"Este artigo focaliza o discurso nacionalista produzido por militares que participaram da campanha de nacionalização do Vale do Itajaí e definiram os núcleos coloniais fundados por alemães, poloneses e italianos nos três estados do sul como modelos de enquistamento étnico, contaminados pelos ideais do jus sanguinis, ameaçando a unidade da pátria. Objetiva mostrar que prevaleceu uma concepção de Estado-nação que nega legitimidade às etnicidades, conforme parâmetros característicos da ideologia nacionalista brasileira gestada desde o século XIX, e que privilegiou a assimilação e o caldeamento racial como base da formação nacional. Destaca a hegemonia de uma visão militar — e o próprio uso do termo 'campanha' é, nesse sentido, significativo — na qual os alienígenas (inclusive os nascidos no Brasil) são personagens que precisam ser 'conquistados' através da imposição do civismo, num cenário conflituoso definido como 'estado de guerra', onde ressurge o velho confronto entre jus soli e jus sanguinis."
Mana, 3(1): 95-131, 1997. O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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