Para celebrar o Dia Mundial do Refugiado, selecionei uma reportagem do CanalSur, Andalucia Televisión, e uma matéria publicada no site da ACNUR-Brasil. REPORTAGEM "Informe sobre la tragedia de los refugiados en el mundo", por Belén Torres, Programa Solidarios, 167, Andalucia Televisión, 24/06/2016 "En el día del refugiado ACNUR informa que hay 65 millones de refugiados y desplazados en el mundo. Mientras tanto en Europa se han multiplicado las reuniones, se han elevado las fronteras y el Mediterráneo se ha convertido en un cementerio para las 3500 personas que han muerto en el último año al intentar llegar a Europa. ACNUR ha comenzado una campaña para recoger un millón de firmas y conseguir que los gobiernos se impliquen en la crisis de los refugiados". As imagens são impactantes, causam comoção e tristeza. MATÉRIA - Genebra, 18 de junho de 2020 "Relatório global do ACNUR revela deslocamento forçado de 1% da humanidade", por ACNUR-BRASIL A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) faz hoje um apelo a todos os países do mundo para que intensifiquem os esforços de encontrar um lar para milhões de refugiados e outras pessoas deslocadas por conflitos, perseguições ou outros eventos que perturbam seriamente a ordem pública. De acordo com relatório do ACNUR divulgado hoje, o deslocamento forçado afeta mais de 1% da humanidade (uma em cada 97 pessoas), sendo que um número cada vez menor de pessoas forçadas a fugir consegue voltar para suas casas. O relatório anual do ACNUR “Tendências Globais ”, lançado dois dias antes do Dia Mundial dos Refugiados (20 de junho), revela que 79,5 milhões de pessoas estavam deslocadas até o final de 2019 por guerras, conflitos e perseguições – um número sem precedentes, jamais verificado pelo ACNUR. O relatório também observa que são cada vez mais reduzidas as perspectivas que os refugiados têm de encontrar soluções para a difícil situação na qual se encontram. Nos anos 1990, em média 1,5 milhão de refugiados conseguia voltar para casa anualmente. Na última década, essa média caiu para cerca de 390 mil pessoas, demonstrando que o crescimento no deslocamento forçado supera as capacidades de solução. “Testemunhamos uma nova realidade na qual o deslocamento forçado não é mais simplesmente algo que cresce e se espalha, mas deixou se ser um fenômeno temporário e de curto prazo”, afirmou o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi. “Não se pode esperar que as pessoas vivam em um estado de convulsão por anos a fio, sem chances de voltar para casa e sem esperança de construir um futuro onde estão. Precisamos de uma atitude fundamentalmente nova, com maior aceitação a todas e todos que são forçados a fugir, e determinação muito maior para resolver os conflitos que duram anos e que causam um sofrimento tão imenso.” O relatório do ACNUR “Tendências Globais 2019” mostra que, das 79,5 milhões de pessoas que se encontravam deslocadas à força no final do ano passado, 45,7 milhões tiveram que fugir para regiões dentro de seus próprios países (categorizados como deslocados internos). As demais incluem pessoas deslocadas para outros países, das quais 4,2 milhões aguardavam o resultado dos pedidos de reconhecimento da condição de refúgio, enquanto 29,6 milhões estavam reconhecidas como refugiadas (26 milhões, de acordo com o relatório) e deslocadas fora do seu país de origem. O crescimento anual (eram 70,8 milhões de pessoas em deslocamento forçado no final de 2018) é resultado de dois principais fatores. O primeiro são os preocupantes novos deslocamentos que ocorreram em 2019, particularmente na República Democrática do Congo, na região do Sahel¹, no Iêmen e na Síria – que entrou em seu décimo ano de conflito e contabiliza, sozinha, 13,2 milhões de pessoas refugiadas, solicitantes da condição de refugiado e pessoas deslocadas internamente, totalizando um sexto dos deslocados no mundo. A segunda reflete a situação dos venezuelanos fora do país, muitos dos quais não estão legalmente registrados como refugiados ou solicitantes de refúgio, mas para quem são necessários sensíveis arranjos que assegurem sua proteção. E, dentro de todos esses números, há inúmeras crises individuais e muito pessoais. O número de crianças deslocadas (entre 30 e 34 milhões, sendo dezenas de milhares desacompanhadas) é tão grande quanto as populações da Austrália, Dinamarca e Mongólia juntas. Enquanto isso, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais entre a população deslocada (4%) está muito abaixo da população mundial (12%) – refletindo a imensurável dor, desespero e sacrifício de se separar dos seus entes queridos. 8 coisas que você precisa saber sobre deslocamento forçado
NOTA FINAL: O relatório do ACNUR “Tendências Globais” é divulgado em paralelo com o Relatório Global anual, que reúne as ações que o ACNUR está tomando para atender às necessidades de todas as pessoas forçadas a fugir, incluindo as populações apátridas no mundo. ¹O Sahel (do árabe ساحل, sahil, que significa “costa” ou “fronteira”) é uma faixa de 500 a 700 km de largura, em média, e 5.400 km de extensão, entre o deserto do Saara, ao norte, e a savana do Sudão, ao sul; e entre o oceano Atlântico, a oeste, e ao mar Vermelho, a leste. "'¿Se ve usted como africana o como india?, me preguntó un norteamericano miembro del jurado. Al principio esta pregunta me pareció absurda. ¿Acaso no veía que era 'ambas' cosas?'. Así comienza este texto, tejido en la intersección de experiencia vivida, debates teóricos, movimientos políticos y las condiciones sociales, políticas y económicas que marcaron la construcción de 'lo asiático' como un Otro 'postcolonial' en la Gran Bretaña de postguerra.
Avtar Brah analiza así la relacionalidad de múltiples modalidades de poder: clase, género, 'raza' y racismo, etnicidad, nacionalismo, generación y sexualidad y propone pensar el 'espacio de la diáspora' como un lugar 'habitado' no sólo por los sujetos que 'se mueven', sino también por aquéllos a los que se construye y representa como 'autóctonos'. Es aquí donde lo postcolonial se derrama en mil evocaciones prácticas y teóricas para los feminismos y las apuestas políticas que tratan de abordar las complejas realidades metropolitanas de nuestro tiempo".
"Após sobreviver ao Holocausto, a família Ostrowieck chega ao Brasil com sonhos de recomeçar. Israel, filho de imigrantes, desenvolveu uma tecnologia de reciclagem de cartuchos, se tornando pioneiro na América Latina. Assim, nasceu a Multilaser. Alexandre Ostrowieck, filho de Israel, assumiu o comando da empresa após a morte do pai e graças a veia empreendedora herdada, revolucionou a empresa da família".
O documentário conta com os depoimentos de Márcio Pitliuk (especialista em Holocausto), Heródoto Barbeiro (jornalista), Mara Luquet (jornalista de economia) e de Renato Cruz (jornalista). Apresentação: Maria Fernanda Candido RESUMO
Este artigo pretende ser uma contribuição para o estudo das experiências cotidianas de imigrantes portugueses na cidade de São Paulo, no período entre 1870 e 1945. A análise procurará recuperar a teia de relações cotidianas em sua dimensão da experiência no mundo dos negócios e do trabalho, recobrando as atividades de produção e comercialização do pão, observando a trama das conexões e tensões que se estabeleciam entre proprietários e trabalhadores nas padarias, na sua maioria de origem portuguesa. Privilegiando a documentação do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), particularmente os prontuários, a proposta recupera enfrentamentos, formas de resistência, luta e greves que atingiram o setor da panificação. Palavras-chave: imigrantes, padeiros, São Paulo, cotidiano Revista de História da Sociedade e da Cultura, Coimbra (PT), 12(2012), 417-441. RESUMO
O artigo busca explorar os condicionantes e características distintivas da inserção socioeconômica de sírios e libaneses no interior paulista, entre as décadas de 1880 e 1950. Do início difícil como mascates, portadores de uma cultura distante, os sírios e libaneses lograram se firmar como comerciantes, aproveitando as oportunidades que suas redes (de parentes e conterrâneos) e a economia cafeeira em expansão ofereciam, estabelecendo-se sobretudo nos ramos de roupas, tecidos e armarinhos de secos e molhados e de gado e cereais. Tomando como fonte principal uma série de obras – acadêmicas e memorialísticas –, nas quais o imigrante sírio e libanês é retratado no interior, o artigo indica ainda as principais regiões do oeste paulista nas quais o grupo se concentrou, discute trajetórias que ilustram algumas das possibilidades de mobilidade, a formação de lideranças, o modo como as práticas religiosas se transformaram e a mobilidade acentuada – como doutores e políticos – conquistada por estratos da primeira geração nascida no Brasil. Palavras-chave: Sírios e libaneses. Oeste paulista. Mobilidade socioeconômica. Integração. Identidade. Lideranças étnicas. R. bras. Est. Pop., v. 36, 1-27, e0086, 2019 "conexões brasil-china: a migração chinesa no centro de são paulo", por carlos freire da silva14/6/2020 Resumo
A partir da abertura econômica da China em 1979, vem se constituindo uma dinâmica socioeconômica que liga centros atacadistas entre China e Brasil através de fluxos comerciais e de mobilidades migratórias. São rotas que abastecem mercados populares e envolvem uma constante circulação de pessoas, sobretudo, entre São Paulo, Guangzhou e Yiwu. Este artigo discute o estabelecimento dos migrantes chineses no comércio popular do centro de São Paulo, através das galerias e da “feira da madrugada” nas regiões da 25 de Março e do Brás, atualmente o maior centro distribuidor do País de mercadorias importadas diretamente da China. Trata-se não apenas de localizar um processo migratório no espaço, mas de como este afeta a reestruturação das localidades ao promover a articulação de dinâmicas socioeconômicas transnacionais. Palavras-chave: migração chinesa; rotas comerciais; Brasil-China. Cad. Metrop., São Paulo, v. 20, n.41, pp. 223-243, jan/abr 2018. Resumo
O presente artigo busca demonstrar a importância da imigração estrangeira na formação social e econômica da Amazônia brasileira, sobretudo no tocante à sua relevância na conformação de um mercado de trabalho regional. Seja no lado da oferta, seja pelo lado da demanda, os imigrantes estrangeiros tiveram um papel fundamental neste mercado durante as últimas décadas do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Palavras-chave: Amazônia; Imigração; Estrangeiros; Mercado de trabalho. Resgate - Rev. Interdiscip. Cult., Campinas, v. 26, n. 1 (35), p. 153-172, jan./jun. 2018. Resumo
O presente artigo reconstrói a trajetória de uma família que se transferiu da aldeia de Oneta, localizada na região da Toscana, na Itália, para o distrito de Nossa Senhora do Amparo, município de Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, em fins do Oitocentos, por meio das lembranças que habitam a memória de Laís Consani Scarpa, uma velhinha no auge dos seus 93 anos, neta e filha de italianos. Em suas narrativas, a depoente relembrou o mundo do trabalho: as múltiplas atividades desempenhadas por mulheres camponesas ainda na aldeia, os deslocamentos de homens que emigravam para “permanecer” e algumas profissões exercidas pelos já imigrados em terras fluminenses. Seu trabalho de memória revelou remotas e “invisíveis” ocupações profissionais que foram recriadas no Brasil, unindo, assim, as duas pontas envolvidas no processo migratório. PALAVRAS-CHAVE: Imigração italiana – Mulheres imigrantes – Trajetória de vida – Trabalho – História oral. Navegar, vol. 2, n. 2, jan.-jun. 2016, pp. 99-120. RESUMO
Na segunda metade do século XIX, os imigrantes galegos compartilhavam junto a portugueses, italianos e africanos os logradouros cariocas e o mercado ambulante. Uma rua em especial, a extinta Rua da Ajuda, localizada na freguesia de São José, foi o início do fenômeno imigratório galego na cidade do Rio. Nessa localidade, através do cruzamento de fontes espanholas e brasileiras, como os livros dos ganhadores livres do AGCRJ, constatamos a presença dos pioneiros e de uma sólida cadeia migratória que se prolongou até as primeiras décadas do século XX. Palavras-chaves: Imigração, galegos, ambulantes Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, n. 3, 2009, p. 95-108. |
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