RESUMO
O presente artigo tem como propósito, a partir de um breve estudo relacionado a episódios ocorridos no "vapor" Cuyabá, que pertencia a empresa brasileira e governamental Lloyd Brasileiro, retratar alguns indícios relativos às condições de viagem daqueles que se encontravam na terceira classe ao imigrarem para o Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Imigração, Navios Brasileiros, Passageiros da Terceira Classe. Locus: Revista de história, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 162-182, 2019. "as travessias das históricas migrações italianas: entre fatos e narrações", por Augusta molinari16/8/2020 RESUMO
O caminho da emigração é um objeto de investigação histórica imprecisa: é uma história de homens, de navios, de interesses econômicos e políticos. Para os emigrantes é, sobretudo, um momento de espera e de interrupções entre a vida que deixaram para trás e aquela nova que encontrarão nos países de destino. Para os intelectuais, a travessia para fins de conhecimento (literário, científico, sociológico) e a viagem é um lugar por excelência para observar os fluxos migratórios e deixar um relato. A travessia dos migrantes entre o século XIX e o século XX pode se tornar um observatório interessante para verificar as tramas, em geral dramáticas, entre os projetos migratórios das classes mais baixas e as dinâmicas de exploração do trabalho das mesmas seja na Itália ou nas Américas. As enfermarias dos navios, sobretudo nas viagens de volta dos Estados Unidos estão repletas de emigrantes que foram forçadamente repatriados por serem portadores de doenças como a tuberculose ou por serem considerados doentes mentais. Para aqueles que no momento do desembarque eram “deportados” de volta à Itália por serem considerados doentes mentais, não existia apenas a derrota do projeto migratório, mas corriam o risco de terminarem suas próprias vidas em um manicômio. Palavras-chave: Históricas migrações italianas; viagem transoceânica; doenças dos emigrantes. História (São Paulo), v. 36, e115, 2017. "Mar português", por Fernando Pessoa (In: Mensagem)
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu "Raduan Murad e Jamil Bichara descobriram a América juntos: vieram no mesmo barco de imigrantes e desembarcaram na Bahia em 1903. No litoral sul do Estado, eram chamados de 'turcos', forma brasileira de designar todos os árabes, fossem eles da Síria, do Líbano ou de fato da Turquia.
Definido pelo autor como um 'romancinho, A descoberta da América pelos turcos é uma narrativa breve sobre a contribuição dos descendentes de árabes na civilização do cacau, durante a época em que coronéis e jagunços disputavam as terras virgens da região de Ilhéus. O libanês Raduan e o sírio Jamil decidiram então tentar a sorte no eldorado do cacau. Jamil se estabeleceu no povoado de Itaguassu, onde abriu um pequeno comércio. Raduan preferiu permanecer em Itabuna, onde freqüentava as mesas de pôquer, os botequins, os cabarés e as pensões de mulheres. O enredo, curto e hilariante, apresenta a história de um casamento arranjado, mas de difícil realização. Ibrahim Jafet, viúvo e pai de três beldades (Samira, Jamile e Fárida), quer casar sua última filha solteira, a severa e mal-ajambrada Adma. Ao pretendente, oferece sociedade no armarinho O Barateiro, estabelecimento de tradição e administração familiar. Tentado por Shitan, o tinhoso dos muçulmanos, e pelo amigo Raduan, o sírio Jamil vai pensar seriamente no negócio: para herdar O Barateiro, faria o sacrifício de se casar com Adma? Escrito com humor desbocado e o enlevo narrativo próprio do autor, A descoberta da América pelos turcos faz um elogio da mestiçagem dos sangues árabe e baiano, em seus elementos de fraternidade, alegria e erotismo." RESUMO
Tendo como referencial teórico principal os conceitos de diáspora moderna, este artigo estuda as identidades culturais dos descendentes de libaneses em Foz do Iguaçu, Paraná. Uma comunidade expressiva tanto numericamente como nos seus marcos identificatórios, está radicada na cidade há aproximadamente 60 anos, em um constante ir e vir entre o Líbano e o Brasil, seja em um processo profundo de reimigração, de novas migrações ou de visitas, em uma intensa criação de laços entre os dois países (a princípio, mas não apenas). Tudo faz com que, sendo diaspórica, essa comunidade tenha traços específicos de construção e transmissão de identidade. Aqui, esses aspectos serão abordados por meio da análises de entrevistas que foram realizadas com 24 descendentes de libaneses sobre o assunto. Descobre-se a dupla lealdade entre os países, a tentativa de reprodução do modo de vida do Líbano em Foz do Iguaçu, o sentir-se libanês, os conflitos e as angústias desse processo oriundo. Confirma-se: identidade pluralizada. Palavras-chave: diáspora; identidade migrante; libaneses em Foz do Iguaçu. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 58, p. 13-37, jan./jun. 2013. "O Ver TV entrevistou Samira Adel Osman, coordenadora do curso de História e professora de História da Ásia na Universidade Federal de São Paulo sobre a representação da comunidade árabe na televisão brasileira. Samira é mestra e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo, com teses sobre a imigração árabe para o Brasil. A professora também desenvolve projetos de pesquisa sobre as representações do Oriente Médio e da Ásia e trocas culturais. Em sua entrevista, Samira fala sobre a forma como a representação midiática influencia o cotidiano da comunidade árabe no Brasil, com foco nas mulheres. A professora relembra, por exemplo, como a imagem árabe foi moldada pela televisão na novela "O Clone" ou após os atentados de 11 de setembro de 2001." "trajetórias, narrativas e memórias de imigrantes libaneses no ceará", por ruben maciel franklin8/8/2020 Resumo
No presente artigo, utilizamos as memórias de descendentes libaneses, nascidos em Fortaleza-CE, enquanto arcabouço documental para empreendermos a discussão acerca de vínculos familiares e de conterraneidade explorados pelos imigrantes na decisão de deslocarem-se do Líbano e, em algum momento, optarem pelo Ceará em seus projetos de vida. Com isso, podemos alcançar as múltiplas movimentações em que esses sujeitos estavam envolvidos, tanto no estado como nas mais diversas cidades brasileiras, através de contatos e interações emergidas no processo imigratório. As memórias, nesse âmbito, são percorridas levando-se em conta todo o material afetivo e “nostálgico” presentes nas narrativas dos descendentes, atendo-se igualmente ao fato de que as mesmas são demarcadas por “esquecimentos” e elaboradas a partir de identidades sociais postuladas dentro das famílias. Palavras-chave: Imigrantes. Libaneses. Memórias. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, vol. 3, n. 6, Dezembro de 2011. "Os árabes são um dos grupos étnicos mais expressivos em nosso estado [Goiás]. Não podemos, no entanto, precisar qual é o número hoje, considerando tanto o imigrante quanto os seus descendentes. E quem são os árabes? Por árabes, hoje, podem ser considerados aqueles que falam a língua árabe, ou aqueles que são oriundos da Península Arábica, ou ainda aqueles de um dos vinte e dois países da Liga Árabe, dentre eles Argélia, Qatar, Iraque, Kuwait, Líbia, Palestina, Síria e Tunísia. No entanto, esta denominação pode ser apenas conveniente ou muito geral e vaga para muitos desses povos que, apesar de falarem a mesma língua e serem vizinhos, são muito heterogêneos. A própria língua não é homogênea, ou seja, ela apresenta vários dialetos, o que torna a compreensão entre os membros desses povos difícil, por vezes. Além da língua, outras questões de identidade podem contribuir para a reação de estranheza de um sudanês, por exemplo, ao ser chamado de árabe, o que poderia não ocorrer com um libanês."
Revista UFG, julho 2011, Ano XIII, n. 10, p. 47-56 "Neste artigo, discuto os aspectos relativos à formação da identidade cultural – ou identidades culturais – dos imigrantes libaneses, num processo que envolveu a criação de uma identidade social baseada no mito do mascate e a manutenção ou rejeição das identidades culturais da região e da religião de origem, através dos laços familiares, da participação (ou não) nos clubes da colônia, e freqüência (ou não) à igreja ou à mesquita."
História Oral (Rio de Janeiro), v. 10, p. 43-62, 2008. "A obra reúne artigos que expõem perspectivas e opiniões sobre as relações entre os dois países. 'Os autores apresentam, a partir de ângulos próprios, informações sobre o passado e, também, olhares prospectivos, que assinalam oportunidades ainda contidas nas relações brasileiro-libanesas', nas palavras do presidente da República, Michel Temer, em sua apresentação da obra."
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Fevereiro 2024
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