"A equipe de pesquisa da Coordenação de Estudos em Cooperação Internacional da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Coint/Dinte) do Ipea vem realizando há alguns anos, no âmbito da Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (Cobradi), estudo sobre as políticas públicas que envolvem o atendimento a refugiados. Essa pesquisa é um desdobramento de outras que incluíram a elaboração de um perfil sociodemográfico dos refugiados com base nos registros do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) presentes na obra Refúgio no Brasil: caracterização dos perfis sociodemográficos dos refugiados (1998-2014) 1 e avançaram para um trabalho de campo sobre a forma como ocorre a inserção local dos refugiados em Brasília, que foi executada em paralelo à pesquisa sobre a midiatização do refúgio no Brasil, aqui apresentada. (...)
O material coletado partiu de mais de 10 mil notícias recolhidas dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo." RESUMO
A sociedade brasileira passava por profundas mudanças estruturais no quarto final do século XIX. O trabalho cativo, que desde os primórdios da colonização foi a base da economia brasileira, começava a ser colocado em xeque por diversas pressões, desde externas, como a inglesa, até internas, de grupos organizados de abolicionistas. Dessa forma, nesse último quarto, a escravidão começava a ser substituída pelo trabalho livre que era representado pelos imigrantes europeus, que agora s obravam nos campos, principalmente italianos. Para tanto, a sociedade precisava ser preparada, e esse era o papel dos veículos da imprensa e de pequenos jornais, que tornaram o assunto, imigração, o principal de suas edições. O imigrante começava a ser mostrado como a solução final para a crise de mão de obra que os grandes plantadores de café julgavam possuir, e sua imagem era relacionada, assim, ao progresso e ao aumento da riqueza da sociedade. Na realidade, era uma ideia de que o imigrante europeu era racialmente superior e sua entrada no país representava automaticamente a evolução da sociedade. Em contrapartida, uma pequena parte da imprensa começava a mostrar os problemas oriundos do quase meio milhão de pessoas que foram trazidas para o Brasil. Palavras-chave: Imigração; Imigração subsidiada; Imprensa; Imagem do imigrante; Trabalho livre. Cadernos de História, belo Horizonte, v. 13, n. 18, 1º sem. 2012. RESUMO
O presente artigo tem como objetivo discutir a representação de imigrantes no sul brasileiro. A base teórica do estudo é a Historiografia Linguística e o tipo documental; o estudo tem como corpus narrativas jornalísticas veiculadas durante o período de 1900 a 2015 na imprensa catarinense. Os jornais escolhidos como fontes para a obtenção dos dados são: O Estado e Diário Catarinense. Adota-se, para o tratamento dos dados, a técnica de análise de conteúdo. Os resultados são analisados em três seções distintas. A primeira seção refere-se ao período da Primeira Campanha de Nacionalização, na qual se discute a representação de imigrantes que circulou na imprensa catarinense, e as categorias de análises foram imigrante como trabalhador útil e imigrante como elemento indesejável. A segunda refere-se ao período da Segunda Campanha de Nacionalização, tendo como categoria imigrante como elemento indesejável. A terceira intitula-se a redemocratização, com as categorias imigrante como trabalhador útil e imigrante de países pobres, pois o imigrante provém de países em dificuldades econômicas. Os resultados indicam a superação de um passado em que se proibiam as línguas imigrantes por meio decretos legislativos, para dar lugar a um contexto em que a legislação brasileira possibilita certa tolerância e proteção da diversidade linguístico-cultural existente no país. Palavras-chave: Representação de imigrante. Imprensa Catarinense. Interculturalidade. Política Linguística. Revista Entrelinhas, vol. 11, n. 12 (jul./dez. 2017). RESUMO
A vida e a morte de Stefan Zweig, um dos mais celebrados escritores em língua alemã a exilar-se no Brasil, são vistas como símbolo do drama dos intelectuais perseguidos pelo nazismo. Embora sua presença física como exilado naquele que denominou o “país do futuro” tenha sido breve – somente alguns meses –, no período que se estende entre a primeira chegada como visitante ao Rio de Janeiro em 1936 e o suicídio em Petrópolis em 1942, seu nome esteve presente na imprensa escrita brasileira quase ininterruptamente. A maneira como sua figura foi retratada nos jornais do país ao longo desses seis anos, no entanto, não foi de maneira alguma unânime e evoluiu ao ritmo dos embates político-históricos da época. Assim, este artigo busca expor, por meio de uma seleção de artigos publicados na época, parte dessa evolução através de três momentos: a primeira viagem de Zweig ao país em 1936; a segunda visita em 1940, quando realizou as pesquisas para o livro Brasil, País do Futuro; os meses entre a última chegada em agosto de 1941 e o suicídio em fevereiro de 1942. PALAVRAS-CHAVE: Exilados no Brasil; Literatura em língua alemã; Refugiados do nazismo; Stefan Zweig. Criação & Crítica, 29, 2019. RESUMO
"O objetivo da presente contribuição será enfatizar a nova situação brasileira de país de emigração como um fato social e político que vem sendo progressivamente construído por meio de uma mudança nas representações sociais relativas aos deslocamentos internacionais de população. Selecionamos, como via de acesso a essa mudança, um material constituído por notícias veiculadas nos últimos cinco anos". Estudos Avançados, 20(57), 2006. RESUMO
Este artigo traz algumas percepções resultantes do trabalho de campo de pesquisa em andamento sobre a cobertura, pela mídia de grande porte, de assuntos relativos a imigrantes e refugiados no Brasil. Parte do entendimento de que o jornalismo disputa significados na interpretação da realidade e opera o afastamento das vozes dissidentes do consenso discursivo. Ao neutralizar as falas discordantes, o jornalismo transforma em “resmungos” ou “sussurros” as condições não hegemônicas. A metodologia considera elementos do espaço social e do lugar de fala na produção discursiva na análise comparada de matérias publicadas em edições de maio de 2017 dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo sobre manifestações contra imigração ocorridas em São Paulo. Palavras-chave: Jornalismo; Imigração; Vozes; Geografias da Comunicação. Contracampo, Niterói (RJ), 38(2), p. 23-35, agos./nov. 2019. RESUMO
Propõe-se analisar o processo imigratório de latinos recentemente assentados no Brasil, partindo de uma perspectiva teórico-metodológica de Abdelmalek Sayad acerca do significado de ser um imigrante e análise do discurso impresso na mídia nacional sobre a população migrante. O objetivo é avaliar se esse discurso apreende a experiência imigratória e apresenta o sonho de manutenção do projeto de se submeter a qualquer condição extrema de dificuldades para superar a pobreza do país de onde partiu. Conclui que a narrativa jornalística realizada ignora tal processo, além de não conseguir, de modo geral, entender esse desejo que ultrapassa a fronteira de séculos – no qual se alteram os personagens, mas nunca a crença de uma vida melhor. Palavras-chave: Imigração, representação social, América Latina. Matrizes, Ano 7, Jul./Dez. 2013, São Paulo, p. 249-263. RESUMO
Referenciando-se na Teoria das Representações Sociais, o estudo objetivou conhecer e analisar as representações sociais de imigração e de imigrantes em jornais de três países europeus: em Portugal, Correio da Manhã; na Espanha, El Mundo; e na Itália, La Repubblica. O banco de dados foi criado considerando apenas as 508 notícias que se referiam ao contexto de migração no território europeu. Os dados foram tratados por meio da análise lexical através do software Alceste. Os resultados apontaram que as representações sociais a respeito da imigração e do imigrante apresentam ambiguidades quando se referem ao sujeito imigrante como necessário à mão de obra dos países, ao mesmo tempo em que julgam os processos migratórios como responsáveis pela desordem social. Esta composição orienta práticas que legitimam a atribuição de elementos negativos, que demarcam a fronteira interna e externa do grupo hegemônico europeu em relação ao grupo migrante. Palavras-chave: Europa; Imigrante; Imigração; Representação social. Quadernos de Psicologia, 2017, vol. 19, n. 3, 211-227. RESUMO
O presente artigo pretende discutir a maneira com que a imprensa portuguesa retrata as imigrantes brasileiras, a partir da análise de um veículo de comunicação conhecido por sua alta qualidade editorial e pela credibilidade que tem junto aos leitores portugueses. Escolhemos como recorte à pesquisa empírica um corpus de quarenta notícias veiculadas no jornal Público. As notícias foram extraídas do sítio eletrônico do referido veículo, em levantamento por ordem de relevância (seleção oferecida pelo próprio sítio) dos termos “imigrantes brasileiras”. Mais de duas mil notícias foram elencadas, datadas de 2003 a 2015, pelo que optamos por analisar as quarenta primeiras. Realizamos, por meio da Análise de Conteúdo temática, a quantificação e divisão das notícias por sessões (previamente estabelecidas pelo veículo), a partir do que nos foi possível definir e interpretar as categorias em que as imigrantes brasileiras são frequentemente representadas. Portanto, em nossa fundamentação teórica abordamos questões de gênero, racismo e imigração no contexto atual que nos ajudam a compreender as maneiras pelas quais o referido grupo é representado/significado em um veículo da mídia impressa portuguesa. As categorias temáticas elencadas apontam para representações da imigrante brasileira enquanto: 1) prostituta, 2) contraventora, 3) vítima (de exploração laboral ou sexual) e 4) dado demográfico. IX Congresso Português de Sociologia - Portugal, território de territórios, realizado entre os dias 6 e 8 de julho de 2016, Universidade do Algarve, Faro (Algarve, PT). RESUMO
A identidade pública dos imigrantes depende de um conjunto de factores que vão das práticas do Estado na sua regulamentação à intervenção institucional das diferentes organizações. Os imigrantes raramente têm uma palavra a dizer na construção desta identidade, uma vez que o seu acesso ao espaço público é quase nulo. No nosso texto procuramos averiguar, num dos lugares privilegiados da construção desta imagem – a imprensa –, como o discurso jornalístico cruza um conjunto de vozes e de actores, construindo episódios e “histórias” que focalizam as questões da imigração. Para o efeito, partimos do discurso dos textos jornalísticos e analisamos três excertos noticiosos, procurando dar conta de como se constroem na imprensa as identidades dos diferentes actores envolvidos. Palavras-chave: imigrantes, imprensa - jornalismo, identidademeios de comunicação social - discurso jornalístico. Revista Crítica de Ciências Sociais [online], 69, 2004. |
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