RESUMO
Este artigo discute a relação dos muçulmanos com a imagem fotográfica. A intenção é aproximar o nosso mundo ocidental à lógica islâmica sobre a representação da imagem, isto porque, na religião islâmica o culto à imagem é proibido: não se deve cultuar o que Deus criou. De acordo com Hanania (1999:15), o espírito desta interdição islâmica em face da representação de formas é que, teoricamente, no Dia do Juízo, as imagens deverão ser ressuscitadas por seu autor. Mas, e a fotografia? Muito embora ela se Constitua como um modelo de representação, não podemos descartá-la totalmente do contexto islâmico. No período do profeta Muhammad (Maomé), século VII, o grande perigo para os adeptos ao Islã era o culto às esculturas, estátuas de bronze. A imagem figurativa apresentava um impedimento, pois esta representava a criação divina. Não se deve copiar o que Deus criou, pois tudo o que ele fez (faz) é perfeito, na lógica islâmica. Para encontrar respostas a essas limitações, fui buscar em um determinado grupo - os muçulmanos do Brás em São Paulo -, elementos que apontassem a relação estabelecida pelos muçulmanos e as suas fotografias, já que essas podem também revelar imagens de corpo inteiro e, portanto, são figurativas. Esse grupo de muçulmanos é constituído, em sua maioria, por libaneses e descendentes que residem e trabalham no bairro do Brás. Travessia - Revista do Migrante, (42), 22-28, 2002. Your comment will be posted after it is approved.
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