RESUMO
No século XIX, o Brasil recebeu inúmeros viajantes estrangeiros. Raríssimos brasileiros fizeram a travessia no sentido inverso. Nísia Floresta, conhecida precursora do feminismo no Brasil, constitui uma exceção. Destacou-se igualmente por seu pioneirismo enquanto viajante, mulher e brasileira na Europa, onde viverá por quase trinta anos, tendo-se radicado na França. Do relato das viagens e do exílio resultaram quatro obras escritas diretamente em francês e publicadas em Paris. Trata-se de um caso raro na literatura brasileira de escrita migrante, quando se adota uma língua estrangeira como língua de criação. Neste artigo, a partir das obras originais, analisamos a maneira como a educadora e escritora potiguar aborda sua experiência da viagem e do exílio; os aspectos interculturais presentes na comparação entre os diversos países visitados e sua terra natal; a crítica à visão dos estrangeiros que percorreram o Brasil. A erudita escritora elenca referências a autores e autoras, em sua maioria franceses, com os quais estabelece inequívocas relações intertextuais. Por fim, observaremos em que medida os textos de Nísia Floresta constituem, ou não, um contra-discurso em relação ao discurso dos viajantes europeus sobre seu país. Palavras-chave: Nísia Floresta. Viajantes estrangeiros no Brasil. Viajantes brasileiros na Europa. Análise intercultural. Relações culturais Brasil-França. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 3, novembro 2016, p. 22-44. Your comment will be posted after it is approved.
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