RESUMO
A relação de Georg Simmel (18581918) com o judaísmo é cercada de ambiguidades, assim como o é a própria relação dos judeus com a Alemanha e a Europa em geral na segunda metade do século XIX e início do XX. Referir essas ambiguidades umas às outras pode ajudar na compreensão das duas relações, e é este 0 objetivo do artigo. Simmel sempre evitou tematizar a questão judaica. Tanto sua experiência individual de judeu assimilado quanto a vivência da assimilação (com discriminação) pelo grupo étnico enquanto tal passaram praticamente em silêncio em seus ensaios sociológicos e filosóficos. O artigo trabalha informações esparsas deixadas por seus contemporâneos (Max Weber, Ernst Bloch, Werner Sombart etc.), retoma dados biográficos, inventaria os raros momentos de sua obra em que tangencia a questão e, situando-os no quadro mais amplo do processo de assimilação dos judeus na Europa, em especial na Alemanha guilhermina, relaciona-os com o pensamento desse sociólogo-filósofo que foi um entusiasta da assimilação plena e recíproca, um dos defensores mais otimistas da cidadania moderna, forma que abstrai o indivíduo-cidadão de suas diferenças coletivas adscritas e, ao mesmo tempo, um dos mais sensíveis analistas da estratégica situação sociológica doa outsiders. Rev. bras. Ci. Soc., v. 10, n. 27, São Paulo, fev. 1995. Your comment will be posted after it is approved.
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