RESUMO
Na América do Sul, o estudo da migração de retorno foi pouco considerado devido, num primeiro momento, à natureza dos fluxos. As migrações históricas, oriundas da Europa, Ásia e África, são consideradas como de orientação única. O progresso da abordagem sistemática, por outro lado, fez com que o tema do retorno adquirisse importância. Sem embargo, o retorno do migrante está incluído no conjunto das modalidades das transferências e impactos nos lugares de origem. Por outro lado, foi se desenvolvendo a construção de uma categoria específica de retorno, designado como “étnico”. Nesse caso, a migração supõe um processo histórico que, atravessando as gerações, vai alimentando um projeto político nacional, e até nacionalista. Ao redor da experiência histórica do afastamento, constrói-se uma identidade coletiva, cristalizada no retorno. Neste trabalho, propomos considerar o retorno em função das próprias características do fluxo de emigração que lhe dá origem. A partir de três casos de estudo atuais, o retorno do Japão, Paraguai e Estados Unidos, colocamos, no primeiro caso, a importância da formação e consolidação histórica do fluxo de ida na organização do retorno. No caso do retorno do Paraguai percebemos a importância do contexto territorial brasileiro, no caso a dinâmica da fronteira agrícola na ativação dos fluxos e contra-fluxos. O retorno dos Estados Unidos, por sua vez, “não tem história”, mas estrutura-se através dos laços sociais fortes que fundamentam a saída inicial do Brasil. Índice de palavras-chave: distribuição espacial da população, migração de retorno, migração internacional. Confins - Revista Franco-Brasileira de Geografia, n. 9, 2010. O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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