APRESENTAÇÃO Um estudo inédito no Brasil, coordenado pela UFC, fez um mapeamento genético da população do semiárido nordestino. O resultado dessa pesquisa mostra que somos um povo muito múltiplo, com origens na África, Europa, e até na Ásia. Ficha técnica: Reportagem: Lia Aderaldo Produção: Mayra Pontes Imagens: Gutiérrez Reges Edição de texto: Celina Paiva Edição de imagens: Rafael Nascimento Janela de Libras: Secretaria de Acessibilidade UFC APRESENTAÇÃO O povoamento original do território que hoje compõe o Brasil ocorreu de forma complexa, como demonstram os achados arqueológicos e os estudos genéticos. Milênios depois, com a conquista portuguesa, milhões de europeus e africanos vieram se somar aos habitantes originais. E, a partir do final do século XIX, o território passou a receber também imigrantes de todos os quadrantes do globo. O resultado é um país plural e miscigenado. Quem eram, de onde vieram e quando chegaram os primeiros povoadores? Como são os brasileiros de hoje? Debatedores: Lygia da Veiga Pereira -- Professora e chefe do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da Universidade de São Paulo, chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) e integrante do Centro de Terapia Celular, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), apoiados pela FAPESP. Walter Alves Neves -- Professor Sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, coordenador do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos. Foi responsável pelos estudos de Luzia, o esqueleto humano mais antigo das Américas, e dos primeiros representantes do gênero Homo que deixaram a África. Sérgio Danilo Pena -- Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia e diretor do Laboratório de Genômica Clínica da Universidade Federal de Minas Gerais, diretor científico do GENE (Núcleo de Genética Médica de Minas Gerais) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. RESUMO
A formação da população brasileira tem provocado debates. Embora todos concordem que somos o produto de um complexo processo de miscigenação entre ameríndios, europeus e africanos, as opiniões divergem sobre os detalhes e o resultado desse processo. Afinal, quanto há de ameríndio, europeu e africano em cada um de nós? Nosso estudo genético com DNA de brasileiros brancos revela que a esmagadora maioria das linhagens paternas da população branca do país veio da Europa, mas que, surpreendentemente, 60% das linhagens maternas são ameríndias ou africanas. Ciência Hoje, vol. 27, n. 159, p. 16-25, abril de 2000. RESUMO
A iniciativa EPIGEN-Brasil é um projeto estratégico do Ministério da Saúde que constitui a maior iniciativa latino-americana para o estudo da diversidade genômica humana, integrando duas importantes tradições científicas brasileiras: Saúde Coletiva e Genética de Populações. No contexto dos resultados dessa iniciativa, neste artigo discutimos a importância dos estudos de genética de populações para o entendimento do processo de miscigenação no Brasil e para a Saúde Pública. Mostramos como a alta resolução genômica do projeto EPIGEN-Brasil e metodologias computacionais avançadas possibilitaram novas inferências sobre as origens e a dinâmica da miscigenação e como a história social brasileira influenciou a estrutura genética da população. Palavras-chave: Genética de populações humanas. História brasileira. Antropologia biológica. Rev. UFMG, Belo Horizonte, v. 22, n. 1 e 2, p. 232-249, Jan./Dez. 2015. "Não importa a cor da pele. No Brasil, boa parte de brancos, negros e indígenas teve ou tem ancestrais paternos vindos da Europa e ancestrais maternos de origem africana ou ameríndia. Determinada por algo entre 20 ou 30 genes, um número pequeno ante os mais de 20 mil que compõem o genoma humano, a cor da pele nada diz sobre a capacidade intelectual do indivíduo. 'A cor da pele é apenas uma adaptação geográfica. Há pessoas com pele escura nas regiões equatoriais de todo o globo, que é onde há mais insolação', afirma o médico geneticista Sérgio Danilo Junho Pena."
Revista Pesquisa FAPESP, Edição 306, ago. 2021. RESUMO
Ao longo das últimas décadas, novas tecnologias, instituições, práticas e ideologias consolidaram-se em torno dos genes, o que veio a se constituir em uma revolução tecnocultural de amplo espectro. Neste trabalho, analisamos um debate recente ocorrido no Brasil em torno da pesquisa Retrato Molecular do Brasil, que teve por objetivo elucidar as “origens genéticas dos brasileiros”, a partir do sequenciamento de porções do DNA mitocondrial e do cromossomo Y. Esse estudo, que lançou mão de enfoque genômico, toca em aspectos nevrálgicos da história e da constituição da identidade biossocial/racial da sociedade brasileira. Ao focalizar a recepção dessa pesquisa, exploraremos algumas das novas, intensas e abundantes formas de relação entre “natureza/genética” e “cultura/sociedade”, nas quais o DNA aparece como ator saliente em uma disputa entre modalidades de interpretar e transformar realidades sociais e políticas no Brasil. Palavras-chave: Genética; Raça; Pensamento social no Brasil; Ações afirmativas; Etnicidade. MANA 10(1): 61-95, 2004. RESUMO
Neste artigo, temos o objetivo de confrontar os registros históricos e interpretações historiográficas referentes às ancestralidades indígena e judaica na formação populacional da região Sudeste brasileira com os resultados obtidos pelo geneticista Sérgio Pena em suas pesquisas sobre a origem filo genética do segmento da população brasileira autoclassificada como “branca”. Nosso trabalho compara os resulta dos apresentados por Pena na obra Homo brasilis com dados históricos originados não só de fontes bibliográficas, mas também de fontes documentais. Concluímos que os dados filogenéticos para a ancestralidade matrilinear apresentados por Pena coincidem com os dados históricos, havendo, porém, discrepância quanto à ancestralidade patrilinear. Palavras-chave: Homo brasilis; genética; história; ancestralidade; indígena; sefaradim. Est. Hist., Rio de Janeiro, vol. 26, n. 52, p. 391-408, julho-dezembro de 2013. RESUMO
Este texto apresenta uma análise da maneira como as etnias de imigrantes, ao abrirem escolas comunitárias no Brasil, exerceram a coordenação desta dinâmica escolar numa perspectiva conjunta, conjugando o processo escolar para objetivos comuns, para além dos núcleos populacionais isolados. Apresenta também as estruturas de apoio criadas para o funcionamento das escolas comunitárias. Na análise explicita-se que nem todas as etnias de imigrantes abriram escolas próprias e que houve diferenças bastante grandes entre aquelas que se dedicaram às mesmas. Além de escolas comunitárias, os imigrantes ainda tiveram escolas particulares, laicas ou vinculadas a grupos religiosos. O processo escolar comunitário começou a ser estruturado a partir do final do século XIX, sendo em grande parte fruto das tensões entre igrejas e lideranças laicas sob o ideário liberal. Neste contexto de disputa por espaço, tanto igrejas quanto lideranças laicas começaram a marcar presença muito forte entre imigrantes - excetuando-se os japoneses, com dinâmica diferente -, fomentando a criação de todo um conjunto de estruturas de apoio a seu projeto, especialmente através das escolas comunitárias. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nov./Dez. 2000, v. 15, p. 159-179. RESUMO
Objetiva-se uma análise comparativa das experiências de escolarização primária entre imigrantes eslavos e peninsulares itálicos que se estabeleceram no Paraná a partir da última quinzena do século 19. Ao lançar um olhar panorâmico sobre o processo de colonização estrangeira no Estado, destacamse as iniciativas dos imigrantes para a criação de diferentes tipos de escolas elementares. Com o intuito de compreender as singularidades dessas iniciativas, a presente proposta insere-se na perspectiva da história cultural. O estudo oferece uma reflexão sobre as possibilidades de escrever uma história da escola no contexto da imigração paranaense. Visa compreender a escola como um lugar de cultura e a sua institucionalização como um processo eminente de disputas e embates políticos. P a l a v r a s - c h a v e: colônias; instituições escolares; escolas étnicas. Revista Brasileira de História da Educação, 20, e106, 2020. RESUMO
Este artigo tem por objetivo empreender um estudo sobre a localização das escolas italianas nos bairros da cidade de São Paulo, bem como sobre a organização de seus espaços e tempos, entre as décadas finais do século XIX e o início do século XX, período de expressiva emigração da Península Itálica e chegada de imigrantes em São Paulo. O presente estudo está ancorado nos referenciais da História Cultural, História da Imigração e História da Educação. O corpus documental é composto pela obra Il Brasile e gli italiani, publicação da equipe editorial do jornal Fanfulla, fotografias, relatórios consulares, relatórios de professores, Anuários da Instrução Pública, livros, imprensa dentre outros. As escolas italianas geralmente eram a expressão fidedigna dos bairros onde se localizavam, e pouco ou nada se distanciavam da estrutura física e pedagógica de grande parte das escolas públicas paulistas. PALAVRAS-CHAVE: Escolas Italianas. Imigrantes Italianos. Escola Elementar. São Paulo. Inter-Ação, Goiânia, v. 46, n. 2, p. 441-463, Maio/Ago. 2021. |
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