RESUMO
Na perspectiva linguística, os prenomes assumem uma esfera do uso dos idiomas, o que é coerente com as preocupações expressas na historiografia e na antropologia recente. Na escala de um grupo étnico, a escolha do nome no batismo define um sinal ou signo, compondo um dos “traços diacríticos que as pessoas procuram e exibem para demonstrar sua identidade”. Este artigo pretende desenvolver algumas questões teórico-metodológicas fundamentadas num projeto de pesquisa cujo tema tem como referência a “nominação” dos indivíduos por ocasião do batismo. O trabalho é conduzido pela genealogia fundada por um casal de imigrantes alemães, construída a partir dos registros de batismos, casamentos e óbitos da antiga Deutsche Evangelische Gemeinde em Curitiba (1866). O conjunto dos descendentes do casal pioneiro, arranjado por gerações, traduz-se na identidade definida por nomes e sobrenomes, permitindo o exercício que se pretende objetivar neste trabalho. As hipóteses desenvolvidas fundamentam-se na idéia de que categorias de prenomes (estoque “imigrante”, estoque “teuto-brasileiro”, estoque “brasileiro”) podem ajudar a compreender a dinâmica das fronteiras étnicas edificadas pelo grupo imigrante e seus descendentes. A discussão metodológica desenvolve-se em torno da listagem dos prenomes arrolados da genealogia em função das gerações, no intuito de sedimentar a proposta. O artigo desemboca, portanto, em sugestões no sentido de aprofundar e sofisticar a metodologia, na pretensão da utilização do arrolamento exaustivo de nomes para explorá-los, inclusive, em função dos ciclos matrimoniais. Palavras-chave: prenomes, metodologia, imigração, etnicidade, grupo étnico. História UNISINOS, 11(1): 14-27, Janeiro/Abril 2007. Your comment will be posted after it is approved.
Leave a Reply. |
Categorias
Tudo
arquivos
Abril 2023
|