"A habitação popular constitui aspecto fundamental na história económica, social e urbana de São Paulo, em especial de sua industrialização. Suas marcas podem ser percebidas ao longo da configuração da cidade e de seus bairros. O presente trabalho destaca para exame mais detalhado o processo de industrialização e configuração do bairro operário do Brás de 1890 a 1929, com a moradia popular mais frequente à época em São Paulo."
Análise Social, vol. XXIX, 599-629, 1994 (3ª). RESUMO
O artigo aborda a dimensão espacial do processo de integração de imigrantes haitianos em Lajeado/RS, cidade média, fundada a partir do processo de imigração europeia no séc. XIX e hoje um polo regional. Ter-se tornado destino de imigrantes haitianos no Rio Grande do Sul está relacionado à oferta de empregos formais não qualificados na indústria frigorífica. O objetivo neste artigo é descrever as escolhas locacionais para moradia e as transformações operadas pela rede de imigração haitiana no Centro Antigo da cidade. O estudo se baseia na teoria e métodos da Sintaxe Espacial, cujo pressuposto é de que produção e apropriação do espaço são acionados na reprodução de relações sociais, informando comportamentos de indivíduos e grupos. A hipótese testada é de que solidariedade espacial é acionada no processo de integração à sociedade de acolhida. Portanto, escolhas locacionais para moradia e serviços tendem a potencializar oportunidades de integração econômica e social da rede de imigração. A hipótese é verificada através da análise de configurações espaciais, depreendendo-se diferenças nas expectativas de moradores e imigrantes quanto à integração espacial e interfaces com a alteridade. Resultados apontam para a sincronia entre o deslocamento de centralidades funcionais para novos bairros e a emergência de uma centralidade étnica nas adjacências do Centro Antigo. Palavras-chave: Imigrantes Haitianos; Lajeado/RS; territorialização das redes de imigração; Centralidades Funcionais; Sintaxe Espacial Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, vol. 14, n. 2, p. 371-397, Jan./2018 (ed. especial), Taubaté, SP, Brasil. RESUMO
O artigo descreve e analisa os discursos e as ações de uma rede de atores governamentais e não governamentais produzidos durante uma série de eventos – uma audiência pública, a criação de um albergue emergencial e um festival cultural – que teve como objetivo central a visibilização da questão migratória como problema contemporâneo. Analisando essas iniciativas e as mais recentes práticas dos próprios refugiados e imigrantes na cidade, o artigo reflete sobre a articulação e o entrelaçamento da implementação de direitos com o humanitarismo no Brasil contemporâneo. A argumentação está amparada em uma etnografia multissituada das relações de saber e poder que produziram a imigração e o sujeito imigrante como tipo particular de população urbana suscetível de intervenção mediante uma complexa trama de atores, tecnologias, saberes e relações em Porto Alegre e São Paulo, entre os anos 2013 e 2016. Palavras-chave: Imigração; Refúgio; Vítima; Sofrimento; Humanitarismo; Cidade PLURAL, Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v. 25.2, p. 90-111, 2018. RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a questão da moradia entre imigrantes bolivianos em São Paulo, buscando investigar até que ponto existe uma correlação entre a “ilusão do provisório” – inerente à condição do imigrante (Sayad, 1998) – e as formas precárias de habitar na cidade. Tais formas podem ser definidas como moradias da pobreza e (ou) “nomadismo urbano” (Véras, 2003b; 2016a). A pesquisa, utilizando-se da combinação de método qualitativo, pelas entrevistas com bolivianos (nos bairros do Brás e Grajaú), e o quantitativo, por meio de levantamento dos dados de Censos Demográficos do IBGE, indica uma interdependência entre as formas precárias de habitar dos bolivianos e a ideia de provisoriedade que eles têm de sua permanência no país. Palavras-chave: Imigração. Bolivianos. Cidade. Moradia. Provisoriedade. Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 87, p. 609-622, Set./Dez. 2019. O e-book foi lançado em formato PDF na ocasião da comemoração dos 210 anos da Imigração Chinesa no Brasil, 15 de agosto. Trata-se de uma parceria do Museu da Pessoa com a CTG-Brasil.
"O material que segue foi produzido no segundo semestre de 2021 e, em vinte entrevistas, buscamos trazer a maior diversidade possível de narrativas. Acreditamos que, como num mosaico, ler esta obra com trechos e fragmentos dessas entrevistas nos dará uma ideia do estado de coisas sobre a relação entre Brasil e China, um retrato atual das vivências de chineses radicados no Brasil e suas reflexões acerca dos caminhos que os trouxeram para cá." "A questão da identidade judaica e da cidadania brasileira deve ser observada dentro de uma perspectiva maior que é a relação entre o “particular” ou “individual” e o “geral” ou “comunitário”. Entendendo como resolver o conflito entre o individual e o comunitário, se ilumina naturalmente a questão particular do judaísmo e a cidadania."
In: LEWIN, H., coord. Identidade e cidadania: como se expressa o judaísmo brasileiro [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, p. 437-447. "Neste artigo interessa-me analisar os primeiros conflitos entre estes dois grupos, procurando avaliar em que medida o nacionalismo dos imigrantes foi responsável pela politização de sua cultura, enquanto que, para os "luso-brasileiros", o nacionalismo se ofereceu como política feita cultura, num esforço por integrar todos os habitantes desse país a uma só noção de cidadania."
Textos Hist., 1[2] (1993); 50-72. RESUMO
Pretende-se analisar a participação dos imigrantes portugueses nos movimentos sociais de finais do século XIX e inícios do XX, em busca de uma igualdade democrática através da inserção na sociedade brasileira. Nossa perspectiva é a de que a cidadania não se remete apenas aos direitos políticos, mas tem dimensões relativas aos direitos sociais e direitos humanos ao se travar uma luta pela equidade social. Nesse sentido, as liberdades, como as de associação, de livre exercício profissional e de expressão, assumiriam sentido específico tendo no Judiciário um importante um canal de expressão. Estas demandas teriam significado especial em momento de pretensa igualdade democrática, como no primeiro período republicano, que, contudo, demonstrou-se ocasião de exceção política constante com estados de sítio decretados justamente em função do alegado perigo à ordem, consubstanciado pelo intenso movimento social. Portanto, ao analisar a participação dos portugueses nos movimentos sociais e o recurso à Justiça pretendemos avançar nas reflexões sobre a necessidade de alargarmos o conceito de cidadania, ultrapassando a sua divisão em direitos políticos, civis e sociais. Pretendemos reforçar a ideia que a cidadania deve apontar na direção das identidades construídas no movimento social e o seu entendimento deve mapear as expectativas de vivências das liberdades dentro de uma sociedade democrática. A luta política pode ser entendida como forma de alargamento de direitos, onde o indivíduo nem é cooptado pelo Estado nem meramente aceita ou reivindica a concessão de direitos. Palavras-chave: Imigrante português; cidadania; Primeira República; Império. CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, 2009. |
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