"A equipe de pesquisa da Coordenação de Estudos em Cooperação Internacional da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Coint/Dinte) do Ipea vem realizando há alguns anos, no âmbito da Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (Cobradi), estudo sobre as políticas públicas que envolvem o atendimento a refugiados. Essa pesquisa é um desdobramento de outras que incluíram a elaboração de um perfil sociodemográfico dos refugiados com base nos registros do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) presentes na obra Refúgio no Brasil: caracterização dos perfis sociodemográficos dos refugiados (1998-2014) 1 e avançaram para um trabalho de campo sobre a forma como ocorre a inserção local dos refugiados em Brasília, que foi executada em paralelo à pesquisa sobre a midiatização do refúgio no Brasil, aqui apresentada. (...)
O material coletado partiu de mais de 10 mil notícias recolhidas dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo." "Este livro é um dos resultados do “Colóquio Internacional Mobilidade social e formação de hierarquias: subsídios para a história da população”, realizado em outubro de 2013 na UNISINOS (São Leopoldo/RS) e que reuniu professores e pesquisadores de diferentes instituições acadêmicas do Brasil, da Argentina e de Portugal. (...)
A terceira e última motivação diz respeito ao tema do colóquio: mobilidade e hierarquia social. Tema particularmente caro aos países americanos, constituídos num longo processo histórico de reunião de povos de diferentes origens e palco de inúmeras formas de exploração do trabalho, da vida e do corpo de milhões de homens e mulheres que, ainda assim, sobreviveram, deixaram descendência e, “aos trancos e barrancos”, agarrando-se onde fosse possível, conseguiram ascender – quase nada, um pouco mais, ou até lá em cima – na nossa estranha pirâmide social." "O livro que ora se apresenta se originou da tese de doutorado 'O Brasil, o Império Otomano e a Sociedade Internacional: Contrastes e Conexões', defendida no Programa de Pós -Graduação em História, Política e Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas em agosto de 2012. A pesquisa em questão envolveu seis meses de estudos e investigação intensa na Turquia, além de ampla pesquisa em acervos brasileiros e participação em eventos acadêmicos internacionais.
O interesse pelo tema, surgiu, sobretudo, pela ampla discussão a respeito das mudanças na Ordem Global no novo milênio, em que se testemunhava um relativo declínio da Europa e a ascensão de países emergentes tais como Brasil e Turquia. No caso da última, seu ativismo diplomático chegou a ser denominado de 'neo-otomanista', por reativar conexões do passado imperial. Como já dito por Benedetto Croce, toda história é contemporânea. Olhamos para o passado a fim de responder a importantes questões do presente. Este livro se volta ao século XIX para evidenciar o modo que o Brasil e o Império Otomano negociaram acesso e reconhecimento de uma sociedade internacional de cunho europeu e em vias de expansão global. Ambas eram entidades que se buscavam estabelecer como independentes em um sistema profundamente marcado pela assimetria de poder, status e ranking. No processo, desenvolveram instrumentos para aceder ao mundo da diplomacia e conectaram -se por força de vetores materiais como comércio e migrações, mas também imagens e o perfil de suas representações diplomáticas. As perguntas de pesquisa propostas são: como o Brasil e o Império Otomano negociaram acesso à sociedade internacional dos estados soberanos centrada na Europa? Quais resultados esperados e inesperados surgiram desse processo? Como e por que esse período coincidiu com o aparecimento das primeiras conexões entre essas entidades periféricas? Meu objetivo é avaliar as relações do Brasil e do Império Otomano com a sociedade internacional no período que vai de 1850 a 1919, e estudar o início do contato entre ambos. Por um lado, mostro que o exercício de busca por adesão aos rituais, práticas e símbolos diplomáticos europeus criou relações assimétricas com o centro da sociedade internacional europeia. Por outro, revelo como esse processo deu origem a contatos diplomáticos entre as duas entidades, que rapidamente seriam assoberbadas por levas imigratórias. Ao fazê-lo, sugiro que o processo de transformação da sociedade internacional europeia em sociedade internacional global deve ser compreendido, em boa medida, como uma dinâmica que gerou fluxos entre países do hoje chamado Sul Global, um aspecto do processo de globalização da sociedade internacional que a literatura especializada tende a ignorar devido à ênfase quase exclusiva no alargamento do escopo imperial do centro europeu do sistema internacional da época." "O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, orgulhosamente, publica as Estatísticas do Século XX com dados históricos sobre a realidade socioeconômica brasileira que se consolidou ao longo do último século. Reunidas numa obra composta por um volume impresso acompanhado de um CD-ROM, que contém mais de 16 000 arquivos com tabelas e séries históricas, essas informações são provenientes do próprio IBGE e de outros órgãos do Governo Federal e foram selecionadas dos Anuários Estatísticos e das Estatísticas Históricas do Brasil. São informações estatísticas que retratam as transformações ocorridas na demografia, educação, cultura, saúde, habitação, sindicalismo, trabalho, rendimento, preços e contas nacionais do País. Os pesquisadores envolvidos no projeto foram unânimes em constatar que trata-se de um retrato amplo mas descontínuo e, por isso mesmo, coerente com as marchas e contramarchas de um século em que a industrialização e a democracia se consolidaram no Brasil. Convidados pelo o IBGE, os professores Wanderley Guilherme dos Santos e Marcelo de Paiva Abreu coordenaram os trabalhos de análise da enormidade de estatísticas sociais e econômicas existentes, analisadas e comentadas tematicamente por um grupo de renomados especialistas responsáveis pelos ensaios contidos na publicação. Com esta iniciativa, pretendemos homenagear aqueles que ajudam a instituição a cumprir a sua missão de “retratar o Brasil com as informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania”. Entre estes, queremos especialmente destacar o Professor Celso Furtado, pelos importantes trabalhos dedicados à investigação dos problemas brasileiros e seu subdesenvolvimento. Sua obra contribui permanentemente para que a sociedade brasileira preste atenção ao estudo da nossa realidade, passada e presente, e assuma o propósito de construir um futuro com menos desigualdades sociais. Tudo isso, inegavelmente, aproxima o economista, professor, ministro e cidadão brasileiro Celso Monteiro Furtado do IBGE. Hoje, passados 67 anos desde a criação do IBGE, acreditamos que a produção de estatísticas no Brasil situa-se num patamar equivalente ao dos países mais desenvolvidos. No entanto, sabemos que ainda precisamos avançar muito. E este é o desafio para o século XXI (Eduardo Pereira Nunes - Presidente do IBGE, Apresentação)." Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; Centro de Documentação e Disseminação de Informações, Rio de Janeiro, 2006. RESUMO
Analisa o projeto de lei apresentado por Alfredo Ellis Junior à Câmara paulista, em agosto de 1926, que previa a realização de estudos sobre os imigrantes em São Paulo, com o intuito de orientar políticas de seleção imigratória. Ressalta as opiniões de Menotti Del Picchia e de Oliveira Vianna acerca da agenda de estudos sugerida por Alfredo Ellis Junior, focalizando concepções distintas sobre a questão racial e a imigração nos anos 1920. Ao fim, sugere a divergência de Menotti Del Picchia com Alfredo Ellis Junior e Oliveira Vianna como tradução de uma disputa entre literatos e cientistas pela legitimação de seus respectivos conhecimentos sobre a realidade brasileira e pela proposição de políticas para o país. Palavras-chave: eugenia; imigração; Alfredo Ellis Junior (1896-1974); Menotti Del Picchia (1892-1988); Oliveira Vianna (1883-1951). História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 23, Supl., dez. 2016, p. 243-252. "Os imigrantes semíticos e mongóis e sua caracterização antropológica", por oliveira Vianna23/3/2021 Revista de Imigração e Colonização - Órgão Oficial do Conselho de Imigração e Colonização - Ano I, n. 4, Outubro de 1940.
"As aulas de Giralda aqui apresentadas merecem ser lidas, estudadas e refletidas. Porque trazem à luz, além de autores, ideias e interpretações do Brasil, um panorama histórico dos mesmos. A professora é minuciosa na apresentação das obras e dos autores, refinada em suas críticas e considerações. 'Escutá-la' nos deixa com a sensação de que ainda sabemos muito pouco sobre o Brasil e permite vislumbrar como é importante e rico conhecer as trilhas da construção do pensamento social no Brasil. Da mesma forma, a questão racial na formação social brasileira merece ser conhecida, analisada e contextualizada, como faz Giralda neste curso, que é, sem sombra de dúvidas, uma lição sobre o Brasil por meio da reflexão da obra de alguns de seus intérpretes. Difícil não terminar a leitura destas aulas sem a sensação de que devemos repensar as categorizações e hierarquizações sociais brasileiras com mais detalhe e historicidade."
"O motivo para a realização do presente estudo foi um evento atual. Em 2014, um relatório detalhado da Comissão da Verdade no Brasil informou a população brasileira sobre violações de direitos humanos e homicídios políticos durante a ditadura militar. Nesse relatório, a VW do Brasil foi acusada de colaborar com a polícia política e de discriminar os militantes sindicais. Quando o Ministério Público do Estado de São Paulo (Ministério Público Federal) recebeu, em setembro de 2015, do Fórum dos Trabalhadores por Verdade, Justiça e Reparação os respectivos documentos, iniciando investigações contra a VW do Brasil, essa notícia passou pelas agências de notícias latinoamericanas e pelos jornalistas alemães, alcançando também o público alemão. A Dra. Christine Hohmann-Dennhardt, integrante do setor de Integridade e Direito da diretoria da Volkswagen, solicitou em novembro de 2016 que essas acusações fossem amplamente investigadas. Embora a corresponsabilidade da VW do Brasil por violações de direitos humanos seja o tema central do presente estudo, a participação em ações de repressão política durante a ditadura militar não pode ser analisada isoladamente sem considerar o desenvolvimento econômico da empresa. O estudo aborda ainda a relação da administração da VW do Brasil e da matriz alemã com a liderança política durante a ditadura como um todo, analisando quais interesses econômicos pessoais, qual ideário colonialista e quais estereótipos políticos e estruturas oportunistas econômicas foram determinantes para a atitude perante o regime ditatorial e durante este. Pretendo evidenciar também, como os líderes da VW AG em Wolfsburg percebiam o desenvolvimento de sua sucursal brasileira e a partir de quando – e por quê – a diretoria se engajou no desenvolvimento de uma cultura empresarial democrática e participativa na VW do Brasil." ![]() Esta obra foi publicada em 1886 por José Assis Clímaco dos Reis Editor. A obra "conta-nos a história de uma jovem roubada de sua família e vendida a um sultão até conseguir a liberdade e encontrar o amor. Ao lado de uma idílica história amorosa, as autoras demonstram o aprisionamento e a profunda objetificação da mulher no mundo e cultura orientais, o que revoltava as mulheres do mundo ocidental do século XIX, embora não estivessem imunes a esse tipo de tratamento. Contrapondo-se ao mundo oriental, o romance traz fortes pinceladas de exortação à religião cristã." "(...) o objeto deste livro é compreender o papel desenvolvido pela Igreja na escolha de um tipo determinado de imigrante no Brasil, que poderia ser chamado de ideal - uma vez que sua tentativa de oposição a tal processo, propondo que se catequizassem os índios para assimilá-los ao modelo europeu de sociedade, não encontrou o eco necessário no período anterior à grande imigração - o que estaria apoiado, do outro lado do Atlântico, na Europa, na ampliação do capitalismo, que apresentava como solução aos problemas sociais dele decorrentes, a emigração. A este projeto opôs-se parte da Igreja europeia e, como refluxo, desenvolveu o modelo de pastoral voltada ao emigrante e ao imigrante, uma vez que não conseguira deter o fenômeno migratório."
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Fevereiro 2023
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