SINOPSE
O sequestro e a escravização de milhões de pessoas na África para as Américas entre os séculos XVI e XIX marcam profundamente as nações do Caribe, Brasil e Estados Unidos, criando uma diáspora negra no continente, com consequências traumáticas para essas populações e com marcas perenes nas relações sociais e culturais desses países. Mesmo atravessados por injúrias raciais de todo tipo, porém, os negros construíram uma forte resistência com marcas culturais identificadas tanto com suas terras de origem quanto, como mostram Kim Butler e Petrônio Domingues, entre as comunidades negras do continente criando laços interatlânticos. Evocar “diáspora” é afirmar historicamente uma identidade que transcende as fronteiras do Estado-nação. Essa forma de consciência, comumente associada à experiência judaica, tem sido adotada progressivamente por outros povos na atualidade. Evocar diáspora não é só recordar uma história de dispersão de uma terra ancestral – também implica formas alternativas de poder. Nesta obra, os historiadores Kim D. Butler (EUA) e Petrônio Domingues (Brasil), além de evidenciarem como se configura, na teoria acadêmica e na prática dos ativistas, a noção de “diáspora africana”, apontam a influência mútua existente entre Brasil-EUA já nas primeiras décadas do século XX envolvendo intelectuais, instituições e lideranças, como Marcus Garvey e a Frente Negra Brasileira, e o importante papel desempenhado por artistas como Josephine Baker e pelo carnaval baiano que, ao transcriarem aspectos da cultura africana em performances inusitadas, redefiniram paradigmas político-culturais e sociais e forjaram as feições das Diásporas Imaginadas. Caso queira adquirir o exemplar, clique na imagem. SINOPSE Documentário de 33 minutos, da cineasta e antropóloga cultural Dra. Sheila S. Walker, conta como centenas de milhares de africanos foram arrancados de sua terra natal durante anos ao longo da escravidão. As comunidades da diáspora africana que se desenvolveram em todo o mundo usaram os conhecimentos e habilidades trazidos da África para contribuir para a formação de novas sociedades. Este filme leva os espectadores a uma viagem das Américas para a Turquia, Índia e outros locais pelo mundo para descobrir a rica cultura e as contribuições de afrodescendentes. "O problema da adaptação e integração dos migrantes na sociedade anfitriã, bem como o papel das diásporas étnicas nos processos políticos dos países, estão se tornando uma das questões prementes da agenda política moderna, não apenas na Rússia, mas também no resto do mundo. Faz pouco tempo que os pesquisadores da Rússia começaram a tratar do problema da migração e da formação de diásporas étnicas no quadro da moderna ciência política. Na verdade, esse problema foi se tornando cada vez mais agudo desde o início dos anos 1990, após o colapso da União Soviética e o aparecimento das formações estatais pós-soviéticas."
Ciência e Cultura, vol. 71, n. 4, São Paulo, Out./Dez. 2019. "A diáspora coreana: o caso brasileiro", por bruna mineo antonio, josé renato de campos araújo3/11/2020 RESUMO
Este trabalho apresenta características gerais da diáspora coreana dentro de seu contexto histórico, destacando a imigração coreana no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo. A partir da literatura sobre a história da Coreia, registros administrativos e documentos oficiais, o trabalho apresenta o fluxo migratório coreano para o Brasil, com o município de São Paulo sendo seu principal destino, desde sua origem ao momento atual. Com tal apresentação pode-se observar a importância deste grupo migrante dentro das dinâmicas sociais e econômicas do tecido urbano paulistano, além de demonstrar o quanto o relacionamento interétnico, entre grupos migrantes com importantes elementos da interculturalidade, marca a história da cidade de São Paulo. PALAVRAS-CHAVE: migrações internacionais, migração coreana, diáspora coreana, história da Coreia, imigração coreana no Brasil, imigração coreana nos Estados Unidos. Confins [en ligne], 39, 2019. RESUMO
Partindo da constatação da escassez de estudos que utilizam as diásporas como base para a compreensão das relações internacionais, o presente artigo procura mapear a forma como a diáspora chinesa se relaciona com as dimensões cultural, econômica e política da China Maior. Ao mesmo tempo, busca-se demonstrar como agem as instituições criadas por Pequim para instrumentalizar o caráter transnacional da diáspora chinesa a fim de atingir seus objetivos no campo internacional em cada uma dessas dimensões. Conclui-se que a China incorpora a diáspora em uma estratégia de política externa, que é baseada nas organizações de chineses do ultramar e nas práticas das instituições governamentais voltadas para a diáspora. Palavras-chave: Diáspora chinesa. Relações Internacionais. Política externa chinesa. China Maior. Revista de Estudos Internacionais (REI), vol. 8 (2), 2017. "Este é um trabalho feito pelo grupo de estudo sobre o Haiti da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, realizado com a colaboração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas da USP e da Fundação Friedrich Ebert, e motivado pelas discussões havidas nas aulas de Teoria Sociológica Clássica com alunos dos cursos de Geografia, Relações Internacionais, Antropologia, Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar, Ciência Política e Sociologia, no primeiro semestre de 2014. É também o resultado de uma intervenção prática, de forte conteúdo social, coerente com os objetivos do projeto pedagógico da UNILA."
Foz do Iguaçu (PR): Gráfica Grapel, outubro 2014. "(...) seria melhor falar em imigrações alemãs. Porque vieram em ondas, avanços e recuos. Entre altos e baixos, nunca conseguiram superar, numericamente, portugueses e italianos. As oscilações acompanham para mais ou para menos os grandes movimentos da história política e social brasileira. Assim, seu número aumentou depois da abolição, cerca de 800.000, caem nos primeiros agitados anos da República. Seria mais ou menos 900.000 no primeiro decênio do século XX, mas tornam a cair nos atormentados anos da 1a Guerra, e retomaram força nos anos 20. Apesar do regime de cotas, em 1934, ainda eram o terceiro grupo imigratório, abaixo de portugueses e italianos."
R. IHGB, Rio de Janeiro, a.175 (465): 117-132, out./dez. 2014. RESUMO
Neste texto pretendo discutir sumariamente diferentes abordagens sobre a diáspora como categoria analítica, salientando os problemas decorrentes da dispersão semântica do termo nas últimas décadas. Imediatamente, serão analisadas as concepções mais importantes no judaísmo sobre Terra Prometida, exílio e diáspora. Por último, tentarei descrever as mudanças ocorridas nos últimos anos entre diferentes segmentos judeus da diáspora em seu relacionamento com o Estado de Israel e com as sociedades hospedeiras como consequência de um marcado processo de dessionização. Palavras-chave: diáspora, exílio, Israel, judaísmo. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n. 43, p. 331-352, Jan./Jun. 2015. "A palavra diáspora foi originalmente usada no Antigo Testamento para designar a dispersão dos judeus de Israel para o mundo. Recentemente, tem se aplicado o mesmo vocábulo, por analogia à condição judaica, aos movimentos dos povos africanos e afro-descendentes no interior do continente negro ou fora dele. A diáspora traz em si a idéia do deslocamento que pode ser forçado como na condição de escravo, resultado de guerras, perseguições políticas, religiosas ou desastres naturais. Também pode ser uma dispersão incentivada ou espontânea de grandes massas populacionais em busca de trabalho ou melhores condições de vida. A partir desses sentidos possíveis, a palavra diáspora tem servido para múltiplos usos, por exemplo, como conceito nos estudos culturais e póscoloniais e como motivo de identificação étnico-racial na busca do paraíso perdido dentro e fora da África. Também tem se prestado aos interesses políticos, ideológicos e econômicos que buscam aglutinar e, em alguns casos, levar de volta para o continente de origem africanos e afro-descendentes espalhados por todo o globo terrestre. Para fins desse trabalho, vamos refletir sobre esses três usos modernos do termo diáspora, o que nos leva a um rápido retorno no tempo."
In: MACEDO, JR., org, Desvendando a história da África [online]. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. Diversidades séries, pp. 181-194. "A drive along the Rodovia dos Imigrantes shows how much immigration has shaped modern Brazil. The winding expressway between Brazil’s Atlantic coast and the city of São Paulo follows the path taken by millions who arrived in the 19th and 20th centuries. Along the way, and in any bar in the country, Brazilians snack on kibe although few realize this croquette of bulgur and chopped meat arrived along with immigrants from the Middle East. Others read Japanese manga and practice 'New Japanese religions,' illustrating the cultural influence of the world's largest Japanese diaspora population. Brazil’s migration history also encompasses hardship and despair: slavery, racist policies, immigration restrictions, and financial strains have often burdened the lives of newcomers and their descendants, while economic crises have led many to emigrate."
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