições precárias de moradia, disputas dentro do grupo e violência, para um padrão de vida pontuada pela ascensão social e mobilidade espacial que também se reflete na matricula dos seus filhos em duas das melhores instituições de ensino da capital. Palavras-chave: Imigração Sírios e libaneses Porto Alegre. Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 31, n. 49, p. 33-46, Dez./2018. RESUMO
Este artigo apresenta uma análise um tanto distinta sobre aquilo que comumente se escreveu sobre a relação entre imigração italiana e industrialização no Brasil. A elucidação desta relação, muitas vezes, ficou circunscrita ao fenômeno ocorrido na cidade de São Paulo, entre 1880 a 1930. Ao contrário do que ocorrera na capital paulista, mostramos que o imigrante pobre não foi apenas aquele fracassado, expulso do mundo rural, que para sobreviver, empregou-se em alguma fábrica (muitas vezes, de propriedade de algum patrício abastado). Um pouco distante deste cenário, aproximadamente 300 quilômetros da cidade de São Paulo, italianos pobres de recursos, mas detentores de algum saber-fazer tiveram uma mobilidade social e ajudaram a constituir o empresariado industrial na cidade de Ribeirão Preto. Palavras-chave: Imigração Italiana; Industrialização; mobilidade social; Núcleo Colonial Antonio Prado; Ribeirão Preto. História e Cultura, Franca, v. 4, n. 1, p. 319-337, mar. 2015. RESUMO
O presente artigo apresenta uma investigação sobre o processo de inserção do português Agostinho José Pereira Lima (1816-1864) no município de Morretes, em um recorte temporal que abrange os anos de 1841 a 1851. O objetivo deste estudo é produzir um conhecimento sobre as formas de absorção e mobilidade social de imigrantes portugueses no extremo sul da Província de São Paulo na primeira metade do século XIX. Neste artigo é realizada a sustentação de três argumentos. Primeiro, compete demonstrar que a inserção de portugueses em município do litoral paulista era frequentemente uma consequência do insucesso do projeto de se enraizar na cidade do Rio de Janeiro. Tal insucesso foi uma experiência compartilhada por portugueses que eram residentes no litoral sul de São Paulo e pertenciam a diferentes gerações. Segundo, é evidenciado que a constituição de vínculos familiares com uma parentela de origem portuguesa foi de importante para a consolidação do pertencimento de Agostinho Lima naquele município. Terceiro, é demonstrado que a atuação no comércio varejista foi um fator decisivo para Lima manter vínculos sociais com parentelas de origem portuguesa que pertenciam à elite social daquela localidade. Palavras-chave: Brasil Meridional; comércio varejista; imigração portuguesa. Dimensões, vol. 44, jan.-jun. 2020, p. 211-242. RESUMO
Este artigo apresenta alguns indicadores que propiciaram a recepção/integração do negociante português em Belém e, em seguida, aponta de que maneira o conceito de redes sociais, largamente analisado por Michel Bertrand e Zacarias Moutoukias, pode possibilitar uma melhor compreensão desses negociantes em sua atuação nesta província do Norte do Brasil. Para isso, analisamos ser necessário destacar a relevância dos agentes de comércio e assinalar a importância consubstancial que a historiografia brasileira tem dado ao comércio para entender dinâmicas sociais em diferentes espaços e temporalidades. Apresenta-se como possibilidade de estudo o caso do português Elias José Nunes da Silva, negociante de grosso trato que atuou em Belém no século XIX, que soube articular diversificação dos seus investimentos, manutenção de status e, dessa maneira, se manteve no topo da hierarquia social de Belém. Palavras-chave: Negociante; Imigração; Redes Sociais; Belém. I Seminário Internacional "Brasil no Século XIX. Organização: Laboratório de História, Poder e Linguagem, Programa de Pós-Graduação em História - UFES, realizado entre os dias 25 e 29 de agosto de 2014, Vitória (ES). RESUMO
Na literatura acadêmica sobre o processo de industrialização ocorrido no estado de São Paulo, houve a predominância de uma concepção pautada numa realidade encontrada na capital paulista. Nesta, provou-se que o empresariado industrial proveio de setores abastados estrangeiros e de pessoas e capitais oriundos da chamada elite cafeeira. Tais resultados influenciaram estudos sobre realidades interioranas, havendo, para certos casos, a reprodução mecânica de cenários, tornando-os semelhantes ao da cidade de São Paulo. Nosso estudo desmistifica essa pré- -concepção em relação à formação da classe empresarial do setor coureiro-calçadista no município de Franca (SP), mostrando o fato de imigrantes e seus descendentes pobres terem tido uma participação considerável para a existência dessa classe. Palavras-chave: Empresariado industrial. Setor coureiro-calçadista da cidade de Franca (SP). Imigrantes e seus descendentes. Mobilidade social. Literatura acadêmica. História Econômica & História de Empresas, vol, 17, n. 1 (2014), 209-256. RESUMO
Nosso objetivo é analisar, partindo de uma perspectiva histórica, dois processos de imigração italiana para o Rio Grande do Sul, em diferentes regiões do estado. Problematizaremos a questão do desenvolvimento econômico de uma destas regiões (a serrana) e a ascensão social dos imigrantes que para lá se deslocaram com a da região central do estado, considerada uma “imigração fracassada” do ponto de vista econômico. O diálogo entre as distintas experiências migratórias é possibilitado pelas pesquisas empíricas realizadas pelas autoras, que permitem um intercruzamento acerca dos fluxos de capital e seu itinerário. Pretende-se analisar, também, como a categoria trabalho foi acionada pelo grupo e sua importância no processo de desenvolvimento de tais regiões e na mobilidade social daqueles imigrantes e seus descendentes. Palavras-chave: Imigração; Trabalho; Identidade étnica. Rev. Inter. Mob. Hum., Brasília, Ano XVII, n. 33, p. 175-196, jul./dez. 2009. RESUMO
O presente artigo tem como objeto principal os mecanismos de solidariedade étnica/nacional acionados em contextos imigratórios. Os estudos sobre chineses e sul coreanos que deram origem ao artigo foram realizados entre os anos de 2011 e 2018 na cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe. Para o desenvolvimento destes estudos, foram realizadas revisão bibliográfica, observação direta e entrevistas em profundidade. Os dois grupos de imigrantes se estabeleceram no comércio local por meio de atividades ligadas à venda de produtos importados e lanchonetes. A presença destes dois grupos em Aracaju se deu por meio de fluxos migratórios indiretos, de modo que antes de se estabelecerem na capital sergipana, passaram por outras cidades, em especial São Paulo. Esta trajetória revela uma dupla mobilidade, a geográfica e a social, já que a vinda para Aracaju está associada às oportunidades de passarem da condição de empregados para proprietários de estabelecimentos comerciais. O duplo processo de mobilidade é sustentado por mecanismos de solidariedade étnica/nacional acionados a partir das relações de parentesco e amizade, com base no uso do idioma e tradições culturais, tais como poupança e capitalização financeira. Este processo se desdobra, novamente, em outra dupla dinâmica, que diferencia chineses e sul-coreanos de brasileiros, de modo a produzir práticas sociais e culturais e sentimentos de pertencimentos e, ao mesmo tempo, hierarquias internas no grupo, através de papeis familiares e de classe. Palavras-chave: Imigração. Chineses. Sul-coreanos. Mecanismos de solidariedade étnica/nacional. Aracaju. PLURAL, Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v. 27.1, jan./jul., 2020, p. 90-113. "Este livro é um dos resultados do “Colóquio Internacional Mobilidade social e formação de hierarquias: subsídios para a história da população”, realizado em outubro de 2013 na UNISINOS (São Leopoldo/RS) e que reuniu professores e pesquisadores de diferentes instituições acadêmicas do Brasil, da Argentina e de Portugal. (...)
A terceira e última motivação diz respeito ao tema do colóquio: mobilidade e hierarquia social. Tema particularmente caro aos países americanos, constituídos num longo processo histórico de reunião de povos de diferentes origens e palco de inúmeras formas de exploração do trabalho, da vida e do corpo de milhões de homens e mulheres que, ainda assim, sobreviveram, deixaram descendência e, “aos trancos e barrancos”, agarrando-se onde fosse possível, conseguiram ascender – quase nada, um pouco mais, ou até lá em cima – na nossa estranha pirâmide social." RESUMO
O estudo tem por objetivo geral investigar a experiência de uma escola municipal de ensino fundamental de São Paulo no acolhimento de alunos imigrantes. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com o diretor, coordenador pedagógico, professores e pais imigrantes bolivianos; observações de sala de aula, recreio e reuniões dos projetos destinados aos alunos imigrantes; aplicação da escala de proximidade entre alunos e análise do rendimento escolar. Os resultados mostraram que, na percepção dos profissionais e dos pais, houve uma redução significativa das manifestações de preconceito e discriminação, assim como maior interação entre os alunos. Iniciativas da escola no sentido de valorização da cultura dos imigrantes devem ser destacadas, assim como a incorporação do tema da imigração no currículo por meio dos roteiros de aprendizagem produzidos pelos professores. Por fim, destaca-se a importância da gestão democrática e da participação coletiva para o desenvolvimento de uma escola mais inclusiva. Palavras-chave: Ensino público; imigração; estudantes de ensino fundamental. Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24. RESUMO
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as leis voltadas para imigração e refúgio a partir de uma pesquisa mais ampla realizada numa escola pública da Baixada Fluminense. Partindo de entrevistas com educadoras, famílias e de oficinas pedagógicas realizadas com crianças em situação de imigração/refúgio, seguimos uma perspectiva crítica de educação intercultural e a concepção histórico-cultural para desenvolver reflexões. O recorte trazido para este artigo destaca a dicotomia observada entre o aparato hospitaleiro das leis brasileiras de acolhimento ao refugiado e o cotidiano hostil enfrentado pelas famílias para matricular filhos na escola. Considerando esse objetivo, organizamos o artigo em três sessões: apresentamos os sujeitos da pesquisa e a base teórico-metodológica de nossas análises; tecemos reflexões sobre as leis brasileiras que os acolhem; por fim, tecemos algumas conclusões provisórias, sobre a situação dessas famílias e a responsabilidade do Estado brasileiro em garantir a dignidade humana destas, como das demais famílias que vivem no Brasil. Palavras-chave: Políticas educacionais. Refúgio. Migração. Educação básica. Dialogia, São Paulo, n. 35, p. 200-213, maio/ago. 2020. |
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